Filha denuncia hospital por suposto erro médico que causou a morte da mãe
Luciana teve o intestino perfurado após uma cirurgia minimamente invasiva e veio a óbito dias depois

A dor da professora Patrícia Mayara Gomes Pinheiro, de 35 anos, ainda é recente. Três meses depois da morte da mãe, Luciana Gomes Pinheiro, de 51 anos, ela reuniu forças para contar o que considera uma sucessão de erros médicos no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande. Segundo Patrícia, Luciana teve o intestino perfurado durante uma cirurgia minimamente invasiva e acabou morrendo por infecção generalizada e falência dos rins.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Professora de 35 anos denuncia possível erro médico após morte da mãe no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande. Luciana Gomes Pinheiro, de 51 anos, faleceu em julho após complicações de uma laparoscopia diagnóstica, que resultou em perfuração intestinal. A paciente, que tratava um câncer de ovário há cinco anos, recebeu alta mesmo com sinais de infecção e retornou ao hospital dias depois em estado grave. Luciana não resistiu ao quadro de choque séptico e insuficiência renal aguda. O hospital informou que encaminhou o caso para análise da Comissão de Ética.
Luciana estava em acompanhamento há cinco anos no hospital por um câncer de ovário do tipo borderline, uma forma intermediária entre o benigno e o maligno. Em julho deste ano, exames pagos pela família indicaram a presença de uma íngua na região abdominal, e o médico responsável solicitou uma laparoscopia diagnóstica. A cirurgia, porém, não foi realizada por ele, mas por outro profissional da equipe.
- Leia Também
- MS propõe complexo para regular leitos e evitar remoção errada de pacientes
- Com laudos, mãe prova que filha desnutrida lutava contra quatro doenças graves
“Minha mãe estava ótima, fazia faxina, tinha saúde. No dia 21 de julho fez três faxinas. No dia seguinte fez a cirurgia, e no dia 23 deram alta para ela, mesmo com infecção. Só depois descobrimos que o intestino tinha sido perfurado”, relata Patrícia, que acompanhava de perto o tratamento da mãe. “Ela foi medicada e mandada para casa, mas já estava com sepse e ninguém percebeu. Dois dias depois, já estava inconsciente.”
Na sexta-feira (25), Luciana voltou ao hospital e, após uma tomografia, veio a confirmação: havia perfuração intestinal e contaminação dos órgãos. Ela passou por uma cirurgia de emergência e foi levada para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas não resistiu. Morreu no domingo, dia 27 de julho.
A certidão de óbito aponta “choque séptico, abdome agudo perfurativo e insuficiência renal aguda” como causas da morte. Patrícia diz que pretende acionar a Justiça contra o médico responsável e o hospital. “Eu sou filha única; minha mãe era tudo para mim e cuidava da minha avó, que também é paciente oncológica. Foi uma imprudência que destruiu nossa família”, lamenta.
Em nota enviada ao Campo Grande News, o Hospital de Câncer Alfredo Abrão afirmou que, em respeito à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e ao sigilo médico, não comenta casos individuais de pacientes. A instituição destacou que todos os procedimentos seguem protocolos éticos e técnicos e que não havia sido notificada oficialmente sobre o caso até o momento do contato da reportagem.
O Hospital informou ainda que encaminhou o relato à Comissão de Ética e Revisão Técnica Médica para análise e eventuais providências, colocando-se também à disposição da família e dos órgãos competentes para prestar todas as informações necessárias.
“Reforçamos nosso compromisso com a ética, a transparência e a qualidade da assistência prestada, assegurando apoio à família e aos órgãos competentes neste momento delicado”, conclui a nota.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

