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Comportamento

Com "4 e 20" tatuado nos dedos, publicitário carrega marca de um dia louco

A "bad" da tatuagem zoada já passou, mas Cayo nem pensa em apagar porque passado sempre ensina

Thaís Pimenta | 04/11/2018 09:26
Tatuagem é lembrança de um dia louco vivido ao lado de um grande amigo.
Tatuagem é lembrança de um dia louco vivido ao lado de um grande amigo.

Num belo dia, há 6 anos, naquela época azarenta em que tudo tudo dá errado, o publicitário Cayo Cruz tomou uma atitude insensata: fez uma tatuagem nos dedos. Se não bastasse o local sempre exposto, a tatuagem carrega os dizeres "4 e 20" e relembra todos os dias uma época bem louca da vida, que hoje já não faz mais sentido. Mesmo assim, ele não pensa em apagar o desenho, porque o passado ensina.

Pra piorar a história, o tatuador atendia no famoso corredor do bairro Nova Lima, com técnica duvidosa. "Eu fiz a tatuagem há 6 anos, assim que entrei na faculdade de Publicidade e Propaganda. Estava saindo de um relacionamento em que a minha ex-namorada não curtia nada o que eu fazia. Namoramos por um ano e sempre carreguei essa vontade de ter uma tatuagem. Quando terminamos eu fui dar um rolê com meu amigo, ele ia tatuar um 'S' da banda Slipknot e eu fui junto", lembra ele.

Na época, Cayo vivia o auge da juventude e, vez ou outra, fumava um baseado. "Nesse dia , chapamos o globo, fumamos muito, e o acompanhei na tatuagem de cerca de 2 horas", conta. No estúdio, Eduardo lançou o desafio: se o amigo tatuasse 4 e 20 nos dedos - uma expressão que remete ao horário de fumar baseado - ele pagaria. 

"Na hora eu aceitei, tava fora de mim. Topei sem pensar. Ele não acreditava que eu ia fazer, hoje ele me diz que falou por falar mesmo".

Cayo hoje está no mercado de trabalho e mesmo assim não pensa em retirar a tatuagem. (foto: Acervo Pessoal)
Cayo hoje está no mercado de trabalho e mesmo assim não pensa em retirar a tatuagem. (foto: Acervo Pessoal)

O tatuador não sabia como desenhar a folha da erva que separava os numerais no dedo do meio de Cayo e, pra piorar, a folha parece tudo menos de um baseado. "Ele não sabia desenhar, perguntou pra gente como desenhava, e fez uma parada que pra mim não lembra em nada a folha original".

Assim que chegou em casa o arrependimento bateu e toda a brisa do dia passou. Para provar que estava tudo dando errado, o destino ainda trouxe um assalto a caminho a faculdade, na esquina de casa, no Coronel Antonino.

O tempo passou e, cerca de uns 7 meses depois, quando a zoeira dos amigos passou, a ficha começou a cair e Cayo encarou o dilema de querer esconder a tatuagem a todo custo. "Eu era muito frágil psicologicamente falando, na época, fiquei muito grilado. Minha família também não sabia que eu fumava e foi bem triste assim, naquele momento", justifica.

Cayo passou a ouvir histórias de tatuagens tão ruins quanto a sua e, já no mercado de trabalho, passou a esquecer da marca daquele dia louco nos dedos.

"Hoje eu carrego comigo como uma lembrança de um momento que eu não me orgulho em dizer que vivi, mas que pode ser lembrado com humor. Não tenho orgulho mas também não tenho vergonha e não penso em tampá-la", finaliza ele, que aprendeu com a tatuagem a rir de si mesmo.

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