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Direto das Ruas

Radioterapia fica limitada e paciente com linfoma tem atraso no tratamento

Apenas o equipamento do Hospital do Câncer está em funcionamento para atender as demandas do Estado

Por Kamila Alcântara | 14/09/2025 09:24
Radioterapia fica limitada e paciente com linfoma tem atraso no tratamento
Aparelho para radioterapia usado no Hospital de Câncer da Capital atualmente está obsoleto, segundo fabricante (Foto: Divulgação/Assessoria)

Campo-grandense de 49 anos precisa passar por radioterapia e a espera pelo agendamento já passou de um mês. Ele tem linfoma de Burkitt, tipo agressivo de câncer que cresce rapidamente e pode atingir mandíbula, abdômen e sistema nervoso central. Esse caso chegou ao Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas.

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Paciente com linfoma enfrenta atraso para radioterapia em Campo Grande. A demora ocorre devido à manutenção em um dos aparelhos do Hospital Universitário, fechado para novos pacientes desde agosto. O serviço deve ser retomado em novembro. Enquanto isso, pacientes são direcionados ao Hospital de Câncer Alfredo Abrão, que afirma atender 95 pessoas por dia, mas mantém fila interna de 14 pacientes aguardando exames. O hospital alega que o contrato adicional com a Secretaria Municipal de Saúde, para absorver a demanda do HU, não foi formalizado. Um novo aparelho está em instalação no Hospital Regional, mas ainda sem licença para operar.

“Fiz seis meses de quimioterapia, internado na Santa Casa. O tumor praticamente sumiu, mas ainda restaram resquícios. O médico pediu radioterapia; tenho o laudo desde 6 de agosto e, até agora, nada. Dizem que a fila está muito grande. A gente precisa de urgência”, relatou.

A demora ocorre porque um dos aparelhos de radioterapia da Capital, localizado no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), está em manutenção desde o fim de agosto.

Segundo o hospital, a agenda do SISREG (Sistema de Regulação do SUS) foi fechada no dia 29 daquele mês para novos encaminhamentos, permitindo apenas a conclusão do atendimento dos pacientes já em tratamento. O serviço só deve ser retomado em 3 de novembro, após a conclusão da chamada atualização tecnológica.

Enquanto o HU (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) permanece sem novos atendimentos, a Prefeitura informou que os pacientes estão sendo direcionados ao Hospital de Câncer Alfredo Abrão. De janeiro a agosto, foram feitos 970 agendamentos de radioterapia em Campo Grande, dos quais 487 são de moradores da Capital.

Já o Hospital do Câncer garante que o serviço funciona normalmente, com capacidade de 95 atendimentos por dia. Afirma, porém, que mantém uma fila interna de 14 pacientes em fase de exames e planejamento antes de iniciar o tratamento.

O hospital relata que foi procurado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) em julho para assumir parte da demanda do HU, mas o contrato adicional nunca foi formalizado. Hoje, a instituição já gasta cerca de R$ 250 mil por mês, além do valor contratualizado com o SUS.

Outro equipamento de radioterapia está em fase final de instalação no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. A obra civil está 80% concluída e o aparelho, entregue em junho, ainda não recebeu licença para operação. O investimento total chega a R$ 16,3 milhões, sendo R$ 11,8 milhões na obra e R$ 4 milhões no equipamento.

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