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Interior

Sorteio, Google, jornal e rádio ajudam mãe a achar filha depois de 47 anos

Caroline Maldonado | 11/03/2016 09:12
Filha espera rever a mãe depois de 47 anos de separação (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Filha espera rever a mãe depois de 47 anos de separação (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Longe da família há 47 anos, uma moradora de Corumbá quase perdeu a casa que ganhou em um sorteio, mas o nome na lista rendeu um reencontro com a família. A mais de mil quilômetros, uma sobrinha de Angélica Corrêa da Silva, 58 anos, procurava no Google alguma pista da tia. A investigação era para satisfazer o desejo da mãe da menina que saiu de casa com apenas 10 anos de idade para trabalhar como babá e faxineira.

A história foi divulgada pelo jornal Diário Corumbaense, que ajudou a encontrar Angélica. Ela deixou o distrito de Piraputanga, em Aquidauana, e se mudou para Palmeiras, distrito de Dois Irmãos do Buriti. Mais tarde, seguiu para Campo Grande e depois, Corumbá. Nesse tempo, a vida trouxe um casamento difícil, uma separação, duas filhas e dificuldades que levaram Angélica a capinar terrenos e fazer trabalhos pesados para sustentar a casa.

Em meio aos problemas, a mulher desistiu de procurar a família. “Eles se mudaram de onde nós morávamos, então eu tentei buscar informação para onde eles tinham ido. Todas as vezes que procurei me falavam de uma cidade diferente e, sem condições de procurar em lugares tão distantes, acabei aos poucos desistindo da ideia, mas nunca perdi a esperança”, comentou emocionada.

Em São Paulo, com a fraqueza dos 89 anos de idade, a mãe nutria o desejo de rever a filha. Em Sorocaba (SP), Isabel da Silva Faustino, a sobrinha de Angélica colocou o nome da tia no Google e não desistiu até achar uma pista: o nome em uma lista de sorteio de casas. Ainda assim, estava difícil localizar a mulher e a jovem pediu ajuda ao jornal da cidade.

No setor responsável pelo cadastramento de pessoas que esperam ganhar uma casa em sorteio da prefeitura, havia apenas o nome de Angélica, porque o endereço estava desatualizado. Isso foi o que informaram ao jornal. Então, uma rádio da cidade entrou na corrente. O radialista Jonas de Lima contou a história, justo no instante em que uma amiga de Angélica ouvia a rádio.

De Corumbá, Angélica viu fotos e vídeo da mãe que tem 89 anos de idade (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
De Corumbá, Angélica viu fotos e vídeo da mãe que tem 89 anos de idade (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Com a ajuda da amiga, o jornal entrou em contato com a mulher que viu fotos e vídeo da família e agora só falta o encontro. Todo esse movimento, fez ainda com que Angélica não perdesse a casa que ganhou no sorteio, pois sem endereço atualizado, a moradia poderia ser destinada a outro beneficiário.

A melhor notícia da vida de Angélica, trouxe também ânimo para voltar aos estudos. “Deu vontade de estudar e disse que ninguém me segura. Esse ano, peguei uns livros velhos e comecei a ler e escrever, o dia inteiro. Não é só novo que estuda, velho também estuda, não é mesmo?", disse ela.

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