ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 23º

Cidades

Testemunha de morte de garota está sob proteção

Redação | 03/06/2009 16:26

Está no Programa de Proteção à Testemunha, a garota de programa que colaborou com as investigações sobre o assassinato da colega dela, Claudinéia Rodrigues Mendes, a "Néia", 25 anos, ocorrido na noite do dia 8 de maio deste ano, em Campo Grande.

A jovem e uma outra testemunha, ajudaram a Polícia Civil a identificar os autores do crime. Ela está sob proteção do Estado porque, de acordo com a Polícia, foi ameaçada.

Segundo a Polícia, ela recebeu ameaça pelo celular e também através de conversas em boates que freqüentava. A Polícia não detalha o teor das ameaças.

A testemunha foi a primeira a ser ouvida pela Polícia, após o corpo de "Néia" ter sido encontrado em um matagal na divisa dos bairros Santa Emília e Nova Campo Grande.

Ela ajudou a Polícia a identificar o veículo em que estavam os autores; passou as características e também participou, junto com outras testemunhas, do reconhecimento por fotografia.

A garota esteve com os autores antes do crime. Ela foi a primeira a ser abordada por Leonardo Leite Cardoso, 27 anos; Hugo Pereira da Silva e Fernando Pereira Verone, ambos de 19 anos.

Os três estavam no Palio Wekend de placa CXQ-7687, do pai de Fernando. Eles abordaram a testemunha na região da Praça Ary Coelho. Ela disse que só iria caso uma amiga fosse junto. Os rapazes também abordaram uma terceira garota de programa, que não aceitou a proposta.

"Néia" então decidiu ir junto e eles seguiram em direção ao motel Chega Mais. Quando passavam pelo local, de acordo com a Polícia, começaram a questionar se as garotas tinham dinheiro, cartões, e falaram que o programa seria de graça.

A testemunha disse que percebeu que estava em risco e pulou do carro em movimento e foi socorrida por funcionários do motel, com escoriações por todo o corpo.

"Néia" seguiu com os rapazes. Segundo Hugo e Leonardo, neste momento eles aumentaram a velocidade do carro e decidiram ir para as proximidades do Aeroporto Internacional.

O carro era conduzido por Hugo. Leonardo e Fernando estavam no banco traseiro com a garota de programa. De acordo com a Polícia, durante esse trajeto, os rapazes chegaram a trocar carícias com a vítima. Eles negam.

Eles então pararam o veículo na rua Wilson Paes de Barros, que fica a três quilômetros da avenida Duque de Caxias. Conforme laudo pericial, a casa mais próxima do local onde o corpo foi encontrado fica a 800 metros.

Leonardo conta que apenas empurrou, com o pé, "Néia" do carro. Segundo ele, ela caiu e então Fernando pegou uma pedra, grande, e desferiu nela. Em seguida, na versão de Leonardo, ele entrou no carro e Fernando deu mais um golpe.

Conforme ele, Hugo desceu do veículo e ficou a cerca de 10 metros do local. Eles alegam que a idéia de matar a garota de programa partiu de Fernando, e eles aceitaram com medo de que ela os denunciasse à Polícia. No entanto, não explicam o porquê do receio.

Na versão da Polícia, Leonardo era o mais violento, e não Fernando. Além de empurrar "Néia" do veículo, ele ainda ajudou a desferir os golpes de pedra e tijolo, junto com Fernando, que foi o autor do primeiro.

A versão da Polícia e dos autores é a mesma quanta a participação de Hugo. Ele não participou dos golpes, no entanto, conforme a Polícia, ajudou a carregar o corpo para o interior do matagal.

Após o crime, eles contam que ficaram "passados" e saíram em alta velocidade, já com Fernando dirigindo. Hugo diz que ficou no bairro São Conrado, próximo ao local, e Leonardo na casa de Fernando, que também fica perto do matagal: no bairro Nova Campo Grande.

De acordo com Leonardo, ao chegar em casa, Fernando mentiu para o pai. "Ele disse que tinha batido o para-choque em uma tentativa de assalto, mas na verdade foi quando a gente saiu lá do lugar".

Prisão - Hugo foi preso no trabalho, em um posto de combustíveis. Ele estudava Ciências Contábeis na Unaes. Segundo ele, em nenhum momento foi maltratado pela Polícia.

Hugo diz que desde que foi preso, nessa terça-feira, os pais não o procuraram. "Eles estão arrasados".

Leonardo foi preso em casa, no bairro Ana Maria do Couto, entre 7h e 7h30. "Eu estava deitado no sofá, aí minha mãe disse. Léo, a Polícia está aí. Nesse momento, eu já sabia". Leonardo faz cursinho pré-vestibular e é auxiliar administrativo.

A Polícia não divulga informações que tem sobre Fernando por ocnsiderar que isso pode atrapalhar as investigações. O rapaz é estudante de Direito, na Estácio de Sá.

Na casa de Fernando, a Polícia encontrou espingarda de pressão, arma de brinquedo, soco inglês e cápsulas de calibre 38 deflagradas.

Nos siga no Google Notícias