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Comportamento

Amigos desde o maternal têm “estratégia” para continuarem juntos até a velhice

Ângela Kempfer e Anny Malagolini | 06/01/2014 06:22
Dia sagrado, de churrasco para os 4 amigos.
Dia sagrado, de churrasco para os 4 amigos.

Os quatro gostam de dizer que se conheceram no maternal e que se isso não tivesse ocorrido, provavelmente, não seriam amigos hoje, por terem profissões bem diferentes. Mas eles se encontraram e desde então levam a sério quase que um pacto: o de serem amigos até a velhice.

Felipe, Gustavo, Hudson e Stephan são a prova de que família é quem a gente escolhe, mas também a de que amizade exige dedicação. Aos 25 anos, eles formam uma turma há mais de duas décadas e com uma rotina para seguirem firmes na missão de serem companheiros sempre.

Por isso, o churrasco depois da formatura do Ensino Médio se entendeu a combinações semanais entre os amigos, inclusive com nome, o “X Picanha”. É um encontro sagrado, aos sábados. Mesmo que alguém falte, pelo menos dois comparecem para o almoço.

Felipe Dib é o encarregado de fazer a carne – na chapa, enquanto Gustavo Chaves é quem prepara o molho de alho. Tudo na base da "vaquinha". “É uma desculpa para continuarmos nos encontrando”, reforça Felipe, que cede a casa para os encontros em Campo Grande.

A felicidade dos 4 juntos é evidente ao encontrarmos com os amigos em um desses dias especiais. Mas também é estampada em uma sequência de fotos que eles reproduzem desde 2002. “Em nossa formatura de Ensino Fundamental fizemos uma foto que entrou no nosso álbum. Depois em 2009 e agora em 2013 fizemos reedições delas, com a mesma pose”, explica Hudson.

Entre uma foto e outra, surgiram novos grupos de amigos, na faculdade, no trabalho... mas nenhum tão próximo. Stephan Vizeu diz que as reuniões começaram naturalmente, que não houve nenhuma combinação entre eles, apesar de cada um ter seguido rumo distinto. “Senão nos conhecemos naquela época, dificilmente hoje seriamos amigos”, lembra.

Felipe deixou a turma no primeiro ano do Ensino Médio e os outros 3 continuaram juntos. Depois, a segunda despedida veio com Gustavo cursando Agronomia em Dourados. Felipe ainda foi morar na Nova Zelândia.

Hoje Hudson é músico da banda Naip. Estefan fez Administração e Direito, Gustavo continua em Dourados e Felipe tem uma escola de inglês. Mas nem a distância ou as áreas sem qualquer relação afastaram os amigos.

Também vieram as namoradas, mas os quatro resistiram, inclusive, às pressões contra as reuniões exclusivamente masculinas. “Ficam enciumadas, mas tiveram que aceitar”, diz Gustavo.

Felipe é o que está em um relacionamento há mais tempo, há 9 anos. Como o mais experiente, diz que as namoradas demoraram a se acostumar com a ideia. Para agradar a parte feminina, como os almoços não permitem mais ninguém, eles decidiram reservar o jantar para as namoradas. “Ficaram felizes por terem entrado no encontro, fizeram até foto como a nossa”, lembra.

Hudson Bonfim jura que as conversas de sábado são inofensivas. Além de lembrarem os tempos de escola, de falarem de futebol, usam a tarde juntos até para discussão profissional. “O Felipe participa muito de cursos de empreendedorismo e repassa pra gente”, garante.

No whatsapp o grupo se chama “Ninas”, de “meninas”, e até quando um faz aniversário, lá vão os outros 3 comprarem o presente juntos. “Nosso filhos também vão viver juntos, é o que a gente espera”, comenta Hudson.

Para ele, os 4 cresceram e continuam firmes por que as famílias são muitos parecidas, com princípios iguais e por isso eles compartilham os mesmos valores na vida. “Mas não pense que a gente não tem divergências. Dois são corintianos e dois torcem para o São Paulo”, brinca Hudson.

Três momentos dos amigos de infância.
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