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Diversão

Na alegria e na tristeza, Vila Carvalho comemora 50 anos e vira enredo em 2019

Escola abriu as comemorações de aniversário neste sábado e promete um Carnaval inesquecível.

Thailla Torres | 21/10/2018 08:13
Escola comemora 50 anos de história e será o enredo do Carnaval 2019. (Foto: Kísie Ainoã)
Escola comemora 50 anos de história e será o enredo do Carnaval 2019. (Foto: Kísie Ainoã)

Carnaval, é talvez a celebração mais plural e democrática ainda em Campo Grande. Festa que há 50 anos a Vila Carvalho realiza com orgulho. Neste fim de semana, a escola de samba mais antiga da cidade comemorou seu aniversário que será enredo de 2019 e promete levar à avenida a história mais bonita que o povo nunca imaginou escutar.

Com muito samba e o verde e rosa em destaque no barracão da escola, localizado na Vila Carvalho, o público saudou os mais antigos e aproveitou para falar da história desde que um morador, apaixonado pelo samba, deu início a agremiação.

Presidente da escola há 45 anos, José Carlos de Carvalho se emociona pelos 50 anos. (Foto: Kísie Ainoã)
Presidente da escola há 45 anos, José Carlos de Carvalho se emociona pelos 50 anos. (Foto: Kísie Ainoã)

Presidente há 45 anos, José Carlos de Carvalho, de 75, já assistiu várias transformações da Carvalho. Mas nada o emociona mais do que ver o amor que ainda resiste mesmo com um caminho de alegrias e tristezas. “É a alegria de vencer e a tristeza de perder. Essas duas coisas fazem parte da nossa história, é inevitável, mas quando vejo a força que a gente tem para recomeçar, isso até me arrepia”, descreve José.

Por isso, o enredo da escola no desfile de Carnaval em 2019 vai narrar essa história. “Carnaval dos carnavais, Jubileu de Ouro. A Vila Carvalho conta, canta e encanta nos seus 50 anos”, narra o presidente mostrando o enredo que já estampa a camisa oficial da escola.

E o que mantém viva a vontade de fazer um Carnaval irreverente e alegre na cidade é a tradição, característica que fez o comerciante Robson Simões, de 60 anos, hoje diretor cultural e que se apaixonou pela Vila há 14 anos. “O grande legado que a vila tem é a tradição, porque querendo ou não, em termos de regras de tradição, ela é fortalecida em raízes, ancestralidade, antepassados. Então existe alegria e tristeza que acabam dando um certo sabor para quem deseja ver a escola crescer e amadurecer cada vez mais”.

Com voz irreverente, Paulo Pereira, conhecido como Tim da Vila, de 50 anos, não se esquece dos primeiros instrumentos desde que os pais o levaram para a escola de samba ainda pequeno. “Eu lembro de mexer nos instrumentos e ficar apaixonado pelas cores, harmonia que encanta qualquer criança. Era meu destino continuar na escola”.

Tim da Vila, interprete que praticamente nasceu dentro da escola. (Foto: Kísie Ainoã)
Tim da Vila, interprete que praticamente nasceu dentro da escola. (Foto: Kísie Ainoã)
Dona Eda chegou à escola pelo barulho. (Foto: Kísie Ainoã)
Dona Eda chegou à escola pelo barulho. (Foto: Kísie Ainoã)

Intérprete e compositor ele tem o desafio de encantar o público com as palavras sem chance de perder o fôlego durante os 70 minutos de desfile. “São 365 dias de preparo definidos em apenas 70 minutos. A história de uma escola de samba é sempre essa. Por isso a gente precisa fazer tudo com muito amor e respeito, não tem outra regra”.

Se Carnaval combina com humor, dona Roselane Alves Varanis, de 60 anos, não perde a maestria do sorriso toda vez que vê a Vila Carvalho comemorar mais um ano. Porta-bandeira conhecida na escola, esse ano ela ganhou um destaque diferente, será homenageada em uma das alas da escola. “Eu fiquei tão feliz e emocionada que meu coração não está aguentando de ansiedade para ver como será tudo ano que vem”.

Rose será uma das homenageadas neste ano. (Foto: Kísie Ainoã)
Rose será uma das homenageadas neste ano. (Foto: Kísie Ainoã)

Ela conta que ficou sabendo da homenagem em janeiro, mas até agora sabe poucos detalhes e acredita que mais uma vez, a Vila Carvalho vai surpreender. “Eu amo essa escola porque além de fazer bonito, ela é escola que luta pelo Carnaval e pelo o que ele significa para a gente”, diz Rose.

Já dona Eda Alves, de 64 anos, chegou à escola do jeito que muita prefere ficar distante, pelo barulho. “Foi escutando o batuque da minha janela. Moro bem na frente da escola e um dia não aguente aquela barulheira e resolvi entrar no barracão. Foi amor à primeira vista”, conta.

Em 14 anos de história com escola, ela já levou as fantasias para casa e hoje é aderecista que bate a cabeça para que cada tudo fique pronto com muitos detalhes. “Eu sou chata, gosto de tudo muito bem feito, porque é um momento único e a gente não pode errar. Então cada adereço é feito com amor, não tem outro jeito”.

E para quem acha que levar uma escola à avenida é folia, o presidente ensina. “Tem gente que acha que fazemos a vida com dinheiro da escola. Mas aqui não existe lucro, o que fica para a gente é a felicidade em conseguir desfilar e o investimento é para fazer um Carnaval de verdade e manter a tradição. Porque ninguém se sustenta com o dinheiro da escola, mas a gente vive ela e respira o samba, isso sim é gratificante”.

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Público aproveitou para mostrar o que há de melhor em samba no pé. (Foto: Kísie Ainoã)
Público aproveitou para mostrar o que há de melhor em samba no pé. (Foto: Kísie Ainoã)
E chamou atenção pelos passos bem feitos. (Foto: Kísie Ainoã)
E chamou atenção pelos passos bem feitos. (Foto: Kísie Ainoã)
A mulherada encanta quando o samba e a bateria começa. (Foto: Kísie Ainoã)
A mulherada encanta quando o samba e a bateria começa. (Foto: Kísie Ainoã)
Na alegria e na tristeza, Vila Carvalho comemora 50 anos e vira enredo em 2019
Na alegria e na tristeza, Vila Carvalho comemora 50 anos e vira enredo em 2019
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