Há 18 anos, duo luta para mostrar que música eletrônica vai além de DJ's

No clipe da música “Meu Ofício” do duo Alien Sputnik, a protagonista faz cenas e bocas acompanhada de livros. O motivo não é de se estranhar, um dos cantores é professor de literatura e completamente apaixonado por esse universo, tanto que a letra cita autores como Charles Bukowski e Ferreira Gullar.

“Acabo indo por esse lado”, confessa o professor de literatura, Alessandro Sputnik. “Esse clipe que a gente fez agora é o último clipe do CD Fim das Espécies, que faz uma brincadeira com o livro do Darwin, sobre esse caos moderno em que a gente vive hoje, do consumismo, essa coisa desenfreada. Busco inspiração na literatura desses caras e também em música como Arnaldo Antunes”, afirma Alessandro.

Ao lado de Alessandro, o duo é composto por Marino Filho, que é professor de informática longe dos palcos. “A gente tem tecnicamente a mesma profissão, a mesma idade e somos de Corumbá. Na verdade nós tínhamos amigos em comum, mas não eramos amigos na infância. Acabamos nos trombando em Campo Grande”, ressalta.

A música eletrônica surgiu como um assunto em comum. Com um teclado em mãos e a voz, os dois acreditam que o estilo vai muito além dos DJ's. “A gente segura a bandeira do eletrônico. Faz 18 anos que tocamos aqui e acabamos nos entrosando mais com a galera do rock. Tem muita gente que acha que eletrônico é só DJ. Ficamos em uma corda bamba, mas nos apresentamos muito com o pessoal do rock, do rap. Tem a Leiliane Assis que toca um som mais de anime”, cita.

O próximo disco do duo está em fase de produção. “É intitulado General Genital. Estamos gravando já”, antecipa.