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Cidades

No sistema público, lotação; no privado problema é demanda e repasse, aponta CRM

Nadyenka Castro | 10/09/2012 08:37

Conselho Regional de Medicina tem função de fiscalizar o atendimento a pacientes e as condições de trabalho dos médicos. Neste trabalho, muita coisa vê por aí

Luís Henrique, presidente do CRM/MS. Conselho faz vistorias em unidades de saúde.(Foto: Divulgação)
Luís Henrique, presidente do CRM/MS. Conselho faz vistorias em unidades de saúde.(Foto: Divulgação)

O CRM (Conselho Regional de Medicina) é o responsável por fiscalizar o atendimento a pacientes e as condições de trabalho dos médicos. O resultado desse trabalho é a constatação de que no setor público o principal problema é grande demanda nos prontos-socorros e, no privado, a remuneração dos médicos e o aumento de usuários de plano de saúde sem a devida proporção de profissionais credenciados.

De acordo com o presidente do CRM/MS, Luís Henrique Mascarenhas Moreira, os locais de atendimento de urgência e emergência estão abarrotados de gente por vários fatores, entre eles: excesso de acidentes, número de leitos que não acompanha o crescimento da cidade, pacientes do interior trazidos para Campo Grande e ainda o fato de que trabalhadores deixam para buscar atendimento nos horários de folga. Estas quatro situações juntas fazem com que os prontos-socorros fiquem lotados em determinados períodos.

“ Aí o paciente fica na maca, sem atendimento adequado, na mesma situação, dois, três dias”, diz Luís Henrique, explicando que esse tipo de situação prejudica o atendimento médico e o resultado do trabalho, no entanto, o profissional que está na linha de frente não é o responsável pela solução do problema. “Não tem como o médico resolver o problema. Ele é apenas um agente”.

A combinação de alguns dos fatores citados acima também superlota os CTIs (Centros de Tratamento Intensivo). “A maioria dos CTIs está ocupada. Quando não tem disponível, o médico faz o possível para dar todo o suporte”.

A procura por pronto-socorro após expediente coincide também com horários em que normalmente acontecem mais acidentes de trânsito, e aí, vem a lotação e a longa espera.

De acordo com Luís Henrique, o CRM também tem observado problemas com equipamentos médicos. “Tanto a parte estrutural quanto a de equipamentos precisa de manutenção periódica, o que não é feito”, cita o presidente do Conselho.

Privado - Em relação ao atendimento a associados a planos de saúde, o presidente do CRM/MS explica que o problema é com repasse aos médicos. “Os profissionais não estão sendo remunerados da forma adequada, além disso, aumentou a quantidade de usuários e os planos não se prepararam”.

Aumentou o número de conveniados e o de médicos não alcançou a mesma proporção. “E aí está a demora em se conseguir consulta”, diz Luís Henrique, que assim como o Sindicato dos Médicos, fala que alguns profissionais “têm optado por sair do plano de saúde”. “Além da remuneração, há limitações também para o profissional, que tem que seguir série de regras. Eles querem ter mais liberdade”.

Fiscalização- Luís Henrique explica que “é dever legal do médico o bom atendimento”, tanto no setor público quanto no privado. “Se alguém suspeitar que houve conduta inadequada, deve fazer denúncia por escrito ao CRM, que abre sindicância”.

Conforme o presidente do CRM, a maior parte das denúncias feitas ao Conselho é referente ao setor público e envolve demora no atendimento em pronto-socorro e suspeita de erro médico.

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