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Comportamento

Contra a maré, adolescentes escolheram fechar o ano rezando

Entre tantas escolhas, dezenas de jovens optam pela oração e comunhão cristã

Por Clayton Neves | 13/12/2025 07:30

Dezenas de adolescentes decidiram encerrar o ano de um jeito que foge do roteiro mais comum dessa fase da vida. Enquanto muitos escolhem festas, bebidas e outras descobertas típicas da adolescência, uma turma resolveu encarar a igreja, o terço e a oração.

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O Terço dos Adolescentes, movimento criado na Paróquia São João Bosco durante o pós-pandemia, reúne cerca de 800 jovens que optam por dedicar suas noites de sexta-feira à oração e comunhão. O projeto, que começou com apenas cinco participantes, hoje conta com uma média de 150 adolescentes por encontro. O diferencial da iniciativa está no protagonismo juvenil, com os próprios adolescentes conduzindo as atividades, que incluem música, dança e momentos de oração. Além da vivência religiosa, o grupo proporciona um espaço de acolhimento onde os jovens compartilham experiências e discutem temas relevantes para sua faixa etária, como escola, namoro e sexualidade.

Na noite de sexta-feira (13), a Paróquia São João Bosco ficou cheia de jovens reunidos no Terço dos Adolescentes, um movimento que nasceu de forma simples, no pós-pandemia, e hoje reúne centenas de participantes.

Segundo a coordenadora Mariana Dias, a ideia surgiu quando os adolescentes retornavam às atividades depois do isolamento da pandemia, ainda carregando dores, solidão e tristeza.

Contra a maré, adolescentes escolheram fechar o ano rezando
No encontro, adolescentes estreitaram laços com o divino. (Foto: Juliano Almeida)

Primeiro vieram os encontros informais, jogando vôlei no pátio da paróquia. Aos poucos, surgiu a proposta de todos se reunirem para rezar.

“Começamos com poucos amigos, rezando uma Ave-Maria, depois um terço. A gente jogava, compartilhava lanches e rezava. Quando percebemos, de cinco adolescentes, já tinham 50. Na outra semana, 60. Hoje temos cerca de 800 adolescentes no grupo”, conta Mariana.

A cada encontro, a média de presença chega a 150 jovens, que se reúnem duas sextas-feiras de cada mês. O diferencial do Terço dos Adolescentes está no protagonismo juvenil. Quase tudo é feito por eles. A música, a dança, a acolhida e até a organização.

Contra a maré, adolescentes escolheram fechar o ano rezando
A fé se tornou refúgio para complexidades da adolescência. (Foto: Juliano Almeida)

“Aqui, os servos são todos adolescentes. Adulto só tem eu. Eles tocam violão, pandeiro, cantam, dançam e também participam de formações, onde conversamos sobre escola, namoro, sexualidade e as dificuldades da idade”, explica a coordenadora.

A proposta segue o carisma salesiano de ser um “pátio” para jovens, um espaço de acolhimento, escuta e formação humana e espiritual.

Sophie Dias, de 15 anos, coordena o projeto ao lado de Mariana e está no grupo desde o início. Ela lembra que tudo começou em um momento difícil da vida dela e dos amigos. “A gente estava passando por muita coisa e resolveu rezar”, resume.

Contra a maré, adolescentes escolheram fechar o ano rezando
Animado, grupo cantou e dançou ao som de louvores católicos. (Foto: Juliano Almeida)

Para ela, a escolha de estar na igreja, em vez de outros ambientes comuns da juventude, tem um sentido profundo. “Lá fora pode parecer mais interessante, mas aqui tem um amor mais sereno, mais puro. Aqui é família. Se eu pedir ajuda ou uma oração, eu sei que alguém vai estar por mim”, avalia.

Esse sentimento de acolhimento também é o que motiva Yasmin Rocha Sabadin, de 15 anos, a continuar frequentando o terço. Mesmo vinda de uma família católica pouco praticante, ela foi convidada por amigos e acabou se surpreendendo.

“No começo eu achava que ia ser chato, mas quando eu vim, conheci e amei. Aqui tudo fica mais leve. Mesmo quando a gente vem sem vontade, sai diferente”, conta. Para ela, a adolescência é cheia de tentações, mas a fé ajuda a manter o equilíbrio. “Quando a gente está aqui, lembra o porquê e tudo faz sentido”, relata.

Contra a maré, adolescentes escolheram fechar o ano rezando
Altar com velas e São João Bosco para o momento especial da turma

Nas horas em que ficam juntos, os adolescentes cantam, dançam ao som de louvores, rezam o terço, compartilham experiências e participam do momento de adoração. Murilo da Cunha Oliveira, de 15 anos, conheceu o movimento por influência dos amigos. Ele conta que nunca teve o hábito de frequentar a igreja, mas decidiu experimentar.

“Vi que eles conseguiam resolver problemas da vida, melhorar a relação com os pais. Eu senti que precisava passar por isso também”, relata. Hoje, além de participar ativamente, ele tem o objetivo de levar a família. “Agora eu tento trazer meus pais, para eles sentirem o que eu senti”, destaca.

A vivência da fé acaba transbordando para dentro de casa, como foi para Maria Eduarda Pinheiro Fernandes, de 17 anos. Após participar de um acampamento em 2023, ela passou a frequentar as missas com mais constância e, aos poucos, conseguiu levar a mãe junto.

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Dezenas de jovens escolheram passar a sexta-feira à noite adorando a Deus. (Foto: Juliano Almeida)

“O padre sempre dizia que é no tempo de Deus, não no nosso. E com o tempo, as coisas foram acontecendo”, conta. Para ela, estar no terço em uma sexta-feira à noite não significa abrir mão de ser jovem. “Não é errado ir a um show ou a uma festa, o importante é o que você faz lá. Aqui, além da fé, a gente vê muita gente, cria laços e quer ser exemplo”, avalia.

Rafael Scardini Menegazo, de 15 anos, também escolheu encerrar o ano rezando. Vindo de uma família católica praticante, ele diz que estar na igreja já faz parte da rotina. “É um lugar onde eu me conecto com Deus. Sexta-feira é dia de terço, então venho sempre”, resume.

Para Mariana, a maior prova de que o projeto dá certo é ver adolescentes felizes, livres e conscientes de suas escolhas. “Eles estão aqui dançando, cantando, louvando, sem bebida, sem drogas. Eles aprendem que podem ser felizes assim, livres em Deus”, finaliza.

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