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Sabor

Tradição que divide "torcidas", qual o melhor salgado à venda em Campo Grande?

Listamos dez receitas famosas pela cidade e tem de tudo, de bolinho de bacalhau à Chipa Grega

Thaís Pimenta | 20/02/2018 08:31
Cada coxinha do Vitorino's tem um formato diferente. O curioso é que tem de carne, frango, carne seca e até bacalhau. (Foto: Thaís Pimenta)
Cada coxinha do Vitorino's tem um formato diferente. O curioso é que tem de carne, frango, carne seca e até bacalhau. (Foto: Thaís Pimenta)

Não há modinha fitness que desbanque os bons e clássicos salgados da cidade. A lista é enorme entre as preferências e a partir de agora começamos a elencar esses sabores que têm cara de boteco e viraram tradição em Campo Grande. Na primeira relação, surgem 10 daqueles que só de lembrar já dá vontade de comer de novo.

Além de receitas sempre com um segredinho, cada um tem sua história. Em uma esquina da Rua 24 de Outubro, o Bar e Restaurante Vitorino's é de português, mas o que tem feito sucesso é algo bem brasileiro: a coxinha de mandioca, uma das mais famosas da cidade. Com quatro opções de recheios, de carne, frango, bacalhau e de carne seca, é uma receita criada pela mãe do dono, do "seo" Vitorino Martos Caetano Fonseca.

De acordo com a filha do Vitorino, Carolyne de Souza Fonseca, de 37 anos, o salgado é tão querido porque é feito no capricho. “A massa de mandioca é o que faz as pessoas quererem experimentar. Ela vem bem recheada e bem sequinha, nada de óleo”, diz.

Vendida por unidade, cada sabor tem um preço e um formato. A de carne tem a forma mais tradicional da coxinha, já a de frango lembra um risole e ambas saem a R$ 4,50. A de bacalhau tem o formato do bolinho e, a de carne seca, é redondinha, R$ 5,00 cada.

Para experimentar, o espaço funciona o dia todo e abre bem cedinho servindo café da manhã. De segunda a sexta-feira, funciona de 6h às 22h. Aos sábados vai até às 17h e aos domingos até às 14h.

Pastel da Pastelaria Taijó, que fica na Afonso Pena. (Foto: Arquivo CG News)
Pastel da Pastelaria Taijó, que fica na Afonso Pena. (Foto: Arquivo CG News)

Na principal avenida da cidade, a Pastelaria Taijó só é conhecida como Pastel do Japonês. O que ninguém confunde é a massa perfeita dos pasteis mais famosos de Campo Grande. A textura do salgado é o ponto forte da casa, além, claro, do recheio, que não parece nem de longe um pastelzinho de vento e vem em grande quantidade. 

A receita é ensinada às funcionárias pela irmã do dono há 33 anos, idade da pastelaria no mesmo ponto, sempre trabalhando no mesmo esquema familiar de sempre. Até hoje, por exemplo, as funcionárias anotam os pedidos em bloquinhos grudados com ímã no freezer atrás do balcão. 

De acordo com o primo do Taijó e atendente do caixa, Márcio Antônio Arakaki, os sabores mais pedidos são os mais tradicionais, de carne e queijo. Mas a Taijó serve pasteis especiais e até gourmets, com camarão, por exemplo. O de carne sai a 9,50, já o de queijo custa R$ 8,00 e o que leva os dois ingredientes custa R$ 14,00. 

O lugar funciona todos os dias, das 11h às 00h e fica bem em frente à Praça do Rádio Clube, na Avenida Afonso Pena.

Esfihas fechadas do Thomaz são as campeãs de pedidos. (Foto: Divulgação)
Esfihas fechadas do Thomaz são as campeãs de pedidos. (Foto: Divulgação)

Também no Centro da Capital, tem estabelecimento que funciona desde 1978 à base de confiança no cliente. No Thomaz Lanches o que manda é a esfiha, carro-chefe do lugar. De acordo com José Thomaz Filho, de 55 anos, o primogênito do casal responsável por construir a história do espaço, é a versão fechada de carne que mais sai. 

"Ela é única mesmo e foi a primeira criada pela nossa família. Ao longo do tempo, elaboramos também a esfiha aberta, e essa já tem uma infinidade de sabores, pelo menos uns vinte tipos diferentes", diz.

A receita é tradicional e foi ensinada pela avó de Thomaz, mas adaptada pela mãe dele, dona Marina. "Minha mãe, apesar de brasileira sabe tudo da culinária árabe. Ela aprendeu com a minha avó, mãe do meu pai, mas a receita é de autoria da minha mãe mesmo. Se você pegar a receita de uma esfiha na internet vai ser igual em qualquer lugar, mas aqui a gente têm um toque especial", completa o filho. Esse toque especial se deve, de acordo com ele, à qualidade dos ingredientes usados na receita.

