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Economia

Comércio on-line e no Paraguai retiram 25% das vendas no comércio em MS

Paula Vitorino | 19/04/2011 09:01

Em Mato Grosso do Sul, os setores de refrigeração e informática calculam que tenham perdido 25% das vendas para as compras on-line e os produtos adquiridos no Paraguai, de acordo com dados da comunicação do Estado.

O segmento de ar condicionado é hoje uma das maiores vítimas da concorrência das vendas pela internet. “Não temos como concorrer. Um aparelho de 7 mil BTU que na loja sai por R$ 1.050, adquirido pela internet, sai por R$ 799 em 10 parcelas de R$ 79,90”, revela um dos diretores da Refrigeração Centro-Oeste, Hidelbrando Leite.

O comerciante ainda reclama da concorrência dos produtos adquiridos do Paraguai, onde a diferença de preços chega a 50%. “Posso oferecer em no máximo quatro vezes no crediário próprio. Não tenho capital de giro para agüentar um parcelamento maior”, explica. O setor é enquadrado no regime de substituição tributária, com pagamento do ICMS na hora da compra junto ao fornecedor.

A proprietária da Linear Refrigeração também constata os prejuízos com as vendas pela internet, mas acredita que a tributação interna das vendas on-line, que começará a valer a partir de 1° de maio, deva diminuir a alta diferença de valor entre os dois mercados. “Nós geramos empregos, pagamos impostos aqui, apostamos no desenvolvimento do estado e acabamos penalizados”, avalia.

Na comparação entre produtos pesquisados no comércio de Campo Grande e os mesmos vendidos em lojas virtuais, os resultados são surpreendentes. Produtos não tão comuns que são comercializados pela internet, como é o caso de refrigeradores, apresentam diferenças muito grandes.

Na comparação de um refrigerador cervejeira, 433 litros, da Metalfrio a diferença chegou a R$ 1.040 a mais para quem compra em uma loja da Capital.

Expansão - Na listagem divulgada pelo e-commerce, livros, CD´s e DVD´s ainda são os campeões de vendas - representam 39% de tudo o que é vendido pela internet. Esta diferença de preço se explica pela carga tributária menor.

As empresas on-line além de não pagarem a alíquota interna do ICMS, estão livres de encargos trabalhistas no Estado, já que não têm funcionários aqui, despesas com aluguel, custos de manutenção (gastos com as tarifas de água, energia), IPTU, sem contar que nas vendas via web é possível negociar preços menores dos fornecedores diante da escala maior de venda, afinal, o mercado consumidor é o País inteiro ou até fora das fronteiras.

No ano passado, o comércio eletrônico apresentou crescimento recorde, batendo todas as expectativas previstas desde o início de 2010. E novamente, traçam-se novas perspectivas para as negociações virtuais. A Camara-e.net estima para 2011 o crescimento de 35% em relação ao ano anterior.

Um dos fatores responsáveis pela ampliação das vendas on-line é a chegada não só da classe C ao e-commerce, mas também das classes D e E.

O faturamento anual no comércio eletrônico tem obtido aumentos memoráveis. Passou de R$ 540 milhões em 2001, para R$ 15 bilhões em 2010, podendo ultrapassar os R$ 20 bilhões em 2011. Na América Latina, o Brasil continua dominando e crescendo com as negociações on-line.

Em Mato Grosso do Sul, onde só cinco cidades têm mais de 50 mil habitantes – Campo Grande, Dourados, Corumbá, Três Lagoas, Ponta Porã – as redes nacionais (sejam de departamento, eletroeletrônicos) - preferem montar lojas virtuais, pequenos pontos comerciais que precisam de no máximo dois funcionários. Com isso, fazem economia com salários, encargos trabalhistas, custo de manutenção, aluguel. As cidades ganham muito pouco com este tipo de empreendimento. (Com informações da assessoria)

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