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Artes

Com “Elogio a Sombra”, tem cineasta sul-mato-grossense em Festival da Alemanha

Paula Maciulevicius | 26/03/2017 08:29
Joel Pizzini, cineasta sul-mato-grossense teve produção selecionada entre 7 mil títulos inscritos. (Foto: Izan Petterle)
Joel Pizzini, cineasta sul-mato-grossense teve produção selecionada entre 7 mil títulos inscritos. (Foto: Izan Petterle)

Representando o Brasil, “Elogio à Sombra”, o mais recente filme do cineasta Joel Pizzini, foi selecionado entre 7 mil títulos inscritos para o Festival de Cinema Oberhausen, que ocorre em maio, na Alemanha. Carioca de nascimento, mas sul-mato-grossense de coração, ele volta a se destacar no circuito internacional.

Fundado em 1954, como o primeiro festival de cinema educativo da Alemanha Ocidental, o Festival é considerado atualmente o maior evento do mundo dedicado aos curtas-metragens experimentais. E pela segunda vez, Pizzini participa da competição internacional. Sua primeira indicação veio com “Dormente”, em 2006.

Por conta da repercussão do filme, o Festival adquiriu uma cópia do curta-metragem para o seu acervo, para fins de consulta e pesquisa dos especialistas em cinema que estudam a influência do cineasta russo DzigaVertov, na produção contemporânea.

“Elogio à Sombra” é filme-ensaio de curta-metragem que compõe uma trilogia de Joel Pizzini, precedida por Elogio da Luz (2004) e Elogio da Graça, (2011) e que desta vez aborda o universo da dança butô de origem japonesa.

Através de uma trama experimental protagonizada por Emilie Sugai,  atriz e dançarina que trabalhou com Antures Filho em “Foi Carmen”, o filme conta ainda com a participação de Kazuo Ohno, criador do Butoh e que vindo ao Brasil, influenciou diretores como Antunes Filhos e artistas como Ney Matogrosso e Cacá Carvalho.

Rodado no Pantanal e também em Mogi das Cruzes, São Paulo, o filme faz um mergulho no imaginário nipo-brasileiro através da interface entre dança e cinema num arranjo poético de luzes, sombras, formas, gestos, sons e movimentos.

A produção teve como locação central, as ruínas de uma antiga fábrica de chá, construída nos anos 40 por um arquiteto japonês sob forma de um templo oriental. Na fotografia, também tem assinatura dos sul-mato-grossenses, Maurício Copetti e Edson Audi. 

O primeiro filme brasileiro a ser premiado em Oberhausen foi “Couro de Gato” em 1961, curta-metragem de Joaquim Pedro de Andrade que compõe o longa de episódios, “Cinco vezes Favela”, considerados um dos marcos inaugurais do Cinema Novo. A premiação na época foi essencial para a divulgação do cinema brasileiro na Europa e afirmação política do movimento que era liderado por Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Saraceni, Cacá Diegues e Gustavo Dahl e começara assim a ganhar assim uma dimensão internacional.

Atualmente, Joel Pizzini trabalha na montagem e finalização do seu próximo longa-metragem, Rio da Dúvida, que recria a expedição Roosevelt-Rondon que partiu em 1913 de Corumbá até o Amazonas, liderada por Candido Rondon e o ex-presidente americano, Theodore Roosevelt.

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