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Arquitetura

Casa simboliza sossego de irmãos que preferem ouvir os passarinhos

Deixada pelos falecidos pais, lar é guardado por grandiosas àrvores que os protegem do mundo 'bombando'

Jéssica Fernandes | 15/06/2023 07:00
Casa feita com madeira angelim tem arquitetura inspirada em lares catarinenses. (Foto: Jéssica Fernandes)
Casa feita com madeira angelim tem arquitetura inspirada em lares catarinenses. (Foto: Jéssica Fernandes)

Portões de madeira e um alto muro escondem a casa que preserva as histórias do casal que partiu e deixou três filhos. No Bairro São Jorge da Lagoa, os irmãos Jorgina Alderete, de 57 anos, Cláudio Alderete, de 69 anos, e Irma Maria, de 55 anos, vivem dias sossegados no lar que parece pequena chácara.

Eles e os pais Margarida Ramires Alderete e Salvio Alderete vieram de Porto Murtinho para Campo Grande em 2000. A casa foi construída na mesma época com madeira angelim originária do Pará e quando eles chegaram no bairro o lar estava esperando.

O modelo dela é inspirado nas residências de Santa Catarina que ostentam arquitetura dos tempos coloniais. A casa é inteira de madeira, desde o forro as janelas que brilham graças ao verniz. Com sala ampla, dois quartos, banheiro e cozinha, o imóvel foi ampliado para se adequar às necessidades da família.

Na sala madeira também se faz presente nas paredes e no forro. (Foto: Jéssica Fernandes)
Na sala madeira também se faz presente nas paredes e no forro. (Foto: Jéssica Fernandes)
Encontro entre a estrutura de madeira e a alvenaria. (Foto: Jéssica Fernandes)
Encontro entre a estrutura de madeira e a alvenaria. (Foto: Jéssica Fernandes)

A segunda parte da casa é de alvenaria e não conserva o charme da madeira que conquistou os pais do trio. Jorgina conta que os dois adoram o lugar que lembrava a terra natal. “Eles amavam porque eles saíram do interior e Porto Murtinho é uma cidade bem calma e aqui ficou igualzinho. Aqui é tranquilo, nesse bairro você ouve só passáros”, afirma.

Margarida e Salvio vieram para à Capital com o objetivo de trabalhar e que os filhos estudassem. Ele faleceu há 12 anos e ela há sete. Jorgina e os irmãos herdaram a residência e o mesmo carinho que os pais tinham por ela. “Aqui é muito bom, a casa é bem confortável e o quintal é enorme, parece uma fazenda”, diz.

Do portão de madeira até a casa, o caminho é feito em menos de dez passos. Na varanda, Claudio descansava na cadeira de fios e o mascote da família, o ‘Fofinho’, fez o mesmo minutos depois no chão. O dia seguia sossegado e realmente só se ouviam o som dos pássaros.

Jorgina, Irma e Claudio ficaram na casa após pais falecerem. (Foto: Jéssica Fernandes)
Jorgina, Irma e Claudio ficaram na casa após pais falecerem. (Foto: Jéssica Fernandes)

Apesar de ter duas janelas para garantir iluminação natural, a sala é um pouco escura, pois o piso tem cor semelhante à da madeira angelina. O tom muda ao chegar ao quarto da anfitriã. “Eles passaram outra tinta uma tinta branca pra poder clarear porque ela é muito escura”, explica.

Com 23 anos, a residência está longe de denunciar a idade e cada canto parece ter sido construído ainda ontem. O mérito disso é dos moradores que mantêm os cuidados com ela em dia. “Para manter essa casa aqui é um trabalho por causa do verniz. Tem que pintar sempre, senão ela pode estragar”, comenta Jorgina.

Depois de mostrar os cômodos, a moradora volta para a varanda. Dali seguimos para o quintal onde Salvio plantou pelo menos três árvores de mexerica, bananeira, manga e greifo. Claudio é quem cuida do quintal que estava perfeitamente limpo sem folhas ou frutas no chão.

Quintal é marcado pela varidade de àrvores e a sombra proporcionada por elas. (Foto: Jéssica Fernandes)
Quintal é marcado pela varidade de àrvores e a sombra proporcionada por elas. (Foto: Jéssica Fernandes)

As árvores formam grandiosas sombras por toda extensão proporcionando um clima agradável em dias ensolarados. Ao mesmo tempo, elas parecem proteger a casa dos ruídos da rua e por minutos São Jorge da Lagoa parece ser um bairro sem vizinhança e fora da curva.

A sensação de sossego e conforto experimentada nos 20 minutos de visita não são nada em comparação aos 23 anos que os irmãos têm de vivência no lugar. Por isso não é difícil entender porque os três ficaram sem planos de chamar outro endereço de lar.

“Eu acho que nós não vamos sair não, aqui a gente planta, colhe e tá ótimo. O mundo lá fora tá bombando”, finaliza Jorgina.

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