Caminhão roubado em Guarulhos desaparece em fazenda na fronteira
Policiais foram até a porteira, mas o veículo sumiu; donos cobram providências do MP do Paraguai
Um caminhão Volvo azul ano 2022, roubado quarta-feira (3) em Guarulhos (SP) após o motorista ser feito de refém, cruzou livremente a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e desapareceu numa propriedade rural em Fortuna Guazu, nos arredores de Pedro Juan Caballero.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Um caminhão Volvo, roubado em Guarulhos (SP) após sequestro do motorista, desapareceu em uma propriedade rural em Fortuna Guazu, Paraguai. O veículo foi rastreado até Pedro Juan Caballero, onde policiais paraguaios localizaram o caminhão, mas não adentraram a propriedade para recuperá-lo. O roubo ocorreu na quarta-feira, quando o motorista foi atraído por falso frete e mantido refém por 27 horas. Três criminosos, identificados como "Isac", "Bigodinho" e "Bob", forçaram a vítima a manter contato com os proprietários para evitar suspeitas. O caso será denunciado ao Ministério Público de ambos os países.
O caso promete se tornar mais um escândalo envolvendo policiais paraguaios. Uma equipe do Departamento de Investigações da Polícia Nacional chegou a ir ao local onde o caminhão foi visto pela última vez, mas os agentes não entraram na propriedade.
- Leia Também
- Criação de municípios na fronteira beneficia crime organizado, indica estudo
- Veículos de luxo furtados na Capital foram moeda de troca para 2 t de maconha
Fotos enviadas ao Campo Grande News mostram o caminhão parado numa estreita estrada de terra, no acesso à propriedade, a 27 km de Ponta Porã (MS). As imagens também mostram a viatura da Polícia Nacional do Paraguai em frente ao portão, onde o Volvo havia sido visto pela última vez.
Em contato com a reportagem, a proprietária do caminhão, que mora em Mato Grosso, disse que o rastreador mostrou o deslocamento do veículo até Pedro Juan Caballero, ontem à noite. Depois, o sinal desapareceu.
“Vamos denunciar ao Ministério Público do Paraguai e do Brasil. Avisamos as polícias dos dois países, mas não conseguiram recuperar nosso caminhão. Equipe da seguradora esteve no local, mas foi colocada para correr pelos bandidos”, afirmou a proprietária. Por medida de segurança, ela pediu para não ter o nome divulgado.
O assalto – De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelo motorista na madrugada desta sexta-feira na Polícia Civil em Guarulhos (SP), o assalto ocorreu na quarta-feira.
Após entregar um frete na região da capital paulista, o caminhoneiro foi contatado através do aplicativo WhatsApp por um homem identificado como Juliano para pegar uma carga no Jardim Cumbica, em Guarulhos, e levar até Cuiabá (MT).
Quando chegou ao local combinado, o motorista foi rendido pelos assaltantes, colocado em um Toyota Etios prata e levado para uma casa, onde ficou como refém por 27 horas. No período em que estava nas mãos dos criminosos, o motorista foi coagido a manter contato com os proprietários do caminhão para dizer que “estava tudo bem”.
Durante o confinamento, os assaltantes se apoderaram da chave e roubaram o caminhão. Nesta quinta-feira à noite, os bandidos colocaram o caminhoneiro novamente em um veículo, cujo modelo ele não conseguiu identificar, e passaram a circular com ele até abandoná-lo nas imediações da Rodovia Fernão Dias.
O motorista disse que não sofreu agressões físicas. Segundo ele, os assaltantes tinham idades entre 25 e 30 anos e três deles se identificavam como “Isac”, “Bigodinho” e “Bob”.
O rastreador do caminhão permaneceu ligado e a última localização foi dada às 22h18 desta quinta-feira, no bairro San Miguel, em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã.
A reportagem apurou que o caminhão entrou no Paraguai por Amambai, por volta de 17h de ontem. Procurada, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) que atua informou que não havia sido comunicada sobre o roubo do caminhão. Até agora a Polícia Nacional não se manifestou sobre o caso.
Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.
