Servidora é acusada de vender terra da União no Pantanal

Uma servidora pública federal é acusada de vender terras da União localizadas em áreas de preservação do Pantanal de Mato Grosso do Sul.

Ela e mais três pessoas foram denunciadas à Justiça Federal nessa quarta-feira pelo MPF (Ministério Público Federal). A quadrilha era liderada pela servidora, lotada na Secretaria do Patrimônio da União.

De acordo com o MPF, a quadrilha agiu de 2002 a 2008 na região da estrada Codrasa, em Ladário, e no distrito de Albuquerque, em Corumbá, a cerca de 430 quilômetros de Campo Grande. A maioria das aéreas é dotada de grande beleza natural.

As terras púbicas da União eram comercializadas de R$ 1,2 mil a R$ 30 mil. Eram terrenos distribuídos pela planície pantaneira, muitos às margens do Rio Paraguai, em Área de Preservação Permanente, que não pode ser ocupada. Também foi vendida uma ilha, situada na Baía de Albuquerque, em Corumbá.

Os quatro foram denunciados pelo MPF pelos crimes de falsa identidade, concussão, corrupção passiva, usurpação de função pública, coação no curso do processo, formação de quadrilha e crimes ambientais.

Investigação - A Procuradoria da República em Corumbá iniciou as investigações, que foram aprofundadas pela Delegacia da Polícia Federal no município, na chamada Operação Veredas.

Depoimentos da população ribeirinha revelaram a existência de um grupo organizado, que intermediava a negociação de terras da União, recebendo vantagem indevida em dinheiro nas transações.

Conforme o MPF, a organização criminosa é responsável pela ocupação irregular de extensas áreas de propriedade da União.

Para o MPF, "as investigações e a denúncia representam uma resposta necessária às pessoas que foram lesadas pela quadrilha, fortalecendo a luta pela moralidade na administração e pelo meio ambiente no Pantanal. Espera-se que a Justiça compreenda o viés social da ação penal proposta e garanta a celeridade devida em sua tramitação".

A acusação ouvirá vinte e uma testemunhas no curso do processo.