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Artes

Ritche faz show em março em Campo Grande e ao Lado B fala sobre chegar aos 60

Ângela Kempfer | 29/02/2012 09:50
Ritchie aos 60 anos...
Ritchie aos 60 anos...

O inglês mais brasileiro da música nacional recorre à língua nativa para comemorar 60 anos de idade (quem diria!) e mais de 40 de carreira. No mês que chega, Ritchie faz aniversário e lança novo trabalho em CD, DVD e até LP.

Ao Lado B, o músico mostra um gás de iniciante e conta que o mais difícil foi selecionar as canções do disco. Começou com uma lista de 154 músicas e foi eliminando uma a uma até chegar às 15 que estão no disco. “Interpretá-las foi a parte mais fácil.

"Estou cantando essas músicas no chuveiro há quase 50 anos, em alguns casos”. Ele considera o disco um reencontro com a língua nativa e “com as músicas que me fizeram querer ser músico. Após quase 40 anos cantando em português, resolvi me dar isso de presente no meu aniversário de 60 anos”, comenta.

Entre os compositores favoritos estão Burt Bacharach, John Barry, Paul Jones, Gerry Marsden, Gordon Lightfoot, Jimmy Webb, mas não há Beatles ou Stones na relação gravada agora.

“Desde o início quis evitar as canções muito conhecidas do grande público. Escolher uma única música dos Beatles ou dos Stones é muito difícil, são tantos sucessos. Nunca foi a minha intenção chover no molhado, fazendo um disco de covers ou de karaokê", explica.

Como critério, decidiu por músicas que se adaptam bem à sua voz e que causaram grande impacto pessoal quando Ritchie ainda era um adolescente na Inglaterra. “Nem todas as músicas foram grandes sucessos, mas eram todos discos que eu comprei e colecionei na época, em compactos de 45 rotações por minuto”.

Para a empreitada, chamou alguns músicos parceiros desde 2004, considerados amigos e profissionais de confiança.

“Conseguimos uma sonoridade muito boa no disco ao vivo e achei por melhor manter a mesma banda para dar continuidade nessa turnê do disco 60. O repertório do meu show vai ter canções dos dois discos, ou seja, ainda pretendo cantar as músicas que fizeram sucesso durante minha carreira no Brasil”.

Ritche faz show em março em Campo Grande e ao Lado B fala sobre chegar aos 60

Como a gravação em inglês, a masterização também ocorreu na Inglaterra. O disco foi masterizado nos estúdios Abbey Road, em Londres. Ritchie conta que 4 ou 5 das músicas originais do disco foram gravadas lá nos anos 60.

“Me parecia a escolha certa para este trabalho. Abbey Road é mundialmente conhecido pelas gravações dos Beatles, principalmente. Mas é também famoso pela assinatura sonora em gravações com orquestra. Nove das 15 faixas do novo trabalho foram gravadas com octeto de cordas, trompas e cor anglais. Enfim, tudo no disco me fez pensar que masterizar em Abbey Road seria a cereja no bolo”

A boa novidade é que o dono de hits como “Menina Veneno” ainda compõe em português e terá uma dessas canções na trilha da nova novela das 7 da TV Globo. “Não abandonei a composição em português, apenas me dei ao luxo de cantar um disco em meu idioma nativo após 40 anos cantando quase exclusivamente numa língua "estrangeira”, ri.

O Brasil continua uma paixão na vida de Ritchie, uma descoberta nova a cada dia. “Finalmente o País está conquistando seu merecido lugar ao sol. O mundo vai se surpreender cada vez mais quando descobrir a diversidade musical que existe por estas bandas...”

Ainda hoje as pessoas param para ouvir e cantar “Menina Veneno”. Como uma música pode durar tanto tempo? Ritchei diz considerar um mistério.

“Se existisse fórmula, todas as músicas de todos os artistas fariam sucesso. No Brasil, acho que há uma forte identificação com a letra de Menina Veneno. Um amigo meu, o poeta carioca Chacal, chama Menina Veneno de a alma nacional. Os homens querem tê-la e as mulheres querem sê-la. Fora isso, é uma música fácil de cantar no chuveiro”.

Mas as novidades também encantam o músico sessentão. “Gosto de muitas novas bandas, como Violins, Cabeza de Panda, Superguidis (infelizmente, esta última banda acabou ano passado, mas deixou ótimos registros). Fico feliz de ver que a gurizada está aprendendo a tocar instrumentos de verdade e não apenas apertando botões, feito DJ”.

Sobre as canções exaustivamente reproduzidas pelas rádios comerciais, o músico defende é preciso saber procurar o que é bom. “Além daquelas 25 músicas que tocam em alta rotatividade nas rádios. Quem procura, acha”.

Ritchie estará em Campo Grande no dia 24 de março, com show no Clube União dos Sargentos em mais uma noite de flashblack.

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