Visitante barulhenta, saracura quebra silêncio da madrugada em área urbana
Ave vive em matas ciliares e às margens de córregos, onde vocaliza para marcar território.
Em meio ao concreto e às luzes da cidade, um som diferente ecoou na madrugada desta sexta-feira (10) na região da Chácara Cachoeira, em Campo Grande. O canto forte e ritmado vinha do Parque Ecológico Águas do Prosa. Era a saracura-três-potes, uma visitante comum nas margens de córregos e matas ciliares, mas rara de se perceber tão perto do centro urbano.
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A saracura-três-potes, ave pequena de até 40 centímetros, foi avistada no Parque Ecológico Águas do Prosa, em Campo Grande, surpreendendo moradores com seu canto característico na madrugada desta sexta-feira (10). A espécie, comum em margens de córregos, raramente é vista em áreas urbanas. Segundo o estudante de Ciências Biológicas Lucas Ribas Casanova, o comportamento noturno da ave é uma adaptação evolutiva para evitar competição sonora. A saracura possui plumagem castanho-esverdeada, é onívora e se alimenta de capim, sementes, frutas e pequenos animais.
Segundo o estudante de Ciências Biológicas e observador de aves Lucas Ribas Casanova, de 22 anos, o canto ouvido não é um acaso. "Elas costumam vocalizar no início da manhã, de madrugada e no final da tarde, quando já está escuro. Às vezes, também durante a noite ou o dia”, explica.
O motivo, segundo ele, é uma adaptação evolutiva. "Durante a evolução, alguns animais desenvolveram hábitos que os ajudam a sobreviver e garantir a continuidade da espécie. No caso da saracura, cantar à noite pode ser uma forma de evitar a competição sonora", descreveu Lucas. Ainda segundo ele, durante a noite, menos aves cantam, e a vocalização é considerada essencial para defender o território.
A saracura-três-potes é uma ave pequena, de até 40 centímetros, e costuma habitar áreas de mata e margens de córregos. Possui plumagem castanho-esverdeada, olhos atentos e passos lentos, quase sempre escondida entre folhas e galhos baixos. É onívora e costuma se alimentar de capim, sementes, frutas, larvas, pequenos peixes e insetos, apanhados do chão ou em águas rasas.
Na região bastante movimentada e com barulho de trânsito intenso na Avenida Afonso Pena, o canto da saracura no Parque Águas do Prosa mostra que a nossa Capital segue com o encanto do interior.
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