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Em Pauta

Pesquisa indica: há um labirinto cerebral regulando a fome

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/09/2021 06:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Não há solução milagrosa. Dietas, medicamentos e vontade não são suficientes para combater a obesidade. As últimas pesquisas mostram que há um alto grau de complexidade em nossos cérebros para nos alimentarmos. Além dos fatores fisiológicos, há os de natureza psíquica. A alimentação tampouco está localizada em uma só região cerebral, há um verdadeiro labirinto determinando a necessidade de comer. Os cientistas estão apenas começando a conhecer as "ruas" desse labirinto.


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Um AVC mostra o caminho.

Uma mulher canadense de 28 anos sofreu um acidente vascular cerebral, um AVC. Afetou a ínsula posterior esquerda do cérebro. Estava recuperada em 11 dias. Todavia, sete meses depois de sair do hospital e sem que tivesse qualquer tratamento farmacológico, não tinha sinal algum de fome. Perdeu o apetite e as comidas não lhe davam prazer algum durante 15 meses. Essa é uma pesquisa recente realizada pela Universidade de Montreal. Acreditam ter descoberto uma nova região do cérebro implicada no processo da fome.


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A pesquisa do Texas coincide na complexidade da fome.

A faculdade de medicina de Baylor, no Texas, coincide na complexidade de regular o comportamento de ingerir um alimento por necessidade ou prazer. É difícil, depois de saciarmos a fome, basta vermos um belo alimento para que recomecemos a comer como se tivéssemos muita fome. A pesquisa texana descobriu que, ainda que o cérebro controle ambos comportamentos - fome fisiológica e psíquica -, através de neurônios produtores de serotonina em uma região cerebral denominada mesencéfalo, cada tipo de alimentação esta conectada com seu próprio circuito independente. Há centenas de circuitos a serem cuidados para que nossa glutonice tenha fim. Você controla o circuito da pizza, mas não consegue controlar o da feijoada, por exemplo. Assim, tuas dietas passam a ter valor insignificante.


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Mecanismo da alimentação.

As notícias sobre as recentes pesquisas são prometedoras, mas mostram que o presente das terapias de combate à obesidade se aproximam da nulidade ou do perigo. Não há uma solução fácil, não há um atalho. Mostram que o mecanismo psíquico da fome é mais rápido que o fisiológico. Ao começar a comer, o estômago se distende e, momentaneamente, tira a sensação de fome. Mas logo, com a digestão, são liberadas várias substâncias e hormônios - leptina, insulina e colecistoquinina - que, pelo sangue ou através dos nervos, atuam sobre o centro da saciedade. Todo esse mecanismo funciona de forma inconsciente. E, a seguir, vem o consciente. Se vê uma comida que o atrai, comerá ainda que o estômago esteja cheio.


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A chave é encontrar um medicamento que atue no limite do normal.

Não é fácil encontrar um medicamento que tire a fome. Ele pode eliminar também tudo que esteja relacionado com a satisfação, com os mecanismos de incentivos e motivações. A motivação seria a fome, a sede ou o impulso sexual; o incentivo seria uma boa comida, a sede ou uma relação sexual satisfatória. Não há medicamento. Os existentes são viciantes ou podem inibir tudo. A chave é encontrar um remédio que funcione nos limites do que se considera normal.

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