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Comportamento

Quando a "Fé" está até no sobrenome, não é difícil construir a vida em família

Fabiana Silvestre, especial para o Lado B | 07/10/2013 06:29
Maria Fé (centro), a filha e a neta.
Maria Fé (centro), a filha e a neta.

Que “mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento”, todos já sabemos graças a Drummond. E elas seguem firmes, tradicionais ou modernas, conservadoras ou descoladas, desempenhando com maestria o papel de matriarca, unindo a família e inspirando as novas gerações.

Algumas têm algo a mais, que pode estar até no sobrenome. Maria Fé Ferreira Miranda, de 72 anos, é inspiração para os três filhos, netos e quem mais souber de sua história. Foi professora, trabalhou com o marido, João Alberto Jacques Miranda, no restaurante da família, voltou à faculdade, desta vez com a filha, Maria Emília, e há 40 anos está à frente dos trabalhos da padaria da família.

O sucesso nos negócios, Maria Fé credita ao amor cultivado dentro de casa. “A família é a coisa mais importante que existe e quando levamos isso para outras áreas, também temos sucesso”, afirma.

Ela lembra que todos os desafios e dificuldades foram determinantes para consolidar a união, desde 1972, quando com o apoio do pai, o "Seo Dico", abriu a primeira empresa na Rua 14 de Julho.

Hoje a padaria fica na avenida Mato Grosso, ao lado da academia administrada pelos três filhos. Sempre em sintonia, garante Maria Emília, a mais velha.

“Temos diferenças naturais de opinião, mas gostamos de estar juntos, sempre conversamos, sabemos que os outros têm o objetivo de decidir pelo melhor, e chegamos ao consenso”, explica.

Maria Emília não hesita ao dizer que a mãe é a maior incentivadora e fonte de inspiração no dia a dia. “Nossa mãe sempre foi muito trabalhadora, sempre fez tudo com muito amor e hoje nós fazemos o mesmo”.

A parceria entre os irmãos é celebrada pela mãe. “Vendo que eles estão seguindo em frente, juntos, eu me sinto realizada, com a missão realmente cumprida”, afirma Maria Fé, que continua com a mão na massa, literalmente. Até hoje cria receitas e faz pão caseiro, uma de suas paixões.

O pastel também faz sucesso na cidade e a receita é antiga. “Não tem nada demais, é uma massa simples, que eu mesma inventei, mas tem sim muito carinho porque eu amo o que faço”, diz, mencionando o ingrediente especial e compartilhando com os funcionários o sucesso do salgado. “Ainda bem que também temos uma equipe muito boa, que faz tudo direitinho e não muda a receita”.

Dinâmica e jovial, Maria Fé segue inspirando a terceira geração da família. A nutricionista Rafaela Miranda de Oliveira, 22, filha de Maria Emília, já trabalha na padaria, negócio que vai muito bem, obrigado. E quando vai parar? “Ah, se depender de mim não paro não porque se a gente para a vida fica muito difícil”. Sabedoria de Maria Fé.

Persistência - Pesquisa do Sebrae-MS demonstra que é cada vez maior a participação das mulheres à frente dos pequenos empreendimentos. Em 2008, 65% das entrevistadas comandavam seus negócios no Estado, número que saltou para 94% em 2011.

Aliando pontos fortes identificados no estudo, como persuasão e rede de contatos, comprometimento, persistência, iniciativa, exigência de qualidade e autoconfiança, elas vêm ganhando cada vez mais espaço e se concentram principalmente no comércio e na prestação de serviços, em diversos ramos de atividades.

Elas correm riscos calculados, são independentes, têm entre 40 e 60 anos em média (51%) e não abrem mão da capacitação – 57% iniciaram ou possuem Ensino Superior, Especialização e/ou Doutorado.

Para a gestora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios do MS, Rosana Brunet Loureiro de Almeida, o sucesso das mulheres empreendedoras é fruto da participação ativa nos negócios, perseverança, planejamento, relacionamento com o cliente e estabelecimento de parcerias, entre outros fatores. “As mulheres criam um ambiente participativo, têm ideias inovadoras, superam desafios e têm visão de futuro”, analisa.

Rosana, que é mãe de um casal de jovens, com 23 e 19 anos, lembra que a constituição familiar vem sofrendo mudanças expressivas ao longo dos anos e a mulher passou a assumir outros papeis, inclusive como provedora da família, função que anteriormente era eminentemente do marido. “Conciliar trabalho e a criação de filhos é uma arte, mas a mulher tem um dom especial e único, que é saber lidar com a diversidade de atividade, acrescentando seu toque especial em cada tarefa, com grande dose de amor, o que a torna mais segura e fortalece seus ideais”

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