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Comportamento

No Bonança, torcida da galera é na rua, com decoração feita a mão pelos vizinhos

Se depender da animação dos moradores, o Brasil já é hexacampeão

Thaís Pimenta | 03/07/2018 09:07
Edevanilce, Graziela Ajala, irmã de Elourdes, Elourdes, Nir, Marizete, Nilson, Elizangela, Maurício e os filhos e netos da vizinhança. (Foto: Fernando Antunes)
Edevanilce, Graziela Ajala, irmã de Elourdes, Elourdes, Nir, Marizete, Nilson, Elizangela, Maurício e os filhos e netos da vizinhança. (Foto: Fernando Antunes)

Não é a primeira edição da copa em que a rua Portinho, no bairro Bonança, está pintada de verde e amarelo. Na terceira Copa do Mundo juntos, os vizinhos que acompanharam a criação do bairro desde o começo, e já estão na terceira geração de familiares que convivem juntos, já cultivavam aquele momento especial de se reunirem para pintarem o asfalto da rua com as cores da bandeira brasileira, inclusive com uma cópia fiel dela no meio da rua.

Mas a comemoração de 2018 dessa galera provou que o brasileiro está sim animado pra Copa! Com bandeirolas nos postes, decoração individual na fachada de cada casa, pintura da bola da seleção na rua e até exibição ao vivo do jogo do Brasil contra o México ali mesmo, na casa 72 da Portinho, com direito até a tenda estendida pra todo mundo ficar confortável, os vizinhos encontraram o jeito ideal de torcer com animação lá em cima. Os amigos brincam, inclusive, que se o hexa depender da vibração deles, o Brasil já pode considerar o campeonato como ganho.

Tia Nir foi quem animou todo mundo. (Foto: Fernando Antunes)
Tia Nir foi quem animou todo mundo. (Foto: Fernando Antunes)

Mas confirmando as pesquisas de antes do início da Copa do Mundo 2018, eles, como a maioria dos brasileiros, descrentes depois do 7x1 de 2014, só foram sentir o nervosismo da competição depois do primeiro jogo. Das 30 pessoas que se reuniram ontem para assistir às Oitavas de final, só mesmo Enir Duarte, conhecida carinhosamente como Tia Enir, estava animada com o clima pré campeonato!

"Eu comecei pintando o meio fio da minha casa e pregando os lencinhos verde e amarelo aqui na frente. Aí fui convencendo eles de que a gente precisava animar. Depois todo mundo já estava com o meio fio pintado, o pessoal foi pra rua melhorar a nossa bandeira, que estava apagada e sem os detalhes, e refizemos todas as pinturas, as bandeirolas, e esse ano ficou mais colorido, mais caprichado, ainda mais pra quem não tava animado no começo", diz ela.

Intimidade e animação fazem dessa vizinhança uma das mais animadas da cidade. (Foto: Fernando Antunes)
Intimidade e animação fazem dessa vizinhança uma das mais animadas da cidade. (Foto: Fernando Antunes)

O segundo a se animar na decoração foi o Tio Nilson, esposo de Marizete, e sem querer, começou com uma brincadeira que fez todo o resto querer participar da zoeira. "A Nir veio ajudar a gente a fazer bandeirinhas para colocarmos aqui na frente. Só que o molde da bandeirinha dela ficou parecendo uma calça, e a gente só se deu conta depois. Aí foi um pulo pros vizinhos brincarem, tanto é que a Elizangela cortou suas bandeirinha em forma de camisetas, e a depois a Edevanilce fez os jogadores", explica ele.

O clima de brincadeira permeia os encontros do grupo de vizinhos que mais parecem uma família de tão próximos. Privilégio para poucos hoje em dia, eles podem contar uns com os outros há masi de 39 anos. A intimidade fica exposta quando Mauricio Gauna sai batendo na casa do pessoal para chamar para a entrevista. "Aqui é assim. Tem os mais aparecidos e os mais tímidos, e tem o pessoal que pôde assistir o jogo com a gente mas a tarde teve expediente normal, então não pôde vir conversar", explica ele.

(Foto: Fernando Antunes)
(Foto: Fernando Antunes)

Mauricio, inclusive, é um dos mais animadinhos da turma! Ele nega, mas os vizinhos confirmam que de manhã só dá ele acordando todo mundo pra torcer.

Só ganha dele, em termos de animação, sua avó, dona Elourdes Rosa Moreira, que aos 73 anos tem fé de que, dessa vez, o hexa tão esperado chega para nós! No sangue corinthiano da vovó da casa, a seleção brasileira pulsa mais forte que o timão do coração e a idade não é desculpa para torcer menos.

"Na hora do jogo eu fico ansiosa e eles brincam dizendo que eu sou a mais animada. Não nego a animação, coloco até chapéu verde amarelo pra dar sorte", comenta ela, com um sorrisão no rosto!

Elourdes é a mais animada da turma. (Foto: Fernando  Antunes)
Elourdes é a mais animada da turma. (Foto: Fernando Antunes)
As bandeirinhas em formato de calça, ou bermuda, dos jogadores. (Foto: Fernando Antunes)
As bandeirinhas em formato de calça, ou bermuda, dos jogadores. (Foto: Fernando Antunes)

Filhos, netos, adolescentes, crianças, adultos e até os bichinhos de estimação da vizinhança vibraram em verde e amarelo na segunda-feira e assim pretendem permanecer até a final da Copa 2018. 

"Estamos combinando de o próximo encontro ser na casa da Edevanilce. Vamos mudando a cada jogo", explica Mauricio. Com bolões a cada encontro, pipoca, tereré e até aquela cervejinha clássica, a promessa é que, se o Brasil chegar até o final da competição, o churrasquinho em comemoração fica por conta de Nilson. "Mas desde que cada um leve a sua carne e sua bebida", brinca.

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Bandeira já existe há 3 edições da copa mas só agora ganhou os detalhes idênticos à bandeira do Brasil. (Foto: Fernando Antunes)
Bandeira já existe há 3 edições da copa mas só agora ganhou os detalhes idênticos à bandeira do Brasil. (Foto: Fernando Antunes)
Galera foi pra rua para assistir o último jogo do Brasil contra o México! (Foto: Acervo Pessoal)
Galera foi pra rua para assistir o último jogo do Brasil contra o México! (Foto: Acervo Pessoal)
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