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Artes

Na rua, contadores de histórias disputam boi na base do melhor discurso

Paula Maciulevicius | 15/05/2014 15:42
Cena de Remendo Remendó, peça que integra o Festival de Teatro Brasileiro.
Cena de Remendo Remendó, peça que integra o Festival de Teatro Brasileiro.

O calçadão da rua Barão do Rio Branco virou palco do concurso de contos realizado pela prefeitura de Remendo Remendó. A transformação aconteceu no final da manhã desta quinta-feira, pelo grupo A Outra Companhia de Teatro. Em cena, cinco personagens conhecidos na cidade disputavam o prêmio pelo melhor discurso. Pórcia, Simão, Alexandre, Firmino e Curisco disputam a fala, o canto e a dança. Um dizendo que a sua história era melhor que outra e um sotaque para lá de arretado.

Baianos, eles trouxeram para a rua um pouco do samba de roda, do maracatu e das cores do Nordeste. A apresentação foi curta para tamanha plateia. A chuva que ameaçou cair não atrapalhou. Os olhos estavam tão vidrados que ficar molhado não seria problema para o público.

O espetáculo leva o nome da prefeitura “Remendo Remendó”, apresentado por cinco atores, a peça faz parte do Festival de Teatro Brasileiro que começou nesta quinta-feira na Capital. Na 16ª edição, o tema deste ano é a cena baiana e a peça que abriu veio mostrar que no fim, não se tem um ou dois vencedores, todos ganham com a manifestação da cultura popular.

Histórias, lendas e contos da companhia chegaram à região Centro-Oeste agora, começando por Mato Grosso do Sul. O diretor do grupo, Luiz Antônio Júnior, de 29 anos, vê em cada chegada e partida, a possibilidade da troca. “Estamos para propor oficinas juntos, projetos juntos, criar espetáculos. É um intercâmbio, eu quero ver o que o teatro de Mato Grosso do Sul está produzindo”, comenta.

O festival abre portas não só para se apresentar, mas para fazer acontecer. Dentro da programação tem oficinas e bate papos entre os artistas.

A ideia de Remendo Remendó foi de tirar o que antes era pano de fundo para por, de vez, em cena o popular da cultura baiana. Entra boi, entra ritmos, corpo e dança, dando voz à manifestação popular.

O Festival traz a Campo Grande seis espetáculos baianos. Vantagem de ver a diversidade de um estado tão rico. “Com o festival as pessoas não ficam imaginando que a Bahia é só aquilo. Pega grupos com linguagens e estéticas muito próprias”, observa Luiz.

Para o idealizador do Festival, Sérgio Bacelar, 47 anos, num determinado momento o evento passou a ter personalidade própria e foi se ampliando. Ao começar com três espetáculos e no Distrito Federal, hoje a programação traz cada vez mais clara a metodologia de formação. “Tem a troca de conteúdo, não é só apreciação, se cria elos efetivos e isso que dá continuidade depois que o festival sai”, comenta.

O Festival vai até o dia 25 de maio, com boa parte das peças gratuitas ou com preços bem acessíveis. Amanhã será apresentado o mesmo espetáculo, Remendo Remendó, às 19h, na feira livre do Jardim Aeroporto.

Programação:

Seu Bomfim
17 de maio, às 20h
Teatro Aracy Balabanian (Rua 26 de Agosto, 453, Centro)
apresentação gratuita (retirar até 30 minutos antes do espetáculo)

Sebastião
18 de maio, às 20h
Teatro Aracy Balabanian (Rua 26 de Agosto, 453, Centro)
apresentação gratuita (retirar até 30 minutos antes do espetáculo)

Apresentação ocorreu hoje no Calçadão da Barão.
Apresentação ocorreu hoje no Calçadão da Barão.
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