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Capital

"Olhar dele era de menosprezo pela própria filha", diz ex-cunhada em depoimento

Segundo Wesla Kênia, réu de 25 anos nunca demonstrou paciência para lidar com a esposa e a bebê

Por Clara Farias e Gabi Cenciarelli | 12/08/2025 15:42
"Olhar dele era de menosprezo pela própria filha", diz ex-cunhada em depoimento
Sophie, de dez meses, ao lado de madrinha Wesla Kênia Lima Eugênia (Foto: Arquivo Pessoal)

"O olhar dele era de menosprezo para com a própria filha", relembrou Wesla Kênia Lima Eugênia, de 27 anos, irmã de Vanessa Eugênia Medeiros, durante a primeira audiência sobre o duplo feminicídio que vitimou a jovem de 23 anos e a bebê Sophie Eugênia, de 10 meses. O réu, João Augusto Borges, de 25 anos, acompanhou o depoimento da ex-cunhada.

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Wesla Kênia Lima Eugênia, cunhada de Vanessa Eugênia Medeiros, depôs sobre o duplo feminicídio que vitimou a jovem de 23 anos e sua filha, Sophie, de 10 meses. Ela relatou que o réu, João Augusto Borges, demonstrava desprezo pela família e não se envolvia nos cuidados da filha, deixando toda a responsabilidade para Vanessa. Durante a audiência, também foi ouvido um primo de Vanessa, que mencionou conversas estranhas de João com seus filhos e a falta de sinais de violência, embora tenha notado comportamentos preocupantes. Vanessa sonhava em abrir um negócio e desejava contribuir financeiramente para a família.

Segundo Wesla, o réu nunca demonstrou paciência para lidar com a esposa e a filha. "Ele não gostava de ficar com a Sophie, só a Vanessa cuidava. Ele ficava no tempo dela tomar banho", disse. Madrinha da bebê, Wesla contou que a família ajudava Vanessa a se manter em Campo Grande, já que ela não trabalhava e dedicava-se integralmente à filha.

"Ela nunca comentou que queria se separar. A única coisa que me disse foi que, se acontecesse algo com ela, era para eu cuidar da bebê", relatou.

De acordo com a irmã, quando visitava a família na Capital, João evitava contato. "Ele passava reto e ia para o quarto. O que tinha para falar conosco era sobre jogos. Mas a forma como olhava para a Sophie não era de quem amava. Eu tenho filho, sei o que é amor de pai, e isso a gente não via", afirmou. Wesla também disse que a irmã sonhava em abrir uma loja online de velas aromáticas.

"Ela queria trabalhar e ter renda. Falava: 'não gosto de precisar de dinheiro, quero ajudar o João'. Ela tinha muitos sonhos, amava a vida, amava fazer bolo para esperar ele", contou ela.

A testemunha lembrou de um episódio em que o cunhado chegou em casa e ignorou a visita. "Ele simplesmente passou reto, como se não tivesse ninguém ali. Tínhamos ido fazer compras para eles, e ele foi direto para o quarto", disse.

Durante a audiência, também foi ouvido o primo de Vanessa, que mora no mesmo bairro que o casal. Ele contou que evitava invadir a privacidade dos dois e nunca presenciou violência, mas estranhou conversas do réu com seus filhos adolescentes. "No chá de fralda da bebê, ele falou sobre servir ao Exército e aprender a matar pessoas sem que ninguém soubesse. Recomendou que meus filhos se alistassem e disse que sabia artes marciais", relatou.

O primo afirmou que tinha um sentimento de responsabilidade por Vanessa, já que ela morava sozinha em Campo Grande. Ele ainda disse que, meses antes do crime, o casal demonstrou interesse em se mudar para uma casa maior.

Nesta terça-feira (12), ocorre a primeira audiência de instrução do caso do duplo feminicídio, que ocorreu em 27 de maio deste ano. Foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa, e o réu acompanhou a maioria dos depoimentos.

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