Até hoje, o Thomaz Lanches só aceita pagamento em dinheiro e "confia no que o cliente disse que comeu". "No nosso começo era basicamente só esfiha e pastel. Com o tempo, a gente foi amadurecendo, se adaptando ao mercado e às tendências. Por exemplo, hoje a gente tem sabores sem carne, isso foi feito para agradar aos vegetarianos", completa.

Cada salgado custa R$ 2,50 e o Thomaz Lanches funciona de segunda a sexta-feira, das 6 horas às 19h e aos sábados das 6h às 13h.

Bolo de carne do Beto Sucos é apenas empanado, o que sobra é só recheio. (Foto: André Bittar)
Bolo de carne do Beto Sucos é apenas empanado, o que sobra é só recheio. (Foto: André Bittar)

Na Fernando Côrrea da Costa, no Beto Sucos, espaço que há três décadas se firmou como uma das lanchonetes mais clássicas da cidade, o melhor salgado é pra lá de saboroso: o bolinho de carne.

Por incrível que pareça, ele não leva massa. O que garante a crocância é a fase de empanar a carne. A receita de família leva temperos que garantem a combinação perfeita de sabores. Com um tamanho relativamente grande, o preço também reforça a fama do bolinho que é vendido por unidade a R$ 3,50.

Há 15 anos, Roberto Mitzuo, de 57 anos, comprou o lugar e passou também a funcionar como restaurante. Trabalhar com comida acabou sendo natural para Roberto. "Meu pai sempre trabalhou com restaurante. Acabei herdando isso dele", diz.

O Beto Sucos fica na Av. Fernando Corrêa da Costa, 373, Centro. O espaço funciona de segunda a sexta -feira, das 6h30 às 18h30 e aos sábados das 6h30 ás 14h.

Bolinho de bacalhau do Bar Portugal é um dos mais baratos da Capital. (Foto: Thaís Pimenta)
Bolinho de bacalhau do Bar Portugal é um dos mais baratos da Capital. (Foto: Thaís Pimenta)

Já paro outro lado da cidade, logo no início da avenida das Bandeiras, o Bar Portugal serve o verdadeiro bolinho de bacalhau e com um precinho bem camarada quando comparado aos outros estabelecimentos com o mesmo prato. Cada unidade custa R$ 3,50.

O dono, José da Silva Curto, de 60 anos, é primo do Vitorinos e carrega a descendência portuguesa de sua família, já que os os pais são nascidos no País, além de três dos seus seis irmãos. Ao lado de José trabalha sua mulher, a também descente de portugueses, Lourdes Auxiliadora de Brito Curto, de 59 anos. 

A receita dos bolinhos é da mãe de Lourdes, dona Maria Guilhermina. "Ela fica guardada a sete chave aqui no bar", brinca o casal.

Desde 1978 a casa serve apenas salgados, a maioria é de peixe e frutos do mar. "Temos bolinho de carne também, mas o que sai mesmo aqui são os de peixe. Tem empadinha de bacalhau, bolinho de sardinha, por exemplo".

De acordo com José, durante o dia, a clientela procura mais pelos salgados, mas a noite, mesmo que os pedidos por cerveja cresçam, os bolinhos continuam a ter saída. 

O Bar Portugal funciona todos os dias, das 8h30 às 22h e fica na Avenida das Bandeiras, 96.

Kibe da Aguena é servido simples ou recheado de provolone. (Foto: Divulgação)
Kibe da Aguena é servido simples ou recheado de provolone. (Foto: Divulgação)

Ponto certo pro happy hour, o Aguena Bar faz história em Campo Grande há mais de 70 anos. Quem conhece, sabe que um salgado em especial é tradição e já virou até parada obrigatória para os turistas. É o kibe frito da Aguena, simples ou com recheio de provolone, por R$ 5.

Com status alternativo e super boteco, o bar fica em frente à Praça Aquidauana, que recentemente passou a ser ponto do Carnaval da cidade. Gente de todas as tribos se reúnem lá, seja nas mesas ou pela própria pracinha, pra comer a receita criada pela dona do espaço, Aguena Lhaguenasan.

A porção vem acompanhada de um pedacinho de limão e pelo menos dois tipos de pimenta sempre estão dispostos no caixa para quem quiser experimentar. O molho caseiro de pimenta com pequi é vencedor de pedidos. Para os vegetarianos, o pastel de queijo é outro sabor muito querido por lá.

Sem frescura, o barzinho tradicional se mantem com o bom humor característico de seus proprietários na rua Aquidauana, 73. O local abre suas portas a partir das 18 horas.

Saltenha da família Ardaya é famosa por ser original, feita nos moldes bolivianos. (Foto: Divulgação)
Saltenha da família Ardaya é famosa por ser original, feita nos moldes bolivianos. (Foto: Divulgação)

Com origens bolivianas, a saltenha ganhou apaixonados também em Campo Grande, por quem gosta sabe como é difícil encontrar uma autêntica saltenha nessa cidade. A família corumbaense Ardaya percebeu essa carência, por isso, volta e meia está na Capital para servir a verdadeira saltenha boliviana na Praça da Bolívia, nos eventos que ocorrem 1 vez por mês.

