Área vira "queridinha" de construtoras e apartamento já custa R$ 2 milhões
Enquanto do lado de dentro adultos e crianças, atletas e moradores aproveitam os atrativos do Parque das Nações Indígenas, do lado de fora, quem investiu em imóveis na região só tem o que comemorar. Em dois anos, a valorização do metro quadrado da região ultrapassou 57%, conforme números do Secovi/MS (Sindicato da Habitação). Hoje, para morar no entorno do parque, só quem tiver no mínimo R$ 2 milhões na conta.
Os números positivos do setor imobiliário fizeram da região a mais visada pelas grandes construtoras. Quem passa por ali, vê as obras dos novos empreendimentos em andamento e o presidente do Secovi/MS estima que, em não mais que dois anos, o metro quadrado salte dos atuais R$ 5,5 mil para R$ 7 mil.

“O Parque das Nações é o nosso Ibirapuera. O verde e pistas de caminhadas, tanto do lado de dentro quanto na avenida Afonso Pena, atraem qualquer um. Porque comprar ali não é só morar, mas investir”, compara o presidente do Secovi/MS, Marcos Augusto Netto, com o reduto paulista dos imóveis de alto padrão para quem coloca a qualidade de vida em primeiro lugar.
“Fora o parque, é uma região autossuficiente. Saindo de casa a pé, você tem todos os serviços por perto. Escolas, padarias, restaurantes, farmácias, bancos, transporte público acessível, e um shopping, com cinema e todo tipo de loja. Esses são os fatores que mais pesam tanto para a construtora como para o comprador”, acrescenta.
O mercado – O Grupo Plaenge reforça os motivos para apostar na região. No entorno do Parque das Nações, o primeiro empreendimento foi entregue em maio de 2011, o Le Corbusier, na Antônio Maria Coelho.
O vizinho é o condomínio Arts de France Residence, cuja primeira das duas torres foi entregue em outubro do ano passado, e a próxima está prevista para o final deste ano.
"Fazemos pesquisas de mercado para entender onde as pessoas querem morar. Uns querem um lar perto da universidade, outros perto do Centro, mas o desejo da maioria é perto do parque”, aponta o gerente regional da Plaenge em Campo Grande, Luiz Octávio Pinho.

Ele explica que, por lá, os imóveis construídos são de alto padrão (com itens como fitness center, sauna, sala de repouso e de massagem, quadra de tênis), por isso, não saem por menos de R$ 2 milhões. “E construir um prédio top de linha valoriza a região, além de atrair outras empresas. O entorno do parque hoje é mesmo o espaço mais cobiçado”, acrescenta.
A paulista Helbor é outra que aposta no Parque, e chega para concorrer com a então soberana Plaenge na área nobre da cidade. Na rua Tabelião Murilo Rolim, a previsão de inauguração do Passarela Park Prime é 2016, com apartamentos com preços pouco menos salgados, entre R$ 650 mil e R$ 850 mil, mas ainda voltados para a classe média alta, com home cinema, miniarvorismo para as crianças e pet place.
Motivo que levou a incorporadora a apontar a região como “estratégica”. “A área sofreu modificações importantes nos últimos cinco anos, os melhores empreendimentos estão instalados próximos daqui, além do acesso às principais avenidas da cidade”, pontua o diretor da Setin, uma das empresas da incorporadora, Antônio Setin.
Do outro lado da moeda, quem mora corrobora a tese dos especialistas do mercado imobiliário. “Moro há pouco mais de três anos e recomendaria cegamente. Posso estar sempre no parque, caminhando. É próximo ao centro, ao shopping, proporciona uma qualidade de vida fantástica e não tenho dúvida de que seja um excelente local para investir”, opina o advogado Denner Mascarenhas, 40 anos, que mora em frente ao parque.
O começo – Apesar de sinônimo de qualidade de vida, o “divisor de águas” que conceituou a região do Parque como o metro quadrado mais caro da cidade, foi a inauguração do shopping Campo Grande, há 24 anos.
“Antes, a cidade acabava ali. Foi a chegada do shopping, o primeiro de Campo Grande, que atraiu comerciantes e trouxe infraestrutura, avenidas, asfalto, o que deram o ‘start’ para a valorização da região. Esse processo de urbanização atraiu as incorporadoras, que começaram a anunciar o parque como atrativo para seus empreendimentos”, acredita Netto.