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Comportamento

Namoro começou no Tinder, superou 3 endereços e vai virar casamento na Suíça

Paula Maciulevicius | 12/08/2014 06:20
O final de uma história que começou com "curtidas" no aplicativo "Tinder" aqui em Campo Grande será o "sim" na Suíça. (Fotos: Arquivo Pessoal)
O final de uma história que começou com "curtidas" no aplicativo "Tinder" aqui em Campo Grande será o "sim" na Suíça. (Fotos: Arquivo Pessoal)

Leandro e Flávia estão a sete dias do casamento. A cerimônia será pequena, na prefeitura de Dübendorf, espécie de distrito de Zurique, na Suíça, para 20 pessoas e em alemão. O final de uma história que começou com "curtidas" no aplicativo "Tinder" aqui em Campo Grande e passou por três endereços até o "sim". Os noivos são campo-grandenses e nos planos estão recepcionar os convidados em um piquenique num cenário de paisagem suíço, que vai relembrar o primeiro encontro deles, marcado no Parque das Nações Indígenas.

Quando a primeira conversa ocorreu, pessoalmente, os dois já tinham em mente que não era hora, momento e nem lugar de iniciar um relacionamento. "Foi no dia 11 de novembro, nós nos conhecemos e eu já tinha definido ir para Mossoró e ela também estava saindo de um relacionamento", explica o contador Leandro Medeiros, de 29 anos.

Ele estava de mudança para o Rio Grande do Norte e Flávia Galdino, de 27 anos, ainda buscava um rumo. Criada na Suíça, deixou a mãe lá para estudar Psicologia aqui, no Estado onde nasceu. "Já no dia 26 de novembro, eu peguei um avião e fui embora, mesmo assim a gente ficou mantendo contato. Ela em Campo Grande e eu em Mossoró", conta.

Casal em Munique, na Alemanha.
Casal em Munique, na Alemanha.

A primeira mudança de endereço dos dois levou Flávia a Cuiabá e depois ao Nordeste. A família tinha imóveis em Fortaleza e problemas com imobiliária a levaram a ficar mais próxima de Leandro. Coincidência ou destino, os dois passaram dias aproveitando a praia juntos. "Mossoró fica a poucos quilômetros de Fortaleza, ela me convidou e eu falei: 'olha que eu vou, hein? A gente se viu de novo quando achávamos que nunca mais íamos nos ver", comenta o noivo.

Uma das possibilidades era de Flávia se mudar para Fortaleza e começar uma pós-graduação. "Eu pensava se ela vier, o que a gente vai fazer? Fiquei achando que a gente ia ficar junto, era uma esperança, mas de repente ela chegou com a novidade de que ia morar com a mãe na Suíça", descreve.

O balde de água fria chegou derrubando para zero as chances que eles poderiam ter de ficar juntos. Até que ela resolveu chamá-lo também. "Ela falou vamos Lê, vamos para o frio? Eu: sério mesmo? Mas o que eu vou fazer lá?" narra. As conversas se seguiram por dois meses até que Leandro entendesse que a vida lá fora podia ser bem promissora. Mesmo sem falar alemão, uma das três línguas oficiais da Suíça, ele topou na cara e na coragem, comprou as passagens, arrumou as malas e se despediu da vida aqui.

"Só que eu não queria ficar me escondendo, vivendo como clandestino. Não queri. Ela disse que a gente podia dar um jeito. Fui e começamos a conversar", relata. Até então, Leandro deixou o Brasil apenas com o status de "amigo". "Viemos como amigos e íamos resolver essa questão quando eu chegasse aqui. A gente se entendeu muito bem e a melhor forma de ficar era a gente casando. Eu perguntei: você casaria comigo? E ela disse, mas é só para te ajudar? Não, estou acreditando que a gente vai ter uma vida lá na frente", resumiu. E a resposta do outro lado foi "sim".

Iniciais registradas em árvore num jardim perto de "casa", em Dübendorf.
Iniciais registradas em árvore num jardim perto de "casa", em Dübendorf.

A correria com a documentação começou quando faltavam 28 dias para que o visto de turista de Leandro expirasse. Foi o tempo que levou para eles se conhecerem e vivenciarem o que seria uma vida a dois, que parecia estar escrita desde o "Tinder", ainda em Campo Grande. O prazo dado pelo país foi de 5 a 6 semanas para agilizar o casamento, mas ao contarem a história deles, o processo foi acelerado.

"Aí já deram a data do nosso casamento, ficou para o dia 19. Vai toda a família dela, vamos fazer um piquenique num dos parques daqui, onde tem lagos e uma paisagem de cinema. Aí a gente vai arrumar nosso canto e fazer a nossa vida", sustenta.

O casamento era a saída para a permanência legal no país, mas também foi atender a um sinal de que o amor não bateria à porta dos dois de novo. "Nós tínhamos um propósito diferente, ela não sabia o que fazer, eu me mudei e depois acabei vindo para cá de uma forma totalmente despretensiosa e aqui estamos, planejando nossa vida e nosso caminho juntos".

Nessa história, o noivo é o que mais fala, mas Flávia ainda está surpresa. "Eu não imaginava que essa história ia acabar em casamento. Quando eu conheci ele, achei uma pena que tivéssemos nos encontrado num tempo tão complicado", diz.

Para ela, foi o tempo que foi moldando os caminhos entre os dois. "Chegou o momento de eu tomar uma decisão: entre voltar para a Suíça ou continuar no Brasil e eu decidi vir e chamar ele, porque já tinha gostado muito do jeito dele e eu sinto que fiz a escolha certa, se você parar para pensar, a gente não tinha nenhuma expectativa para ficarmos juntos. Quando eu achei que estava tudo perdido, porque eu ia atravessar o oceano, a gente deu um jeito de se reencontrar no caminho".

Coincidência ou destino, os dois passaram dois dias aproveitando a praia juntos, em Fortaleza.
Coincidência ou destino, os dois passaram dois dias aproveitando a praia juntos, em Fortaleza.
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