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Economia

Empresas ganham benefício, mas sem oficializar garantia de proteção de empregos

O governo acabou com o diferimento do ICMS, incentivando a compra de matéria-prima de indústrias de Mato Grosso do Sul

Aline dos Santos | 30/04/2020 12:55
Empresas ganham benefício, mas sem oficializar garantia de proteção de empregos
Fiems comemorou decreto, mas nao detalhou quantos empregos serão salvos. (Foto: Divulgação\Fiems)

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, as indústrias ganharam nova política tributária do governo do Estado nesta quinta-feira (dia 30), mas a garantia de que o setor vai manter empregos ainda não foi parar no papel.

O decreto 15.421, publicado hoje no Diário Oficial do Estado, dispõe sobre o fim da obrigatoriedade do diferimento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) entre indústrias instaladas em Mato Grosso do Sul e que recebem algum tipo de incentivo do governo.

Na prática, quando uma empresa com incentivo fiscal comprava matéria-prima de indústrias locais, ela pagava o ICMS do Estado, que é maior, por exemplo, do que no Paraná. O governo acabou com o diferimento, incentivando a  compra de matéria-prima de indústrias de Mato Grosso do Sul.

“É uma medida que potencializa a atividade industrial e promove maior encadeamento entre as empresas de grande porte e pequenos fornecedores de insumos, fundamental para preservar a atividade econômica e manter empregos”, afirma o titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, em entrevista ao site de notícias do governo.

Apesar da anunciada manutenção de empregos, a medida ainda será formalizada. De acordo com o secretário de Fazenda, Felipe Mattos, em entrevista ao Campo Grande News, a Sefaz (Secretaria de Fazenda) e a Semagro estão fazendo análise para estabelecer normativas relacionadas ao compromisso de que as empresas incentivadas mantenham empregos.

“Está em discussão e vamos publicar uma normatização”, afirma Mattos, que assina o decreto junto com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

A reportagem questionou a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) sobre quantos empregos deverão ser mantidos no Estado diante do novo tratamento tributário. Até a publicação da reportagem, a entidade não tinha se manifestado. O texto enviado como resposta não esclarece esse ponto.

Segundo a federação,  Sergio Longen, presidente da Fiems comemora a publicação do decreto sobre o fim da obrigatoriedade do diferimento de ICMS entre indústrias instaladas em Mato Grosso do Sul e que recebem algum tipo de incentivo.

“Essa medida traz, na verdade, a flexibilidade para que as indústrias locais com incentivos fiscais possam comercializar com outras do Estado sem a obrigatoriedade do diferimento de ICMS. Isso traz uma janela muito ampla para todas as indústrias locais em um momento de grande dificuldade causada pela covid-19”, afirmou Longen.

Jaime Verruck, entusiasta no governo dos benefícios concedido ao setor industrial, não retornou as insistentes tentativas de contato, por telefone, do Campo Grande News para explicar a falta de compromisso formal para garantir aos trabalhadores a manutenção do emprego, num período em que as empresas estão demitindo por conta da crise na economia em função da pandemia causada pelo coronavírus.

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