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Comportamento

Esquecidas em 3 hospitais, capelas são cenários quase exclusivos para casamentos

Ângela Kempfer | 12/05/2015 06:12
Noivos na saída da capela do Hospital Militar. (Foto: Galvão Estúdio)
Noivos na saída da capela do Hospital Militar. (Foto: Galvão Estúdio)

As missas ocorrem, pelo menos, uma vez por semana. Fora isso, três capelas de Campo Grande quase não recebem fiéis. Algo normal, não fosse a beleza que também acaba escondida.

Todas estão dentro de hospitais da cidade, mas em ambientes distantes das alas de internação. Uma vantagem é que, ao contrário das igrejas mais desejadas pelas noivas, todas têm agenda livre, para quem quiser uma cerimônia, ainda, quase que exclusiva. As taxas cobradas são outra boa vantagem, não ultrapassam R$ 500,00.

Leiriane e Vanderlei sob a imagem de Nossa Senhora das Graças. (Foto: Galvão Estúdio)
Leiriane e Vanderlei sob a imagem de Nossa Senhora das Graças. (Foto: Galvão Estúdio)

A mais antiga fica no Hospital Geral do Exército, na Avenida Duque de Caxias. Quem entra, faz as orações sob o manto de Nossa Senhora das Graças, desenhada no alto da capela. Construída em 1924, é um relíquia ainda dos tempos do general Cândido Rondon.

Mantida pelo Exército, quem é militar tem acesso livre. Mas também há possibilidade de um civil casar na capela toda branca, cercada pelos jardins do Hospital Geral, basta paciência para a burocracia que envolve a autorização para o uso do espaço, avisa o capelão José da Cruz. Mas vale a pena, avalia. "Considero que em uma capelinha assim, pequena, ficamos mais próximos de Deus", comenta

Leiriane e Vanderley disseram sim na capela de Nossa Senhora das Graças em uma cerimônia para 50 pessoas, mas outros 20 convidados seriam recebidos com conforto, caso a lista fosse maior.

Os dois se conheceram em Fortaleza, terra natal da noiva. Depois de uma semana de namoro, ele foi transferido pelo Exército para Campo Grande. O amor tornou a distância menor durante 2 anos, até a decisão pelo casamento.

Apesar dela ser evangélica, a imagem da capelinha acabou com qualquer divergência que pudesse aparecer em relação à vontade do noivo católico. "Me apaixonei pela capela assim que vi. É linda, pequena, ideal para receber os convidados mais queridos", comenta Leiriane.

Como fica em uma área miliar, o acesso só é permitido mediante apresentação de documento de identidade, mas o amplo estacionamento compensa qualquer tempo perdido na portaria.

Como é praticamente desconhecida, agendar uma cerimônia ali só exige 30 dias de antecedência.

Na entrada da capela do São Julião, a fachada é coberta pelo verde. (Foto: Marcus Moriyama)
Na entrada da capela do São Julião, a fachada é coberta pelo verde. (Foto: Marcus Moriyama)
Marcela e Renato se casaram em dezembro do ano passado, na capela do São Julião. (Foto: Marcus Moriyama)
Marcela e Renato se casaram em dezembro do ano passado, na capela do São Julião. (Foto: Marcus Moriyama)

A mais distante está no Hospital São Julião, na saída para Cuiabá. A capela, desenhada pelo arquiteto Jurandir Nogueira, lembra uma tenda. Foi construída em tijolos cerâmicos, mas com modernidade à mostra na disposição dos bancos e até nos vitrais coloridos

Já ao entrar na instituição, pelo corredor de árvores altas, é instantânea a sensação de paz. Na capela, o verde sobe pela estrutura e o grande sino na fachada completa o cenário bucólico.

É, sem dúvidas, um dos lugares mais bonitos de Campo Grande. Por isso, foi escolhido pela jornalista Marcela de Menezes Albres para o início de uma vida nova ao lado do noivo Renato Novaes. "Durante o casamento de uma amiga, fiquei encantada pelo lugar, pela paz e simplicidade", justifica. 

A cerimônia teve cerca de 100 convidados e nada de exageros na ornamentação. Até porque, a decoração parece dispensável diante da arquitetura do lugar. 

Marcela escolheu apenas flores brancas e decidiu chegar junto com o por do sol, mais um encanto em um dia tão especial. "Amanheceu chovendo, mas o sol surgiu e como era Horário de Verão, as fotos ficaram lindas. O lugar é tão bonito que escolhi jogar o buquê ali mesmo, na saída da igreja", lembra.

Igreja da Santa Casa, na esquina da Mato Grosso com Rui Barbosa. (Foto: Fernando Antunes)
Igreja da Santa Casa, na esquina da Mato Grosso com Rui Barbosa. (Foto: Fernando Antunes)

Na avenida Mato Grosso, a igreja Nossa Senhora Auxiliadora é parte da paisagem há 70 anos, mas há muito um casamento não é celebrado. É a mais simples dentre as três localizadas em hospitais da cidade. Faz parte da Santa Casa, mas fica bem isolada do atendimento hospitalar.

A localização é privilegiada, na esquina com a Rui Barbosa. Mas talvez a simplicidade afaste as noivas que querem mais pompa do que aconchego.

AiIgreja surgiu porque havia uma congregação de freiras ligada ao hospital e apenas as missas de fim de semana ficaram. Hoje, o responsável é o Padre Tenório, super disposto a retomar as cerimônias por ali. "Adoraria", diz.

Recentemente, os banheiros foram reformados ao lado da sacristia, para receber melhor os fiéis. Também existe ar condicionado, que contrasta com os vitrais de flores até infantis nas janelas e com o altar cercado pela estrutura clássica de gesso.

A capacidade é para 70 pessoas, mas como ninguém procura, também não há uma taxa definida a ser cobrada dos noivos. Para quem quer conhecer a igreja aberta, há missas aos sábados e aos domingos, sempre às 19h.

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