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Pecuarista diz que agiu em defesa do filho ao matar vizinho a tiros

Paulo Lange alegou que Volnei Beutinger estava armado com uma faca; ele foi ouvido e liberado

Por Helio de Freitas, de Dourados | 11/07/2025 12:06
Pecuarista diz que agiu em defesa do filho ao matar vizinho a tiros
Pecuarista esconde o rosto ao deixar delegacia ao lado de advogado (Foto: Leandro Holsbach)

O pecuarista e empresário Paulo Afonso de Lima Lange, 66, alegou legítima defesa para assassinar seu vizinho de fazenda, Volnei Kommers Beutinger, 52, médico veterinário e também proprietário rural. O crime ocorreu ontem (10) na propriedade dele, no distrito de Itahum, município de Dourados.

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Pecuarista mata vizinho a tiros em Dourados e alega legítima defesa. Paulo Afonso de Lima Lange, de 66 anos, afirmou à polícia que atirou em Volnei Kommers Beutinger, de 52 anos, para proteger seu filho durante uma briga. O crime ocorreu na fazenda de Lange, no distrito de Itahum. O pecuarista disse que Beutinger portava uma faca e ameaçava seu filho. Após o depoimento, Lange foi liberado. A polícia investiga a versão do pecuarista, que relatou desavenças antigas com a vítima, incluindo uma suposta ameaça. Lange admitiu ter transportado o corpo de Beutinger até a propriedade deste, alegando que buscava socorro. No entanto, uma testemunha afirma que Beutinger já estava morto. A arma do crime, um revólver calibre 38, foi apreendida. Lange já foi condenado por manter trabalhador em condições análogas à escravidão.

Em depoimento nesta sexta-feira à Polícia Civil, Paulo Lange disse que decidiu atirar no vizinho para defender o filho, de 37 anos, que estava em luta corporal com a vítima.

Segundo a alegação dele, Volnei segurava uma faca, versão ainda não confirmada pela polícia. O filho de Paulo foi ouvido ontem e, pelo menos por enquanto, é considerado apenas testemunha do crime.

Após ser ouvido pelo delegado Lucas Albe Veppo, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais), Paulo Lange foi liberado e vai aguardar a conclusão do inquérito em liberdade.

Em entrevista coletiva após o depoimento, o delegado disse que o pecuarista apontou desavença antiga com Volnei Beutinger. Alegou também suposta ameaça do vizinho contra ele, fato ainda não confirmado pela polícia.

Paulo Lange também confirmou ter levado o corpo de Volnei até a propriedade da vítima antes de fugir. Ao lado de seu advogado, alegou ter feito tal ato para que os funcionários de Volnei o socorressem ao hospital, pois não teria conseguido acionar o Samu (Serviço Móvel de Urgência) por falta de sinal de celular.

Entretanto, o funcionário que acompanhava Volnei no momento do crime disse que o patrão já estava morto quando foi colocado no veículo e levado até sua fazenda.

Pecuarista diz que agiu em defesa do filho ao matar vizinho a tiros
Volnei Kommers Beutinger, assassinado pelo vizinho de fazenda (Foto: Reprodução)

“Ele alegou como motivação para o crime uma disputa antiga entre as partes e diversas desavenças ao longo de anos que culminaram nesses fatos, além da questão do lote de gado do Volnei que entrou em sua fazenda”, contou o delegado.

Lucas Veppo continua: “eles tiveram discussão por causa desse gado porque o Paulo ia carregar o lote [de bois] para o frigorífico. O filho do Paulo entrou em luta corporal com o Volnei e, segundo o Paulo alega, sacou o revólver da cintura e efetuou o disparo para defender o filho”.

O delegado explicou que Paulo Lange foi colocado em liberdade porque, juridicamente, não estava mais em situação de flagrante. “Exerceu o direito de se apresentar para prestar depoimento, colaborou com as investigações. Agora vamos analisar os depoimentos, a perícia na arma, para saber se a versão dele é verdadeira ou não”, disse Lucas Veppo.

A arma do crime, um revólver calibre 38, foi apreendido na casa de Paulo Lange. Segundo o delegado, a arma estava com um projétil deflagrado.

Proprietário da fazenda em Itahum, Paulo Lange também é dono de uma loja de produtos veterinários localizada na Avenida Joaquim Teixeira Alves, no centro de Dourados.

Em 2013, o MPT (Ministério Público do Trabalho), a Polícia Federal e Ministério do Trabalho e Emprego flagraram um trabalhador rural sendo mantido na fazenda em condições análogas à escravidão. Em 2022, foi condenado pelo crime a quatro anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto.

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