Como acontece no primeiro domingo do mês a feira na praça, é quase garantido encontrá-los por lá. O assistente administrativo Diego Ardaya garante que o sucesso é garantido. 

A receita não tem nenhum segredo, garante ele. O patriarca da família já até divulgou nas redes sociais como se faz a iguaria difícil de preparar, já que leva horas para uma fornada ficar pronta.

"O preparo é artesanal, é bem demorado de se fazer. Como as pessoas querem otimizar esse processo fazem mudanças na receita para ser mais rápido, perdendo o sabor típico do salgado”, explica Diego.

De tamanho médio, a saltenha traz o recheio cremoso de frango, uva passa, batata, azeitona e ovo. A unidade custa R$ 4,00. 

Chipa Grega da padaria Monte Líbano. (Foto: Thaís Pimenta)
Chipa Grega da padaria Monte Líbano. (Foto: Thaís Pimenta)

Um dos salgados mais pedidos na padaria Monte Líbano, na Sebastião Lima, é uma versão da nossa tradicional chipa, mas que no fim não tem muito a ver com ela. A chipa grega de lá foi criada por Maria Oneida, uma baiana, cozinheira de mão cheia, que trabalhou por 22 anos no estabelecimento.

Ela criou, a princípio, uma receita que levava aquela massa podre das empadas e vinha recheada com queijo e ovos. Hélio Carlos Nantes, sócio proprietário da padaria, provou mas pediu que ela criasse uma massa com mais liga. Foi o que fez. "A massa despedaçava, como uma empada mesmo. Depois da modificação isso não aconteceu mais, ficou no ponto certo", diz.

Hélio acha que o salgado faz tanto sucesso justamente por sua originalidade. "Você não encontra uma chipa grega dessas em nenhum outro lugar da cidade, fazemos tudo de forma artesanal, sem pré-mistura", comenta. Cada unidade sai a R$ 4,90.

A Monte Líbano completa 33 anos de funcionamento em 2018. Para Hélio, essencial é manter a qualidade dos pratos servidos para que se mantenha o bom movimento e a tradição da padaria. "Nosso salgado é o mais caro da cidade, por isso eu cobro para que seja também o melhor", admite.

A Monte Líbano fica na R. Sebastião Lima, 848, Jardim Monte Libano. Funciona de segunda a sábado das 5h30 às 21h e no domingo das 6h às 12h e depois das 16h às 21h.

Chipa com polvilho de queijo faz sucesso na Pão e Tal. (Foto: Paulo Francis)
Chipa com polvilho de queijo faz sucesso na Pão e Tal. (Foto: Paulo Francis)

Na padaria Pão e Tal, cerca de 350 chipas saem em fornadas distribuídas ao longo do dia. O salgado está no cardápio desde que o lugar abriu suas portas, em 1990 e tem uma característica inconfundível, o queijo polvilhado por cima.

Os funcionários do local acreditam que tenha tanta procura por já faz parte da cultura campo-grandense. O responsável pelo preparo dos pães e salgados da Pão e Tal, Clebis Souza Vincente, de 38 anos, diz que a receita foi criada ali dentro. 

"E não tem segredo nenhum, usamos polvilho azedo e doce para a massa, que dá uma massa mais sequinha por fora e por dentro o queijo selecionado repuxa de tão gostoso que é", diz ele. 

Cada unidade custa R$ 5.90. As fornadas são servidas de quinze em quinze minutos. "Todo o processo a gente quem faz, isso garante que o sabor seja igual todos os dias".

A padaria fica na Avenida Euclides da Cunha, 595, no Centro da cidade. A Pão e Tal abre todos os dias das 6h às 22h.

Sopa paraguaia do Parada Obrigatória, no Mercadão. (Foto: Thaís Pimenta)
Sopa paraguaia do Parada Obrigatória, no Mercadão. (Foto: Thaís Pimenta)

Engana-se quem pensa que no Mercadão Municipal de Campo Grande só se encontra pastel frito na hora. No Parada Obrigatória, logo na entrada do local, a sopa paraguaia é um dos salgados mais pedidos. 

De acordo com o filho do dono, Renan Kanashiro, a sopa sai bastante. "A receita é da mulher do meu pai. A gente prepara em casa e traz ela assim", explica.

O prato já se tornou também parte da cultura sul-mato-grossense e mistura o que há de melhor no Paraguai e no Brasil. Cada pedaço custa R$ 6,00. O preço alto se deve ao grande tamanho da sopa paraguaia.

O Parada Obrigatória fica na entrada da rua 7 de setembro, 65. Funciona das 6h30 às 18h30 todos os dias.

Conhece mais algum salgados tradicionais da nossa cidade? Mande um inbox para o Lado B dizendo quais os seus preferidos. 

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