Família pede socorro e Samu se recusa a atender idosa com Alzheimer após queda
Médica alegou que vítima havia sido removida do local e por isso não poderiam atender o acidente doméstico
Na última sexta-feira (20), Eliza Ortiz, de 71 anos, caiu ao tentar puxar os fios de uma lâmpada no banheiro. A filha, Eliane Ortiz, de 46 anos, afirma que acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas a médica se recusou a enviar uma equipe, alegando que a vítima havia sido retirada do local da queda. Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.
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Uma idosa de 71 anos sofreu uma queda em sua residência em Campo Grande e teve o atendimento negado pelo Samu. Eliza Ortiz, que possui Alzheimer, caiu ao tentar puxar fios de uma lâmpada no banheiro. A médica do serviço de emergência se recusou a enviar uma equipe porque a paciente já havia sido removida do local do acidente. O Corpo de Bombeiros foi acionado e prestou o socorro adequado, encaminhando a idosa à Santa Casa, onde foram constatadas fraturas na bacia e no fêmur. Eliza passou por cirurgia e está internada no Hospital do Trauma. A Secretaria Municipal de Saúde não se manifestou sobre a negativa de atendimento do Samu.
Diagnosticada com Alzheimer, Eliza precisa de cuidados constantes e mora com a filha no bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Eliane conta que se descuidou por alguns instantes e, ao reencontrar a mãe, viu que ela puxava os fios de uma lâmpada no banheiro. Com medo de que levasse um choque, tentou afastá-la, mas a idosa reagiu com força e caiu no chão.
Eliza começou a gritar de dor, e a filha a colocou em uma cama ao lado do banheiro antes de ligar para o Samu. Ao relatar o ocorrido, ouviu da médica que, como a vítima já havia sido removida do local da queda, o atendimento não era mais de responsabilidade da equipe do Samu. A profissional recomendou que a idosa fosse levada por meios próprios até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), sugerindo inclusive que evitassem a unidade da Coronel Antonino, por estar lotada, e listou outras que realizam raio-x.
A neta de Eliza, Kamila Monteiro, de 30 anos, contou que recebeu uma mensagem da mãe, que estava desorientada, pedindo que ela fosse até a casa delas de carro, para levar a avó até uma UPA. Kamila então ligou para o Corpo de Bombeiros, que chegou em cerca de cinco minutos no local do acidente.
“Eles identificaram possíveis fraturas, imobilizaram ela direitinho e a levaram direto para a Santa Casa. Lá, constataram que ela quebrou a bacia e o fêmur. Ela passou pela primeira cirurgia da perna no sábado (21), e agora que estamos mais calmas, fica a pergunta: e se eu e minha mãe saíssemos com ela quebrada no carro?”, questiona Kamila.
Ela também destaca que a mãe é pequena e magra, sem condições físicas de carregar a idosa no colo. “Fiquei chocada com a falta de acolhimento, de empatia, talvez. Não sei. Minha mãe faz parte de um grupo que cuida de idosos fragilizados pelo Alzheimer e ficou apavorada com o acidente. Sente culpa, medo de que algo pior aconteça, e quando pediu ajuda, não teve. Ainda bem que os bombeiros foram”, desabafa.
Atualmente, Eliza está internada no Hospital do Trauma, em uma ala reservada para idosos, e a família acompanha de perto sua recuperação. A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que informou através de nota que irá apurar a situação com a "devida atenção" e afirmou que o Samu tem "compromisso com a excelência no atendimento à população e com o cumprimento rigoroso dos protocolos técnicos e éticos que regem sua atuação".
A nota termina reforçando que o Samu "atua diariamente para garantir um atendimento ágil, humanizado e de qualidade a toda população".
Matéria editada às 11h para inserção de resposta.
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