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Economia

Em crise energética, Bolsonaro pede para população “apagar um ponto de luz”

País precisará de produção adicional de energia nos próximos meses

Agência Brasil | 26/08/2021 21:34
Apelo foi feito durante tradicional live de quinta-feira, no Youtube. (Foto: Reprodução)
Apelo foi feito durante tradicional live de quinta-feira, no Youtube. (Foto: Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir que a população economize energia elétrica em meio ao agravamento da situação das usinas hidrelétricas por causa da seca. Durante sua live semanal nas redes sociais, na noite desta quinta-feira (26), o presidente classificou como "problema sério" a atual crise energética.

"O problema é sério. Eu vou tentar fazer um apelo a você que está em casa agora. Eu tenho certeza que você pode apagar um ponto de luz agora. Eu peço esse favor pra você. Assim, você estará ajudando a economizar energia e a economizar água das hidrelétricas", afirmou.

O volume de chuvas muito abaixo do esperado nos últimos meses, inclusive, na comparação com o ano passado, deixou os reservatórios das hidrelétricas da região centro-sul do país, em condições críticas.

"Em grande parte, nessas represas, já estamos na casa de 10%, 15% de armazenamento. Estamos no limite do limite. Algumas vão deixar de funcionar, se essa crise hidrológica continuar existindo", acrescentou Bolsonaro. Na última terça-feira (24), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), comandado pelo Ministério de Minas e Energia, já havia alertado sobre a piora condições hídricas no país.

Demanda adicional

Já nesta quinta-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que será preciso garantir uma produção adicional de energia, a partir de outubro, para atender à demanda que não poderá ser suprida pelas usinas hidrelétricas.

O órgão atualizou uma nota técnica de monitoramento das condições do setor elétrico até novembro e calculou que a quantidade adicional necessária de energia será de 5,5 gigawatts médio (GWm), entre setembro e novembro. O documento enfatiza que os reservatórios das usinas estão com as piores afluências de água em 91 anos.

Entre as recomendações do ONS para atender essa demanda, estão a postergação das manutenções programadas em usinas termoelétricas, para evitar que elas precisem ser desligadas; a importação de energia da Argentina e do Uruguai; a garantia da disponibilidade operativa das térmicas merchant; solução para questões judiciais relacionadas às disponibilidades da oferta de cinco usinas termoelétricas (Goiania II, Campina Grande, Maracanaú, Palmeira de Goiás e Pernambuco III); a viabilização do terceiro navio regaseificador, referente às disponibilidades das termelétricas Termoceará, Fortaleza e Vale do Açu; a recomposição da capacidade de geração impactada pela manutenção da Rota 1 no mês de setembro; e a viabilização da térmica GNA I.

O ONS também indicou que, a partir de setembro, devem ser incorporados novos recursos energéticos ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Para isso, de acordo com o órgão, será necessário lançar mão de geração adicional proveniente das usinas térmicas sem Custo Variável Unitário (CVU); avançar com o Programa de Resposta Voluntária da Demanda; e implementar ações de incentivo para que a população reduza de forma voluntária o seu consumo; além de adotar novas flexibilizações dos níveis mínimos nos reservatórios das hidrelétricas de Ilha Solteira e Três Irmãos, até a cota de 323 metros.

Foi sugerido ainda, autorizar o uso da flexibilização dos critérios de segurança de N-2 para N-1, como recurso para atendimento energético e de potência; e adotar novas restrições temporárias de defluência nas usinas do São Francisco e na hidrelétrica de Itaipu, podendo agregar mais recursos às disponibilidades de potência.

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