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Cidades

Servidores de 4 órgãos continuam em greve e impasse causa prejuízos

Michel Faustino | 16/09/2015 20:19
Greve do INSS completou 76 dias hoje em Mato Grosso do Sul. (Foto: Fernando Antunes)
Greve do INSS completou 76 dias hoje em Mato Grosso do Sul. (Foto: Fernando Antunes)
Docentes da UFMS decidiram manter a greve nesta quarta-feira. (Foto: Fernando Antunes)
Docentes da UFMS decidiram manter a greve nesta quarta-feira. (Foto: Fernando Antunes)

Ao menos 7 mil servidores de quatro órgãos do governo federal em Mato Grosso do Sul permanecem em greve e o impasse tem causado prejuízos a população. Nas agências do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e nos postos da Justiça Federal, de Campo Grande, por exemplo, a paralisação afeta 2 mil atendimentos por dia. Além disso, os estudantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) estão enfrentando um verdadeiro dilema por conta da greve dos docentes. Servidores do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), também estão parados.

Nesta semana, a greve na UFMS completou três meses e na tarde de hoje (15) os docentes decidiram em assembleia manter a paralisação. A intenção é pressionar o Governo Federal para que melhore proposta de reajuste de 10.78%, parcelado por duas vezes em 2016 e 2017, acenando, ao menos, com a correção de distorções na carreira da categoria.

Segundo a Adufms (Associação Docente da Federal de Mato Grosso do Sul ), outro agravante para não se retornar as salas de aulas ou de discutir a saída de greve, foi o anúncio do pacote de corte de gastos públicos que congelou os reajustes do funcionalismo somente para agosto do ano que vem.

A categoria esperava que a primeira parcela de reposição de 5,5% acontecesse já em janeiro de 2016. O percentual ficou abaixo da inflação acumulada no ano de 2015, mas já vinha sendo considerada como aceitável por alguns docentes, em razão da situação econômica pela qual passa o País, mas o adiamento em função do pacote lançado ontem (15) desagradou todos os grevistas.

Apesar da decisão dos docentes em manter a greve, a universidade divulgou o calendário do segundo semestre anos, que terá início no dia 13 de outubro. Conforme a instituição, após o término do movimento paredista docente, serão elaborados Calendários Acadêmicos com períodos de reposição de aulas desde primeiro semestre letivo de 2015.

A decisão da universidade causou polemica entre os estudantes, que em sua maioria defendem a paralisação.

Estudante acredita que decisão da universidade em lançar calendário do segundo semestre tem por objetivo pressionar. (Foto: Fernando Antunes)
Estudante acredita que decisão da universidade em lançar calendário do segundo semestre tem por objetivo pressionar. (Foto: Fernando Antunes)

Para o acadêmico de engenharia de produção, Diego Alvan, 24 anos, a medida pode ser prejudicial, tendo em vista que universidade estaria antecipando matérias e forçando os alunos a terem que se desdobrar para terminar as do primeiro semestre deste ano.

“Eu não concordo com essa medida, até porque a gente não terminou o semestre. Eu acho que eles deveriam aguardar o fim da greve, encerrar as matérias do primeiro semestre e depois lançar e depois fazer o cronograma”, comentou.

INSS –Hoje a greve do INSS completou 75 dias em Mato Grosso do Sul.

Segundo o gerente executivo do INSS no Estado, Joaquim Cândido Teodoro de Carvalho, os servidores esperam o cumprimento do acordo feito informalmente, que contempla as exigência como a implantação de um novo sistema, a realização de um concurso público com no mínimo 89 vagas e o aumento da gratificação.

Quanto aos médicos peritos, segundo ele, 40% aderiram à greve na Capital. Em Três Lagoas, eles não deixaram de atender porque estão revezando os turnos com os médicos que não estão parados.

Além de Campo Grande, oito agências estão fechadas no interior estado, segundo a assessoria do órgão. Já o Ministério da Previdência informou que, dos 37 pontos de atendimento em Mato Grosso do Sul, cinco paralisaram o funcionamento.

Por sorte, a auxiliar de limpeza Esther Vegha, 55 anos, conseguiu ser atendida na agência da Rua 26 de Agosto, em Campo Grande. Ela tinha uma perícia marcada há quatro meses.

Esther estava com atendimento marcado há quatro meses e por sorte foi atendida na agência do INSS. (Foto: Fernando Antunes)
Esther estava com atendimento marcado há quatro meses e por sorte foi atendida na agência do INSS. (Foto: Fernando Antunes)

“Eu estou afastada há dois anos do trabalho por causa de doença e eu precisava voltar aqui. Ainda bem que eles me atenderam porque a minha situação tá difícil. Se não tivesse conseguido ser atendida eu ficaria sem o beneficio”, comentou.

IFMS – A greve dos servidores afeta ainda o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), que conta com 8.420 alunos matriculados em todo o Estado, que se dividem entre dez cursos integrados, realizados junto com o Ensino Médio, sete a distância e quatro presenciais. Só em Campo Grande o IFMS conta com 623 alunos nos cursos presenciais e 783 nos oferecidos à distância.

Segundo o Sinasefe (Sindicato dos Servidores Federais da EducaçãoBásica, Profissional e Tecnológica), entre as principais reivindicações da categoria estão a valorização da carreira do técnico administrativo em educação (TAE); retirada imediata do ponto eletrônico; reajuste de 27,3% com recomposição das perdas salariais, implantação da data-base para 1º de maio; democratização do IFMS.

Servidores de 4 órgãos continuam em greve e impasse causa prejuízos
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