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Grupo de ginástica se fortaleceu com protesto e reúne histórias de superação

Elverson Cardozo | 17/11/2014 06:45
Grupo se exercita na Orla. (Foto: Marcos Ermínio)
Grupo se exercita na Orla. (Foto: Marcos Ermínio)
Professora Sabrina é que dita o ritmo das aulas. (Foto: Marcos Ermínio)
Professora Sabrina é que dita o ritmo das aulas. (Foto: Marcos Ermínio)

Há cerca de 3 anos a educadora física Sabrina Colatto, de 30 anos, foi proibida de dar continuidade ao projeto de ginástica “Movimente-se”, da Prefeitura, por meio da Funesp (Fundação Municipal de Esporte), no bairro Cabreúva, em Campo Grande. À época, diz, uma moradora se irritou com o barulho que, das 18h30 às 19h30, saia das caixas de som a animava os participantes. O resultado foi um processo na justiça e a suspensão do trabalho por pelo menos oito meses.

Inconformadas, as alunas, que já estavam acostumadas à rotina, sentiram falta das aulas e mais ainda da professora, grande incentivadora. Uma delas teve, então, a ideia de protestar criando um grupo, que poderia muito bem ser chamado de fã clube: o Sabrinet’s. Deu certo.

Sabrina voltou e hoje comanda a turma as segundas e quartas-feiras, no mesmo horário e local. São aproximadamente 160 alunas e 3 homens, os “Sabrinitos”, que aparecem às aulas à caráter, com o nome do grupo grafado no peito, em um uniforme próprio, com logomarca e tudo.

Em uma hora de aula, a educadora é quem dita os passos das danças e dos mais variados exercícios, em um treino bastante animado e funcional. O povo adora porque sabe que o esforço dá resultados.

O grupo reúne boas histórias de superação, como a da dona de casa Marta Rodrigues da Silva, de 39 anos. Em janeiro, ela tomou coragem para participar das aulas. Entrou pesando inacreditáveis 105 quilos e hoje, quase um ano depois, tem 72 com muito orgulho.

Na companhia do filho, Marta, antes com 105 kg e, agora, com 72. (Foto: Arquivo Pessoal/Marcos Ermínio)
Na companhia do filho, Marta, antes com 105 kg e, agora, com 72. (Foto: Arquivo Pessoal/Marcos Ermínio)

Falar do passado, do peso e da época em que era sedentária é, para ela, um prazer imenso. A conquista emociona. “Vou chorar”, avisa, quando questionada sobre o que as Sabrinet’s representam para ela. “É minha força para continuar”.

A nova vida, e o novo corpo, servem de inspiração para qualquer um. “Eu não sabia que tinha essa força. [...] Antes eu vivia totalmente parada. Não fazia nada. Tinha vontade, mas não ia”, comenta.

Em casa, o marido, o técnico de informática Venino Júlio Filho, de 39 anos, foi quem mais notou a diferença. E ele não fala só das curvas reconquistadas. “O que a gente percebe é a melhora do humor e a autoestima”.

O humor muda mesmo, confirma a dona de casa Rosilete Vasconcelos Figarella, de 49 anos, que deixou para trás 37 quilos em seis meses. “Sabe aquela dieta que você começa na segunda e quando chega na quarta você desiste? Então, eu era assim. No começo eu tomava remédio e tinha aquele efeito sanfona. Cheguei a emagrecer 11 e engordei o dobro, sem mentira alguma”

Rosilete eliminou 37 kg. (Foto: Marcos Ermínio)
Rosilete eliminou 37 kg. (Foto: Marcos Ermínio)
O antes e o depois da dona de casa. (Foto: Marcos Ermínio)
O antes e o depois da dona de casa. (Foto: Marcos Ermínio)

Com as Sabrinet’s, assim como Marta, ela reconquistou a qualidade de vida. Nada paga a satisfação de sair para comprar uma roupa e entrar nela, diz. Mas a mudança exige disciplina. “A gente não muda ninguém. A pessoa tem que ter força de vontade e querer”.

A professora Maristela Sanches dos Santos, de 46 anos, quis. “Eu era sedentária. Minha vida mudou 100%”. A da aposentada Thereza Alice de Paula, de 51 anos, também. “Sofri um AVC [Acidente Vascular Cerebral] em 2003 e fiquei com o lado esquerdo paralisado. Um dia, passando por aqui, vi a Sabrina e resolvi participar. Minha autoestima me levou a fazer exercício. Eu faço até hoje e já estou emagrecendo. Perdi quatro quilos até agora”, conta, ao comentar que a “dormência” no corpo também foi embora.

Da vida da dona de casa Idalete Vieira de Lima, 45 anos, foi a depressão quem deu adeus. “Fechava as cortinas, escurecia o quarto e não queria conversa com ninguém. Não saia para lugar nenhum. Eu me entreguei mesmo. Estava nas últimas. Foi nesse período que conheci a ginástica. Estou até hoje e não largo por nada e não deixo ninguém sair. Quando eu vejo uma saindo eu vou lá e cutuco porque sei o que passei. Cada uma de nós tem uma história para contar e é só superação”.

Qualquer um pode participar do grupo, esclarece a professora. As aulas são gratuitas e ocorrem, como foi dito, as segundas e quartas-feiras, das 18h30 às 19h30, na arena da Orla Morena, no bairro Cabreuva.

Sabrinet's em dia de piquenique saudável. (Foto: Marcos Ermínio)
Sabrinet's em dia de piquenique saudável. (Foto: Marcos Ermínio)
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