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Comportamento

Depois de vencer câncer, mulher encontra na venda de bombons alegria para viver

Aline Araújo | 20/01/2015 06:24
Alba, vende os bombons no Centro de Campo Grande. (Foto: Alcides Neto)
Alba, vende os bombons no Centro de Campo Grande. (Foto: Alcides Neto)

Dá para enxergar de longe quando dona Alba Alves vai passando pela rua. O chapéu em formato de trufa todo colorido, o colete, mas o que chega primeiro é o sorriso e a alegria dela. Aos 59 anos a senhora já foi surpreendida quando descobriu um câncer no intestino, mas a cura, além do tratamento, veio pela fé e o trabalho, de vender trufas pelas ruas de Campo Grande.

Animada, ela vive em ritmo acelerado, fala rápido, mas com muita ternura. “A caminhada que eu faço para vender as trufas que me curou, antes eu dependia de morfina. Quanto mais eu ando menos eu sinto dor”, comenta a senhora.

O trabalho ajudou a vencer a doença e trouxe alegria para a vida. (Foto: Alcides Neto)
O trabalho ajudou a vencer a doença e trouxe alegria para a vida. (Foto: Alcides Neto)

O itinerário puxado. Às segundas ela percorre a 13 de maio inteira, às terças a 14 de maio e na quarta a Rui Barbosa. As andanças começaram há quatro anos. Por conta do câncer ela deixou de trabalhar como cozinheira, mas precisava arrumar uma ocupação para ajudar na recuperação.

Alba falou com uma amiga de Nova Alvorada do Sul que fazia doces e começou a revender as trufas dela. “O trabalho me ajudou na recuperação da doença, no meu psicológico e no meu espiritual. Porque quanto mais pessoas eu encontro e converso, mas eu cresço”, ensina.

Ela recebe as encomendas toda segunda-feira e vende 70 trufas por dia. As vendas ganharam força quando a simpática mulher resolveu fazer sair fantasiada. A ideia veio em oração. “Eu falei para Deus: preciso de um jeito melhor para vender essas trufas me ajuda? E na hora veio na minha cabeça, Deus falou para mim, porque você não se fantasia?”, relembra.

Ela já passava todos os dias na frente de uma loja que fazia chapéu na 14 de maio, já era amiga da costureira, e perguntou: “você não faria um chapéu para eu vender os bombons?”, a amiga já tinha pensado nisso muitas vezes, mas resolveu não sugerir com medo da ideia não ser aceita.

A roupa e o chapéu ajudou a alavancar as vendas. (Foto: Alcides Neto)
A roupa e o chapéu ajudou a alavancar as vendas. (Foto: Alcides Neto)
Sempre sorrindo ela encontrou no trabalho alegria. . (Foto: Alcides Neto)
Sempre sorrindo ela encontrou no trabalho alegria. . (Foto: Alcides Neto)

Assim nasceu o primeiro chapéu e colete de Alba e o sucesso foi garantido. Quando ela passava pelas lojas nem precisava oferecer, todo mundo que queria o bombom já preparava “as moedinhas”. Hoje são quatro uniformes diferentes. E o de Carnaval já está sendo confeccionado. Tem também o de Páscoa, amarelo com referencias ao coelhinho, o vermelho e para a época de Natal, e o tradicional, do dia a dia.

Ela gosta que as pessoas lembrem-se dela como alguém que leva alegria. “É uma delicia! Eu amo o que eu faço. Eu conheço pessoas, converso com elas, às vezes elas desabafam comigo, às vezes eu desabafo com elas. E só tem me feito bem”, comenta.

Curada, a vendedora tem paixão pelo que faz, e não tem lojista naquelas bandas que não a conheça. Além dos bombons vendidos a R$2,50 a unidade ela também vende espetinhos de gosmas e marshmallow, tudo bem colorido para alegar e adoçar a vida das pessoas.

Alba conta que antes de vender ela faz uma oração com os bombons para desejar o bem as pessoas que consumi-los e comenta que já escutou relatos de como os doces influenciaram no humor das pessoas. Tudo feito com muito carinho e dedicação. A conversa foi no meio da rua, quando Alba saia para trabalhar, ela se despediu e seguiu o caminho para distribuir alegria, como ela gosta de dizer.

Com alegria ela se despediu. (Foto: Alcides Neto)
Com alegria ela se despediu. (Foto: Alcides Neto)
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