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Consumo

De olho em promoção, consumidores encaram fila durante a madrugada

Nyelder Rodrigues e Kleber Clajus | 04/01/2018 23:55
Água, banheiro químico, segurança particular e até pipoca, TV e baralho são oferecidos para quem fica na fila esperando abertura da loja (Foto: Kleber Clajus)
Água, banheiro químico, segurança particular e até pipoca, TV e baralho são oferecidos para quem fica na fila esperando abertura da loja (Foto: Kleber Clajus)

Fogão, geladeira e ventilador são itens basicamente carimbados na lista de compras daqueles que encaram a madrugada e passam toda ela esperando a abertura da loja que promete preços promocionais. Na era da comodidade das compras pela internet, há ainda quem encare o acampamento na porta da loja de olho em bons preços.

E na noite desta quinta-feira (4), já eram muitos os que aguardavam em frente às unidades da Magazine Luiza em Campo Grande pelo saldão, que começa a partir das 6h com o levantar das portas das lojas. Em uma dessas unidades, na rua 14 de Julho, entre as ruas Dom Aquino e Barão do Rio Branco, Centro, cerca de 30 pessoas já formavam fila. Entre eles, estava o pecuarista Aureliano Ferreira, de 59 anos, que veio de Terenos com a filha e funcionária pública Claudia Colman, de 34 anos, de olho em produtos baratos.

Na lista de compras, não podiam faltar ventilador, fogão e geladeira. Para levar tanta coisa embora, uma picape Chevrolet Montana segue perto dali, pronta para o transporte. "A Black Friday [promoção tradicional em novembro] não foi atrativa. Eu estava buscando um fogão e preferi arriscar agora. Inclusive fiz uma tomada de preços antes para saber se o que quero vai estar mesmo em promoção", comenta Claudia.

Outro que aguarda para entrar no local é o construtor Marciano Miranda, de 35 anos. Ele pretende gastar R$ 6 mil na compra de uma geladeira, quatro ventiladores e um fogão cooktop.

"Deixei de ir para a praia em Santa Catarina no fim de ano para fazer essas compras. Agora, a esposa tem que vir também e escolher junto, senão não funciona. Ou escolhe antes ou vem junto", comenta Miranda, que aguardava a mulher na fila já com colchonetes e cobertores. "Agora um cochilo daqui a pouco", finaliza.

Vendedora aproveita para, além de ficar na fila, vender cachorro quente para os "colegas" de espera (Foto: Kleber Clajus)
Vendedora aproveita para, além de ficar na fila, vender cachorro quente para os "colegas" de espera (Foto: Kleber Clajus)

Oportunidade de vendas - O saldão acabou também sendo uma oportunidade de lucrar para Maria Helena Alves, de 60 anos. Ela tem um carrinho de cachorro quente e fica sempre com ele no Centro. Hoje, ela resolveu passar na loja da Magazine Luiza e, além de vender cachorro quente para quem está na fila, também aguardar a abertura das portas para aproveitar as promoções.

"Sou compradora assídua dessas promoções. Agora só volto pra casa se eu comprar um suporte para televisão. Todo ano compro assim. Já levei panela de pressão, TV, cama, tudo barato", revela a comerciante.

Acordo solidário - Outra situação inusitada é a da dona de casa Olivia Martins dos Santos, de 50 anos. Ela é a terceira da fila para entrar na loja e pretende comprar para o filho, que é especial, um videogame Playstation, o único da loja.

Para evitar "problemas" na abertura da loja, as pessoas que estão com ela na fila já entraram em acordo. "O videogame é dela" comentam. Segundo Olivia, foi necessário um ano e meio de economia para conseguir juntar o dinheiro.

"A alegria dele em saber que ganharia o videogame foi tanta que até no posto de saúde foi parar por causa da pressão alta. Ele abriu mão de tênis, que tá bem velhinho, e até de comprar roupa, para ganhar esse aparelho", contou a mãe.

Pecuarista veio com a filha de Terenos para aproveitar as promoções amanhã cedo (Foto: Kleber Clajus)
Pecuarista veio com a filha de Terenos para aproveitar as promoções amanhã cedo (Foto: Kleber Clajus)

Estrutura - Em rápido levantamento feito pela reportagem, os valores médios de intenção de compra entre os "consumidores de plantão" na porta da loja varia desde R$ 1 mil até R$ 6 mil.

Para garantir o conforto, apesar do céu aberto durante a madrugada, dos que aguardam na fila, a Magazine Luiza disponibilizou em todas unidades segurança particular, banheiro químico, água, pontos de energia para recarregar o celular e até pipoca.

Em uma loja localizada na rua 13 de Maio, também no Centro de Campo Grande, o gerente foi além e, para entreter quem ficou na fila, ofereceu uma TV para eles assistirem e até baralho para passar o tempo.

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