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Comportamento

Fotógrafo recorre ao Facebook contra falta de desconfiômetro em casamentos

Elverson Cardozo | 12/11/2014 14:00
"Invasão" de celulares nos casamentos atrapalha profissionais. Mas não precisa deixar o aparelho em casa. É só ter bom senso. (Foto: Alex Doreto)
"Invasão" de celulares nos casamentos atrapalha profissionais. Mas não precisa deixar o aparelho em casa. É só ter bom senso. (Foto: Alex Doreto)

“Deixe o celular em casa e curta o casamento!”. Esse foi o apelo, uma quase campanha, que o fotógrafo Alex Doreto, de Campo Grande, fez no Facebook esta semana. O motivo? A invasão de celulares e de braços nas fotos de casamentos.

No profissão há cinco anos, ele perdeu as contas de quantas vezes viu convidados tentando registrar a entrada dos noivos com o aparelho. Em tempos de tecnologias, a situação é comum.

O problema é que a “mania” está passando dos limites. “Na entrada da noiva, principalmente, os convidados pegam os celulares e, como se fosse obrigatório, buscam o melhor ângulo para registrar. Mas o que eles não percebem é que muitas vezes atrapalham e prejudicam o registro que a noiva terá do seu grande dia por causa disso”, escreveu.

E atrapalham com metade do corpo para fora, como braço esticado no meio do corredor e com aparelhos cada vez maiores. “Hoje as pessoas vão com iPad. Querem filmar, fotografar”, comenta. O profissional, precisa, em um hora dessas, se virar para salvar a foto e entregar um bom material para os clientes que, aliás, exigem isso. “A gente procura se movimentar, fugir, para ter uma foto bacana”, diz.

Até existe outra saída, pontua, mas é desagradável. “Nós, como profissionais, temos que manter a postura. Não podemos chamar a atenção, mas já aconteceu de eu pedir antes para os convidados. Fui nas laterias e falei: 'Se possível, não coloquem a mão, não entrem no corredor'. É tão deselegante, tão constrangedor que a gente acaba não fazendo”.

No Facebook, Alex pede que as pessoas deixem o celular em casa, mas, para o Lado B, o fotógrafo explica que fez o apelo dessa forma só para chamar atenção e discutir o assunto. No post escrito por ele, a maioria apoiou a “quase” campanha.

Reclamação foi parar na rede social. (Foto: Reprodução/Facebook)
Reclamação foi parar na rede social. (Foto: Reprodução/Facebook)

“Temos que acompanhar a evolução da tecnologia, mas nunca nos esquecer de respeitar a privacidade e o momento alheio. Algumas pessoas não tem limites e não percebem que acabam sendo inconvenientes. Super apoiado”, escreveu a usuária Milcah Ayala.

Ed Paulo Merenda fez uma constatação: “Lamento em te dizer meu caro, mas com esses aparelhos cada vez mais sofisticados isso seria impossível”.

Alex não vê problema nos convidados que utilizam o celular para registrar o momento. Ele até incentiva, porque acha que a tecnologia deve ser aproveitada.

Em algumas fotos, Doreto enquadra, inclusive, os aparelhos e mostra, por meio das imagens, essa ânsia que as pessoas tem de fotografar. Faz parte do momento. Mas não dá para fazer um álbum inteiro assim.

Por isso, ele pede compreensão e bom senso, especialmente na hora da entrada. “Tem alguns momentos que são meio que específicos do fotógrafo, como a entrada dos noivos. E as pessoas colocam o braço no meio do corredor. Atrapalha. É o momento que estamos ajustando o foco. Atrapalha nosso posicionamento. Não só a gente, mas os cinegrafistas, Videomakers.... Todo mundo é prejudicado”, reclama.

“Queríamos apenas que os convidados tivessem mais respeito com os noivos. Essa não é uma reclamação só minha. É uma reclamação de fotógrafos nacionais”, finaliza.

Hábito de fotografar também gera flagras curiosos, como esse, mas não dá para montar um álbum todo assim. (Foto: Alex Doreto)
Hábito de fotografar também gera flagras curiosos, como esse, mas não dá para montar um álbum todo assim. (Foto: Alex Doreto)
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