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Economia

Otimista com safra recorde, setor de veículos espera disparada nas vendas

Movimento pode ser o melhor em quatro anos e vendas podem crescer 10%

Osvaldo Júnior | 02/02/2018 17:05
Hilux de concessionária com adesivo de linha de crédito, destinada a produtor rural (Foto: Saul Schramm)
Hilux de concessionária com adesivo de linha de crédito, destinada a produtor rural (Foto: Saul Schramm)

As colheitadeiras começam a entrar nas lavouras de soja de Mato Grosso do Sul. Enquanto isso, o mercado de veículos se prepara para as vendas, que podem ser as melhores dos últimos quatro anos, como reflexo da safra recorde. Otimistas, fontes do setor projetam crescimento de, pelo menos, 10% na comercialização de pickups, caminhonetes e máquinas agrícolas, entre outros veículos.

A safra deste ano deve resultar em 8,7 milhões de toneladas de soja, de acordo com estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O volume está no mesmo patamar estimado pelo Siga (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) e Aprosoja/MS ( Associação dos Produtores de Soja de MS).

Mesmo com a cotação da soja em queda, devido à proximidade de oferta elevada, a colheita deve proporcionar receita bruta em torno de R$ 8,5 bilhões – considerando o valor médio de R$ 57 para a saca de 60 quilos.

Parte desse dinheiro é esperado pelo mercado de veículos. “Devemos ter o melhor resultado de vendas dos últimos quatro anos”, projeta o gerente da Kampai Toyota, Dênis Cristhian Ferreira.

Ele informou que as vendas se intensificam da segunda quinzena de março a meados de abril, depois da colheita. Esse período, espécie de Natal das concessionárias que trabalham com veículos demandados por produtores rurais, deve ser ainda melhor neste ano.

“Os agricultores começam a colher agora. Parte da soja, eles entregam; outra parte, armazenam. Em todo o caso, estarão com mais dinheiro a partir de março. É quando é realizado o grosso de nossas vendas. E nesse ano, mais ainda, com a expectativa de safra recorde”, explicou.

Ferreira acrescenta outro fator que pode impulsionar as vendas: condições especiais de pagamento destinadas a produtores rurais. “A taxa média ao produtor é de 1% ao mês”, mencionou, em referência a valor abaixo ao praticado no mercado.

Caminhonete em concessionária da Capital (Foto: Paulo Francis)
Caminhonete em concessionária da Capital (Foto: Paulo Francis)
Veículos do tipo começam a ser expostos em maior número nas concessionárias (Foto: Paulo Francis)
Veículos do tipo começam a ser expostos em maior número nas concessionárias (Foto: Paulo Francis)

Juros baixos – O gerente de vendas da Chevrolet Perkal, Carlos Villa Maior, reforça que os juros baixos – ainda menores atualmente – são chamarizes para financiamento de veículos. “A Selic [taxa básica de juros] caiu bastante”, lembra. Durante o ano passado, a taxa Selic recuou de 13,75% para 7% ao ano.

Os juros intensificam as projeções otimistas decorrentes dos números estimados para a safra. “Com essa supersafra, o mercado todo – concessionárias, bancos, financeiras – está se preparando pra receber o produtor que vai renovar sua frota”, disse Villa Maior. “Nesta semana, por exemplo, temos reunião com nossos colaboradores para falar sobre as estratégias de venda ao produtor rural”, acrescentou.

Crédito – Diversas linhas são oferecidas pelos bancos com atenção ao produtor rural. Algumas têm juro inferior a 1% ao mês para aquisição de veículos. É o caso, por exemplo, da linha Invest Agro do Banco do Brasil.

De acordo com a instituição financeira, a taxa de juros anual varia de 10,5% para 12,3% ao ano. Além de máquinas e veículos, a linha possibilita a compra de outros bens, sejam novos ou usados, nacionais ou importados.

Colheita de soja em MS; neste ano, safra deve ser recorde (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Colheita de soja em MS; neste ano, safra deve ser recorde (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Safra – A colheita começou, ainda timidamente, em Mato Grosso do Sul. De acordo com a Famasul, os trabalhos tiveram início em 24 municípios da região centro-norte do Estado, em ritmo lento e em pequenas áreas. Até março, devem ser colhidos 8,7 milhões de toneladas do grão.

“Muitos fatores levaram a este patamar recorde. Em primeiro lugar, o investimento em tecnologia realizado pelo produtor rural” mencionou o presidente da Aprosoja/MS, Juliano Schmaedecke.

Ele acrescenta que o tempo também ajudou. “Tivemos o melhor índice de precipitação dos últimos anos. As lavouras estão bonitas, carregadas, com bons tamanhos de vagens. É um ano atípico para Mato Grosso do Sul, sem veranico em dezembro e janeiro”, finaliza.

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