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Comportamento

No trabalho, 10% dos colegas devem estar de olho no que é seu. Será?

Paula Maciulevicius | 17/10/2013 06:13
A questão pode começar na marmita e ir parar nas bolsas, carteiras, celulares e produtos da própria empresa. (Foto: Cleber Gellio)
A questão pode começar na marmita e ir parar nas bolsas, carteiras, celulares e produtos da própria empresa. (Foto: Cleber Gellio)

Dia desses, uma foto no Facebook de uma vasilha com cadeados trouxe à tona o drama de quem vive sendo furtado no trabalho, pelos próprios colegas. Nesta semana, o Lado B volta ao assunto depois de participar de uma palestra de prevenção a furtos internos e externos para empresários, realizada pela Fecomércio. Entre especialistas e dirigentes de empresas, a questão é unânime: quem rouba bife também leva outra coisa.

A intenção não é de fazer com que todo mundo viva desconfiado e sim alertar. A questão pode começar na marmita e ir parar nas bolsas, carteiras, celulares e produtos da própria empresa.

Se coloque dentro do seu local de trabalho. Veja ao lado quantos funcionários vivem a mesma rotina que você. 30? 40? 50? Ou mais? Separe 10% deles, é o percentual de pessoas que praticam furtos durante o expediente, segundo especialistas.

O delegado de Polícia Roberto Paiva levantou o índice, 30 anos trabalhando em Segurança e prestando assessorias às grandes empresas, ele divide o furto por oportunidade e o premeditado.

“10% das pessoas que frequentam o ambiente praticam furtos. Essa quantidade grande é por oportunidade, quem larga a bolsa em cima da mesa e a pessoa está ali vendo todo dia. Destes, 10% premeditam, a pessoa vê que você tranca a bolsa e deixa a chave em cima da mesa. Ela vai articular como vai furtar”.

Para especialista em segurança, 10% dos funcionários cometem furtos no local de trabalho. (Foto: João Garrigó)
Para especialista em segurança, 10% dos funcionários cometem furtos no local de trabalho. (Foto: João Garrigó)

Com tudo isso, ele defende que o melhor método é criar as próprias cautelas, para não ser vítima.

Sócio proprietário de um mercado no bairro Carandá, em Campo Grande, Ronaldo Amorim, adotou a medida de deixar bem claro o que tem em cada lixeira do comércio. “Todos os sacos são transparentes, isso para evitar do funcionário jogar no lixo e ir pegar depois, é o tradicional”, afirma.

Com 42 funcionários, ele fala que o furto praticado pelos colaboradores é o mais complicado. “Você está lidando com o bandido amigo. A pessoa pode estar premeditando a todo momento. Tem o furto de consumo e o furto de retirar e levar”, avalia.

O produto que mais era surripiado na loja são os chicletes. “Mas ele pode levar qualquer coisa. Começa com o chiclete, a pessoa acha que ninguém vai ver, aí passa para o leite condensado, até que ele está levando uma pilha, uma bateria para casa”.

O alerta da palestra também foi para prevenir que o tiro saia pela culatra. Acusar um funcionário de furto, mesmo com a certeza da consumação do ato, pode gerar um prejuízo judicial muito maior do que o que seria levado.

“Não se pode tomar uma atitude errada, a perda será muito grande. A demissão tem de ser gradativa. Primeiro se analisa o histórico do fato, o grau de importância do funcionário e projeta a demissão”, exemplifica o delegado.

O ideal é que depois do episódio o colaborador seja afastado da função que permite um contato direto com o que pode ser furtado. Revista? Só em último caso, de situação extrema mesmo, que deve ser feita em local reservado. “Quando se tiver a certeza, mas para ter essa certeza tem que ter visto o furto”, ressalta.

Em caso de furtos de marmita, como citado anteriormente, mais vale uma atitude da direção da empresa. “A primeira coisa é saber quem são os seus funcionários. Em segundo lugar, você tem que demonstrar controle sobre o seu estoque e ter tecnologia de controle do que se passa ali dentro. Por último, trazer o funcionário para você. Ele vai ser colaborador, parceiro. Se a empresa for bem, ele vai crescer lá dentro. No Brasil não existe a cultura da honestidade”, finaliza Roberto.

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