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Meio Ambiente

Após banimento, agrotóxico cancerígeno quase desaparece da água e da comida

Produto já foi detectado em afluentes do Rio Formoso, em Bonito, mas banimento reduziu presença no país

Por Kamila Alcântara | 31/07/2025 14:00
Após banimento, agrotóxico cancerígeno quase desaparece da água e da comida
Embalagens de agrotóxicos que causam risco a saúde (Foto: Reprodução)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concluiu que a proibição do carbendazim, agrotóxico banido em 2022, foi eficaz para proteger a saúde pública. Utilizado por décadas na agricultura, o produto foi vetado por estar associado a risco de câncer, mutações genéticas e má formação fetal.

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A Anvisa confirmou a eficácia da proibição do carbendazim, agrotóxico banido em 2022 por riscos à saúde pública. O relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos analisou 1.772 amostras de alimentos in natura, não encontrando resíduos da substância em 2023.Em Mato Grosso do Sul, especialmente em Bonito, o agrotóxico ainda preocupa. Estudos da Fundação Neotrópica detectaram sua presença em corpos hídricos da Bacia do Rio Formoso, coincidindo com o aumento da área plantada de soja na região, que cresceu de 55 mil para 70 mil hectares entre 2019 e 2023.

Essa constatação é do relatório final de monitoramento do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, que entre 2022 e 2023 analisou 1.772 amostras de 13 alimentos in natura. Em 2023, nenhuma das amostras apresentou o carbendazim.

Nas pesquisas, a substância praticamente desapareceu da água potável. Segundo a Anvisa, houve “redução significativa da ocorrência” nos pontos monitorados após a revogação do registro de todos os produtos à base de carbendazim no Brasil.

Mesmo com essa proibição, esse agrotóxico ainda preocupa em Mato Grosso do Sul, especialmente em áreas de rápida conversão agrícola, como Bonito. Em 2024, o Campo Grande News reportou que estudos da Fundação Neotrópica detectaram a presença de carbendazim e outros defensivos em corpos hídricos da Bacia do Rio Formoso, cartão-postal da cidade.

A análise apontou resíduos do produto nos córregos Bonito e Anhumas, ambos afluentes do Formoso, além do Rio Mimoso. O levantamento gerou repercussão e provocou a convocação de uma reunião extraordinária do Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) para discutir os impactos do uso de agrotóxicos no município.

O avanço da soja sobre áreas de pastagem tem impulsionado o uso de defensivos agrícolas. A área plantada com a oleaginosa em Bonito saltou de 55 mil hectares na safra 2019/2020 para mais de 70 mil em 2022/2023, segundo dados do Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio de MS).

Com base nos resultados mais recentes, a Anvisa reforçou a decisão de manter a proibição do carbendazim no Brasil. A agência destaca que, além dos riscos à saúde humana, o agrotóxico não é mais necessário no campo, já que há alternativas menos nocivas disponíveis para o controle de pragas e doenças nas lavouras.

O carbendazim é um fungicida amplamente usado em plantações como soja, feijão e frutas. Estudos indicam que a substância pode causar má-formação fetal, alterações hormonais e até câncer, o que levou à sua proibição no Brasil.

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