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Cidades

Médico responderá por morte após lipoaspiração

Redação | 11/04/2010 10:36

A juíza de Fátima do Sul, Ana Carolina Farah Borges da Silva, acatou denúncia contra o médico Alexsandro de Souza, acusado por homicídio doloso. O cirurgião geral é apontado como responsável pela morte de Cristiane Medina Dantas, 24 anos.

Ainda não é possível afirmar o número de mais vítimas do profissional, mas cinco pessoas já acionaram a Associação das Vítimas de Erro Médico.

A advogada da entidade, Giovanna Trad, irá na próxima semana às cidades de Fátima do Sul e Naviraí, para fazer os levantamentos que serão usados pela entidade contra o Alexsandro.

Até agora, o caso de Cristiane é o mais grave. Ela não resistiu à lipoaspiração feita pelo profissional em junho de 2008.

Ela foi submetida à cirurgia na clínica montada pelo médico em Fátima do Sul, e faleceu seis dias depois. Atualmente, a unidade médica está fechada.

O MPE (Ministério Público Estadual) ingressou com Ação Civil Pública para impedir que o médico operasse no local. A clínica não atendia às normas para funcionamento e o médico não é habilitado para a realização de cirurgias plásticas.

A especialidade de Alexsandro de Souza é cirurgia geral e, por este motivo, não pode realizar procedimentos como este. No entanto, desde 2007 ele faz cirurgias plásticas.

A estimativa é que pelo menos 100 pessoas tenham sido operadas pelo profissional. Ele atuava em Fátima do Sul, Naviraí, Juti e Dourados.

A advogada analisa impetrar ação indenizatória por danos morais e materiais.

"Vimos que a situação é grave. Tem muita vítima e muita gente que não denuncia", diz o presidente da entidade, Waldemar Moraes Souza.

Marcas - As marcas deixadas após as cirurgias só poderão ser reparadas com outras operações. No entanto, nem todas as vítimas têm dinheiro.

"Eu juntei tudo o que eu tinha e fiz a operação. Sabe o cofrinho, que você vai colocando de moedinha em moedinha", desabafa a dona-de-casa Josefa Francisca dos Santos, 48 anos. Em junho de 2008, ela fez uma operação para reduzir o tamanho dos seios e colocou uma prótese na clínica do médico.

Josefa conta que o objetivo era corrigir imperfeições causadas por três gestações. "Ele acabou com meus sonhos", diz a dona-de-casa.

Os seios ficaram com tamanhos diferentes e flácidos. Dois meses depois da primeira operação, ela foi submetida a outra cirurgia, que não resolveu o problema.

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