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Política

Bancada de MS na Câmara dos Deputados votou com o governo Lula em 68% das vezes

Levantamento mostra que parlamentares são mais fiéis aos seus redutos eleitorais do que aos partidos

Por Anahi Zurutuza | 12/02/2024 12:25
Deputados federais por MS, da esquerda para a direita: Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Dagoberto Nogueira (PSDB), Luiz Ovando (PP), Geraldo Resende (PSDB), Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Vander Loubert (PT). (Fotos: Câmara dos Deputados/Divulgação)
Deputados federais por MS, da esquerda para a direita: Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Dagoberto Nogueira (PSDB), Luiz Ovando (PP), Geraldo Resende (PSDB), Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Vander Loubert (PT). (Fotos: Câmara dos Deputados/Divulgação)

A bancada sul-mato-grossense na Câmara dos Deputados votou com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 68,74% das vezes. O percentual de lealdade à gestão petista é até surpreendente, uma vez que vem de representantes escolhidos por Estado que deu 59,49% votos ao oponente de Lula, Jair Bolsonaro (PL). O levantamento é do Estadão com base nos Dados Abertos da Casa de Leis.

A análise concluiu que os parlamentares são mais fiéis aos seus redutos eleitorais do que aos partidos. Os deputados do Nordeste, por exemplo, são os mais leais ao governo, independentemente da orientação das siglas, enquanto os representantes do Centro-Oeste e do Sul foram os mais oposicionistas em 2023.

O Estado de S. Paulo destacou que até dentro do PL, o partido de Bolsonaro, impera essa lógica. O representante do partido no Sergipe, Ícaro de Valmir, acompanhou o governo em 80% das votações de que participou, por exemplo. Já os dois deputados do PL no Mato Grosso do Sul, Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, foram governistas em apenas 20% das vezes.

Além dos correligionários de Bolsonaro, a bancada de Mato Grosso do Sul na Câmara tem o deputado Luiz Ovando (PP), que não esconde a oposição a Lula, enquanto estão na situação Camila Jara e Vander Loubet, do PT. Os deputados Beto Pereira, Geraldo Resende e Dagoberto Nogueira são do PSDB, partido que enfrenta “crise de identidade”, tentando fazer oposição, mas sem se associar ao chamado “bolsonarismo”.

Em 2023, o governo Lula conseguiu aprovar medidas importantes no Congresso. O texto-base do novo arcabouço fiscal, que substituiu o antigo teto de gastos, passou na Câmara, por exemplo, com votos favoráveis de todos os deputados de Mato Grosso do Sul menos do trio alinhado a Bolsonaro, Luiz Ovando, Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira.

O governo também sofreu derrota como a derrubada do veto de Lula ao marco temporal das demarcações de terras indígenas, com a contribuição de cinco dos oito deputados de Mato Grosso do Sul. Os tucanos se dividiram na ocasião – Beto Pereira e Geraldo Resende votaram pela rejeição ao veto presidencial, enquanto Dagoberto Nogueira foi favorável à manutenção do veto.

Análises do cenário feitas para o Estadão mostram que a polarização entre direita e esquerda no Brasil, bem como a vigilância dos eleitores, que cobram os políticos pelas redes sociais, por exemplo, influenciam mais os deputados do que a orientação dos líderes das bancadas.

“A vida virou uma eleição permanente. Agora, tem uma coisa que não é necessariamente ruim: os deputados são pressionados a manter um discurso similar ao que os elegeu. Se foi eleito num Estado de maioria pró-Lula, ele é pressionado a ser pró-Lula também. E vice-versa”, afirmou em entrevista ao veículo de São Paulo o jornalista Thomas Traumann, coautor de livro sobre o acirramento da polarização no país.

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