Cheias de atrativos, aldeias se prepararam para receber turistas em Nioaque
Projeto envolve cinco comunidades e prevê roteiros culturais, gastronômicos e de ecoturismo
A partir de 2026, turistas poderão viver experiências imersivas em comunidades indígenas de Nioaque, a 185 km de Campo Grande. Quatro aldeias Terena: Cabeceira, Água Branca, Taboquinha e Brejão - e a Vila Atikum participam do projeto de etnoturismo que está em fase de formatação.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Comunidades indígenas de Nioaque, em Mato Grosso do Sul, preparam-se para receber turistas a partir de 2026. O projeto de etnoturismo, desenvolvido com apoio do Sebrae e da Fundação de Turismo, envolve quatro aldeias Terena e uma Vila Atikum, que oferecerão experiências culturais, trilhas, gastronomia tradicional e atividades aquáticas. A iniciativa, que visa gerar renda para as comunidades, está em fase de planejamento participativo e inclui a formação dos moradores, estruturação do Conselho Municipal de Turismo e elaboração do Plano de Visitação conforme diretrizes da Funai. O projeto também prevê um calendário de eventos e uma plataforma online para agendamento das visitas.
No projeto NIOAC - Turismo e Cultura Indígena, cada território vai oferecer atividades diferentes. Estão previstas trilhas históricas, banhos de rio, gastronomia tradicional, pintura corporal, dança, visita ao museu Terena, além de experiências ligadas à cultura e ao lazer.
O professor de Língua Terena e liderança cultural da Aldeia Cabeceira, Thiago Souza, participa da elaboração do projeto. Experiente em conduzir turistas no Pantanal, ele pretende oferecer um roteiro voltado à observação de aves.
“O pessoal está muito engajado em oferecer atrativos diferenciados”, destaca.
Planejamento participativo - Segundo a analista técnica do Sebrae, Lorrany Godoy, o projeto está em fase de planejamento e envolve os moradores em todas as etapas. A proposta é fortalecer o turismo de base comunitária como alternativa de geração de renda nas aldeias.
Com apoio do Sebrae e da Fundação de Turismo do Estado, os trabalhos começaram em janeiro e devem ser concluídos em novembro deste ano. Segundo Lorrany, nesta etapa, estão sendo definidos os roteiros, organizadas as associações locais e estruturado o Conselho Municipal de Turismo.
O Plano de Visitação seguirá as diretrizes da Instrução Normativa nº 03/2015 da Funai. O documento permitirá a emissão da carta de anuência, necessária para autorizar as atividades turísticas.
Formação - A aldeia Brejão tem sido referência nos treinamentos. As equipes já participaram de cursos de guia, ecoturismo, turismo de aventura, atendimento e primeiros socorros.
Segundo o cacique Ademar da Silva, da aldeia Brejão, atualmente, o grupo realiza pesquisa de valores para os roteiros e que a proposta é oferecer preços acessíveis. Silva ressalta que o município de Nioaque é um caminho alternativo para Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, percurso da Rota Bioceânica e que o etnoturismo poderá ser um atrativo para os viajantes.
Estruturação do etnoturismo - O projeto é desenvolvido em parceria com a Ícone Consultoria, de Mato Grosso, que já atuou em comunidades indígenas naquele Estado. Foram identificados os potenciais turísticos de cada local e planejadas melhorias na infraestrutura de recepção.
Também está previsto um calendário de eventos mobilizadores, como corridas, cicloturismo e festivais gastronômicos, nos quais as aldeias poderão ser incluídas. Toda a programação ganhará ainda uma página na internet sobre etnoturismo, onde os interessados poderão fazer uma visita virtual e agendar as experiências.