Com cachaça e mandioca, risoto pantaneiro ganha mais uma versão

Enquanto muita gente se rende aos pratos da moda, duas personal chefs sul-mato-grossenses decidiram investir na carne de sol, banana da terra e pimenta biquinho para preparar o risoto pantaneiro, que hoje é destaque nos jantares preparados por Nicole Gabriela Mariano e Maria Clara da Silveira, que cozinham juntas com o projeto “Guavira”, nome que homenageia a fruta símbolo do Cerrado.

“Foi uma forma de oferecer algo nosso, que represente Mato Grosso do Sul”, diz Nicole, que desde os 10 anos já fazia bolos em casa, inspirada pela família. “Minha paixão veio da cozinha de casa. Meu avô e minha mãe sempre cozinhavam e isso me encantava”, conta.

Nicole tem formação em gastronomia e paixão pela confeitaria, mas também, se encantou pela comida regional. “Sempre que posso, a primeira sugestão nos jantares é um prato daqui. Às vezes a gente esquece ou até desvaloriza o que é nosso, mas dá pra fazer muita coisa legal com os ingredientes da região”, defende.

Foi com esse olhar que ela e Maria decidiram incluir o risoto pantaneiro no menu oferecido em eventos particulares. A inspiração veio após Nicole experimentar o prato em um restaurante de Campo Grande. A versão da dupla ganhou toques autorais, como o uso da cachaça no lugar do vinho e um crispy de mandioca que dá um toque a mais de crocancia e sabor.

“A aceitação é incrível. Muita gente que nunca tinha provado, come e ama. Ele é colorido, bonito no prato, e tem sabores que combinam”, descreve Nicole.

Maria, que aprendeu a cozinhar vendo a avó boleira e o pai churrasqueiro, se encarregou da carne de sol. “Eu deixei dois dias no sol mesmo, em um processo tradicional. A gente quis fazer do nosso jeitinho, adaptando”, conta.

Ela diz que a ideia do projeto de personal chefs é levar experiências únicas para grupos pequenos. “Fazemos eventos de até 20 pessoas. O pessoal adora porque é algo mais intimista e feito com carinho”, afirma.

Para ela, o risoto pantaneiro é um prato versátil. “Pode ser servido no jantar, mas também funciona no almoço. É saboroso, encorpado e diferente do que a maioria está acostumada a comer”, destaca.

Além do risoto, a dupla também aposta em macarrão de comitiva, arroz carreteiro, brusquetas com geleia de guavira e nozes caramelizadas, reforçando o DNA regional da proposta. “A gente quer que as pessoas conheçam os sabores do Cerrado de um jeito especial”, resume Nicole.

Passo a passo da Receita

"A gente fez um fundo de legumes com um pouquinho de osso de carne. Depois começamos flambando a banana com um pouco de açúcar, porque a banana da terra é um pouquinho mais amarga”, detalha a chef.

Na sequência, foi a hora de refogar alho e cebola com a cachaça e adicionar o arroz específico para risoto. “A gente vai mexendo, adicionando o caldo até dar o ponto do arroz. Assim que deu o ponto do risoto, adicionamos a carne de sol, a banana flambada, queijo parmesão, pimenta biquinho e cheiro verde”, explica.

Para finalizar a receita um crispy de mandioca dá o toque final.

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