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Diversão

Festa de flashback inspirada em "50 Tons de Cinza" tem gogoboy Christian Grey

Thailla Torres | 05/03/2018 07:23
Com corpo escultural, gogoboy é sucesso entre as mulheres em flash back temático. (Fotos: Thailla Torres)
Com corpo escultural, gogoboy é sucesso entre as mulheres em flash back temático. (Fotos: Thailla Torres)

Na Rua 14 de Julho, o Bolero Casa de Dança já virou tradição pelos bailes sertanejos. Mas todo mês, em um sábado, o modão sai de cena e o flashback domina. A noite faz todo mundo voltar no tempo com as músicas antigas e passinhos, mas quando é temática o público vai ao delírio. No último sábado, teve até apresentação do gogoboy, para entrar no clima da festa "50 Tons de Flashback", inspirada na saga Cinquenta Tons de Cinza.

Mas ali, de sensualidade, só o corpo escultural de um jovem de 25 anos, fez algumas entradas dançando de um jeito sensual. Quem tem sorte de ficar na frente, tira uma casquinha passando a mão nas pernas e no abdômen trincado do homem que cuidava a todo momento para não ter as partes íntimas apalpadas.

Uma corrente humana é feita para conter o público eufórico que assiste gogoboy se apresentando em meio a fumaça.
Uma corrente humana é feita para conter o público eufórico que assiste gogoboy se apresentando em meio a fumaça.
Irmãs, Mara e Márcia não perdem um fim de semana de festa.
(Fotos: Thailla Torres)
Irmãs, Mara e Márcia não perdem um fim de semana de festa. (Fotos: Thailla Torres)

Na noite, ele é o Grey do Bolero, versão campo-grandense do protanista gostasão de Cinquenta Tons de Cinza. O rapaz prefere ter a identidade preservada por conta dos outros ofícios. Acadêmico de Educação Física, ele começou a vida como gogoboy aos 19 anos. "Foi na escola, um professor me convidou para dançar em uma balada gay da cidade. No começou, eu achei estranho, bate uma vergonha, mas depois você vê que é só dançar e pronto", conta.

Com o tempo, ele diz que passou a encarar a profissão com naturalidade e assume que os palcos são uma forma de extravasar. "Eu gosto de dançar, me sinto bem ali e por isso continuei".

Adorado por umas, ele também é visto com maus olhos por outros. O trabalho ainda gera dúvida e muitos associam a prostituição. "A maioria pensa que eu faço programa, mas nunca fiz. Apenas danço e nunca tiro a sunga. O máximo que fico é assim", diz exibindo a cueca preta e a máscara, item que ele não abre mão na hora de se apresentar.

Além do preconceito, a maior dificuldade foi arranjar alguém para amar que compreendesse o trabalho. "Fiquei anos sem conseguir namorar, não é fácil. Mas hoje tenho uma namorada, de 23 anos, que compreende e vai comigo em todos os eventos".

Ele diz que cobra em torno de R$ 200,00 a apresentação de 20 minutos. "É um dinheiro que apenas acrescenta na minha renda. Não vivo disso, mas danço porque amo o que eu faço".

Tem homem que não aprova e até dispara olhares para o "Grey" campo-grandense. "Alguns apontam o dedo, falam que vão me pegar, eles ficam com ciúmes porque a mulherada olha. Mas nunca aconteceu nada demais, ainda bem".

Amigas se divertem todo fim de semana. (Foto: Thailla Torres)
Amigas se divertem todo fim de semana. (Foto: Thailla Torres)

No público do Bolero, a apresentação de Grey parece aprovada por unanimidade. As amigas Sandra Freitas, de 36 anos, e Wilma Saraiva, de 35, não viam a hora do "personagem" sensual dar às caras. "É lindo demais, a melhor parte da noite", brinca Sandra.

Juntas, elas contam que frequentam o espaço há anos. "Aqui é uma delícia, eu gosto porque tem chamamé e música antiga, é muito mais o nosso estilo", completa Wilma.

O lugar é balada para muitos casais, entre eles, João Milton, de 40 anos e Sandra Regina, 48 anos, que estão juntos há 4 anos graças ao flashback. "Nos conhecemos em uma festa, onde o DJ Lucas de Lima nos juntou e não nos separamos mais. Tanto que viramos o casal flashback", conta João.

Na porta, Mara e Márcia Coronel, de 50 e 55 anos, estavam ansiosas pela noite. "A gente não perde um fim de semana. E ainda por cima tem esse tal de Grey, a gente não ia perder", brinca Marcia.

O local é administrado há 10 anos por Tânia Regina, sistemática com os cuidados com clientes, principalmente quando o assunto é privacidade. "Tem muita gente que é reservada, que não gost de falar que vem a bailes como esse na cidade, então a gente toma todo cuidado".

As festas temáticas, segundo ela, surgiram para sair da rotina. "Quem viveu o estilo dos anos 60,70 e 80, gosta dessas músicas e por isso, uma vez por mês, a gente abre a casa com essas festas".

A Bolero Casa de Dança abre com bailes toda quinta-feira, das 14h às 22h, sábado das 22h às 4h e aos domingos das 14h às 21h. O flashback acontece uma vez por mês. O ingresso, vendido na hora, custa R$ 20,00. O espaço fica na Rua 14 de Julho, em frente à Feira Central de Campo Grande.

Grupo de passinho também leva diversão do público. (Foto: Thailla Torres)
Grupo de passinho também leva diversão do público. (Foto: Thailla Torres)
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