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Lado Rural

Pecuária brasileira vive trimestre de recordes e acelera rumo a novos mercados

Expansão nos abates, avanço tecnológico e mercado externo aquecido sustentam o melhor resultado do ano

Por José Cruz | 10/12/2025 13:20
Pecuária brasileira vive trimestre de recordes e acelera rumo a novos mercados
No 3° trimestre de 2025, foram abatidas 11,28 milhões de cabeças de bovinos, o que representou uma alta de 7,4% em comparação ao 3° trimestre de 2024.

O 3º trimestre de 2025 marcou um dos momentos mais expressivos da pecuária brasileira. Impulsionado por demanda crescente, custos menores e ambiente sanitário favorável, o setor registrou recordes simultâneos no abate de bovinos, suínos e frangos, além de novos marcos na aquisição de leite e produção de ovos.

RESUMO

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A pecuária brasileira registrou desempenho histórico no terceiro trimestre de 2025, com recordes simultâneos no abate de bovinos, suínos e frangos. O setor bovino alcançou 11,28 milhões de cabeças abatidas, enquanto a produção de suínos atingiu 15,81 milhões e a de frangos chegou a 1,69 bilhão de cabeças.A produção de leite também bateu recorde com 7,01 bilhões de litros adquiridos, embora os preços tenham caído. O setor de ovos manteve-se forte com 1,24 bilhão de dúzias produzidas. Os resultados foram impulsionados por custos menores, demanda crescente e ambiente sanitário favorável, consolidando a posição do Brasil no mercado internacional.

Os dados, divulgados pelo IBGE, revelam não apenas aumento de volume, mas uma reconfiguração da dinâmica produtiva, com ganhos de eficiência e maior presença no mercado internacional.

Bovinos: força no mercado global e custos menores impulsionam maior abate da história

O abate de bovinos chegou a 11,28 milhões de cabeças, crescimento de:

  • 7,4% frente ao 3º tri de 2024

  • 7,1% em relação ao 2º tri de 2025

A produção de carcaças somou 2,97 milhões de toneladas, refletindo:

  • +6,5% no ano

  • +11,2% no trimestre

Além do avanço interno, o grande destaque está no recorde das exportações de carne bovina, mesmo diante da aplicação de tarifas pelos Estados Unidos, que até o trimestre anterior era o segundo principal destino da carne brasileira, atrás apenas da China.

Segundo Angela Lordão, gerente de Pecuária, o setor é beneficiado por um cenário raro:
✔ safra abundante de grãos reduzindo custos de alimentação,
✔ demanda doméstica firme,
✔ clientes internacionais diversificando compras.

O resultado é um ciclo econômico positivo que sustenta a expansão.

Suínos: exportações inéditas e consumo interno em alta

O abate de suínos alcançou 15,81 milhões de cabeças, com avanços de:

  • 5,3% em 12 meses

  • 4,8% frente ao trimestre anterior

O peso das carcaças (1,49 milhão de toneladas) também cresceu fortemente.

O setor protagoniza uma das expansões mais consistentes da pecuária, impulsionado por exportações que atingiram:

  • recorde de volume,

  • recorde de faturamento,

  • com as Filipinas assumindo a liderança entre os destinos.

No mercado interno, cortes mais baratos e práticos ajudam a ampliar o consumo, fortalecendo a demanda em duas frentes: externa e doméstica.

Frangos: sanidade garantida e produção em recuperação acelerada

Os abates de frangos somaram 1,69 bilhão de cabeças, novo recorde trimestral da série, com:

  • +2,9% em relação ao 3º tri de 2024

  • +3,0% frente ao 2º tri de 2025

O setor recuperou rapidamente o status de “livre de influenza aviária”, condição essencial para os mercados internacionais, especialmente os mais exigentes.

O peso das carcaças atingiu 3,60 milhões de toneladas, mostrando que o crescimento não se limita ao volume, mas também ao rendimento.

Leite: maior aquisição da série histórica, mas preços pressionados

A aquisição de leite cru somou 7,01 bilhões de litros, o maior valor já registrado, representando:

  • +10,2% no ano

  • +7,9% no trimestre

A forte produção foi influenciada por:

  • margens mais favoráveis, que estimularam investimentos,

  • condições climáticas positivas,

  • e incremento tecnológico no campo.

Porém, o excesso de oferta — somado a importações elevadas — derrubou o preço médio pago ao produtor, que caiu para R$ 2,57 por litro, uma redução de:

  • –8,2% em relação ao 3º tri de 2024

  • –6,6% frente ao 2º tri de 2025

O setor vive, portanto, um paradoxo: produção recorde, porém rentabilidade pressionada.

Couro: movimento alinhado ao avanço do abate bovino

Os curtumes receberam 11,42 milhões de peças inteiras de couro cru bovino, crescimento de:

  • 8,2% em um ano

  • 6,2% no trimestre

O resultado acompanha diretamente o aumento expressivo do abate bovino, mostrando forte integração entre os elos da cadeia produtiva.

Ovos: segundo maior volume já registrado, apesar da queda trimestral

A produção de ovos atingiu 1,24 bilhão de dúzias, com:

  • +2,6% em relação ao ano anterior

  • –0,5% frente ao trimestre anterior

Mesmo com o leve recuo, o setor conquistou o segundo melhor resultado da série histórica, mantendo a tendência de longo prazo de crescimento sustentado pelo aumento do consumo e pela competitividade do produto.