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Em Pauta

Os longos braços das fobias e manias que escravizam a mente

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 04/07/2025 07:02
Os longos braços das fobias e manias que escravizam a mente

Todos nós somos movidos por medos e desejos. Creio que não há exceção. Às vezes nos tornamos escravos deles. Foi Benjamin Rush, um dos expoentes da independência dos Estados Unidos, em 1.786,  quem deu inicio à nomeação dessas obsessões e ideias fixas. Até então, a palavra “fobia” era aplicada apenas a sintomas de doenças físicas , já a palavra “mania” era somente relacionada a situações sociais. Rush reformulou os dois conceitos e os definiu como fenômenos psicológicos. O gringo enumerou dezoito fobias, entre elas a aversão a sujeira, fantasmas, médicos e ratos. Também enumerou 25 manias, entre elas, a “mania de jogos” e a “mania militar”. O gringo era bem humorado. “Criou” uma mania que fez sucesso: a “mania doméstica”, segundo ele, “afligia” homens que se sentiam compelidos a dar uma paradinha no bar após o expediente.


Os longos braços das fobias e manias que escravizam a mente

Enxurrada de novas manias.

No inicio do século XIX, a lista de Rush foi acrescida de uma série de novas manias. No inicio do XX, já se falava em uma caudalosa enxurrada de manias. Incluíram o medo irracional de grandes espaços públicos, de espaços fechados, de corar ou enrubescer e de ser enterrado vivo (agorafobia, claustrofobia, eritrofobia e tafefobia). Também surgiu a mania de dançar (coreomania), o impulso de viajar (dromomania) e a compulsão de arrancar os próprios cabelos ou pelos (tricotilomania). E continuaram a surgir sem pausa. Uma das mais recentes é a “nomofobia” - pânico de não ter à mão um celular.


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Preconceitos e muito mais….

Algumas das fobias e manias de forma alguma são diagnósticos psiquiátricos, mas palavras cunhadas para nomear preconceitos (homofobia e xenofobia, por exemplo). Outras, brincam com modinhas - “beatlemania” - ou para dar um nó na leitura - “hipopotomonstrosesquipedaliofobia”, um distúrbio caracterizado por medo irracional de palavras grandes ou complicadas.


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Revelam nosso íntimo.

Fobias e manias revelam nosso íntimo. Coisas que nos fazem recuar de repugnância ou das quais tentamos de tudo para nos aproximarmos. Coisas que não conseguimos tirar da cabeça. E ainda há as fobias e manias coletivas. Há quem as defina como as “loucuras dos sãos”, cristalizam nossos medos e fantasias e nos permitem seguir em frente.


Os longos braços das fobias e manias que escravizam a mente

Como saber se você tem fobia ou mania?

Para que o medo de um indivíduo seja diagnosticado como fobia, a Associação Norte-Americana de Psiquiatria editou um manual. O medo deve ser excessivo, irracional, e ter durado seis ou mais meses. Além disso, dizem os gringos que mandam nessa questão, deve ter levado o indivíduo a evitar a situação ou objeto temido a ponto de interferir em seu comportamento racional ou na capacidade de levar uma vida normal. Também fazem uma divisão em cinco fobias: fobias de animais, fobias de ambiente natural (altura ou água), fobias de sangue-injeção-ferimentos, fobias situacionais (espaços fechados) e outros medos extremos, como pavor de vomitar, engasgar ou de barulhos. As fobias são mais comuns em crianças do que em adultos. As taxas caem muito entre idosos. As mulheres apresentam duas vezes mais casos de fobias do que os homens. Os gringos catalogaram 132 fobias.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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