Sem acordo
Por trás da destituição de Antonio Cruz da presidência regional do PP está uma briga interna com o vereador Lídio Lopes, na época da eleição, que chegou à igreja evangélica – ligada aos dois políticos. A briga tomou tanta intensidade que Antonio Cruz chegou a ameaçar Lídio de expulsão do partido.
Antonio Cruz foi acusado de ter usado o partido para favorecer o filho, Augusto Ferreira da Cruz, candidato a deputado estadual. De acordo com o secretário Executivo do PP, Chico Sá, Cruz usou todo o repasse do fundo partidário para a eleição do filho e determinou que todas as lideranças apoiassem o candidato.
Chico Sá informou que a decisão da Comissão Executiva Regional é soberana e não admite recurso. Antonio Cruz foi destituído com 8 votos. A comissão tem 10 membros. Os dois que não participaram da reunião são justamente Antonio Cruz e o filho dele, Augusto.
Luiz Pedro Guimarães permanece na presidência do PP até maio deste ano, quando acontece nova eleição. Pelo regimento, qualquer membro (inclusive Antonio Cruz) pode concorrer com chapas que tenham de 71 a 140 membros.
Deputado eleito e diplomado, o vereador Alcides Bernal ficou sabendo pelos jornais da destituição de Antonio Cruz. Ele não faz parte da Comissão Executiva, mas acha que deveria, pelo menos, ter sido convidado para a reunião. “Deveriam ter me chamado por consideração. Hoje, eu só tenho conhecimento por meio da imprensa”, diz.
O juiz Eduardo Machado Rocha indeferiu o registro de candidatura do petista Elias Ishy à prefeitura de Dourados, mesmo já tendo sido prefeito interino. Outra profissional poderia ter ficado com o caso, mas ele preferiu não alegar suspeição.
Analistas políticos avaliam que o índice de abstenção pode assustar nas eleições para prefeito de Dourados. Ressabiados, os eleitores não engolirão qualquer conversa lançada pelos candidatos, que vão ter que rebolar para ganhar votos.
Aliás, a campanha em Dourados começou muito devagar. Tem gente que já fala, inclusive, em colocar a banda para tocar só nas duas últimas semanas que antecedem o pleito. Principalmente os nanicos, que estão com poucos recursos para a disputa.
Um pouco mais animado está o cabeleireiro José Araújo (PSOL), que pretende apresentar seu plano de governo “revolucionário” no próximo dia 25. Ele já disputou a vice-prefeitura da cidade em 2004, pelo Prona, com José Roberto, do mesmo partido, encabeçando a chapa.
Candidato a presidente da Assomasul, Jocelito Krug (Chapadão do Sul) tem o atual dirigente da entidade, Beto Pereira, como uma “pedra no sapato”. Segundo ele, o prefeito de Terenos rompe acordo firmado há dois anos quando ameaça registrar candidatura à reeleição e por fim à chapa de consenso.
