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Interior

Sindicato dos fiscais agropecuários apoiam operação da PF, mas pedem cautela

Em MS, três fiscais agropecuários estariam envolvidos em esquema de recebimento de propinas

Rosana Siqueira | 10/12/2019 14:31
Polícia Federal de MT deflagrou segunda fase de operação de investigação (Divulgação)
Polícia Federal de MT deflagrou segunda fase de operação de investigação (Divulgação)

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) reiterou hoje por meio de nota, total apoio às investigações da Polícia Federal sobre a segunda fase da operação Porteira Aberta, que visa combater um esquema de pagamento de propinas a servidores públicos de fiscalização sanitária federal pela empresa JBS, para emitirem certificados sanitários sem terem de fato fiscalizado/inspecionado o abate de animais na empresa. No entanto, o sindicato recomendou cautela para que a integridade e a carreira dos profissionais que atuam de forma correta não sejam afetados. 

A ação que contou com apoio do Ministério Público Federal (MPF) detectou o uso de documentos falsos para justificar nas planilhas contábeis os pagamentos de serviços de marketing, consultoria ou serviço de inspeção federal para justificar pagamentos de propinas a fiscais sanitários agropecuários. Dos 15 alvos, três atuam em Mato Grosso do Sul – dois em Campo Grande e um em Cassilândia.

A PF identificou depósitos suspeitos, num intervalo de quase dez anos – de 2008 a 2017 – partindo das unidades da JBS na Capital, Cassilândia e Ponta Porã, além das localizadas no Mato Grosso Goiás, Pernambuco, Paraná e Santa Catarina. O destino do dinheiro eram as contas de fiscais agropecuários federais e médicos veterinários conveniados ao SIF (Serviço de Inspeção Federal), que recebiam para emitirem certificados sanitários sem terem de fato fiscalizado os abates em unidades da empresa.

Daí o nome Porteira Aberta, explicou o delegado Rafael Valadares, em entrevista coletiva nesta manhã em Barra do Garças (MT), onde fica a delegacia responsável pelas investigações. “Porteira Aberta fez referência a ausência de fiscalização no abate de animais”.

Cautela
Por meio de nota da assessoria de imprensa , o sindicato destacou que os auditores fiscais federais agropecuários são, em sua enorme maioria, comprometidos com a segurança alimentar dos brasileiros e cientes do seu papel na economia do país.

No entanto, o Anffa Sindical exige que as investigações sejam conduzidas com cautela e de maneira consequente para que a integridade dos auditores envolvidos e a carreira não sejam alvos de ações equivocadas. A entidade alega que “em operações recentes, inocentes foram expostos, a carreira de auditores fiscais federais agropecuários foi difamada, sem que houvesse retratação posterior ou mesmo esclarecimento quanto a participação de outros agentes, públicos e privados, nos episódios investigados”.

As entidades Anffa Sindical e os Affas afirmam ainda no documento que “não compactuam com qualquer caso de corrupção e apoiarão toda e qualquer investigação visando à integridade e ao reconhecimento da importância da categoria para a sociedade”.

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