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Política

Coffee Break tem maratona de 31h de audiências e sentença só sai em 2022

Na lista dos réus, o ex-governador Puccinelli figura como nome de maior peso político

Aline dos Santos | 29/06/2021 09:35
Ex-prefeito Gilmar Olarte (no canto superior direito) durante depoimento na Coffee Break. (Foto: Reprodução)
Ex-prefeito Gilmar Olarte (no canto superior direito) durante depoimento na Coffee Break. (Foto: Reprodução)

Com maratona de 31 horas, a fase de audiências do processo da Coffee Break, que investiga complô de políticos e empresários na cassação do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), chegou ao fim. Já a sentença fica para o segundo semestre de 2022, ano eleitoral.

Na lista dos réus, o ex-governador André Puccinelli figura como nome de maior peso político: é cotado para disputar o governo do Estado pelo MDB. Recentemente, a Justiça Federal condenou o ex-governador por improbidade administrativa e determinou a suspensão dos direitos políticos por cinco anos (mas o prazo para que  ele fique inelegível só começa a correr após o trânsito em julgado, quando não cabe mais recurso).

Puccinelli segue na mira da Coffee Break, mais uma ação de improbidade administrativa. O político estava escalado para abrir a etapa de audiências na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos em 18 de maio, mas uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) o livrou de prestar depoimento. Já em 16 de junho, o  STJ manteve Puccinelli como réu na Coffee Break.

A etapa de audiências foi encerrada no dia 23 e aberto prazo de 60 dias úteis, contado a partir de 24 de junho, para as alegações finais do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Depois, serão mais 60 dias úteis para as alegações das defesas.  O prazo normal era de 15 dias, mas o período maior foi acordado entre os promotores e advogados.

“Acredito que no segundo semestre de 2022 tenha sentença", afima o juiz David de Oliveira Gomes Filho. (Foto: Kísie Ainoã)
“Acredito que no segundo semestre de 2022 tenha sentença", afima o juiz David de Oliveira Gomes Filho. (Foto: Kísie Ainoã)

De acordo com o juiz David de Oliveira Gomes Filho, o processo deve voltar para a sentença só em 2022. “Acredito que no segundo semestre tenha sentença. O processo é muito longo, com muitos réus e advogados. Foram 31 horas de gravação de depoimentos. É bem trabalhoso e os outros processos não param”, afirma o magistrado.

Segundo o advogado Vladimir Rossi, que atua na defesa do ex-governador, André Puccinelli permanece no processo como os demais réus. Rossi aguarda as alegações do Ministério Público para a presentar a defesa.

Políticos e empresários - A lista de réus tem empresários, como João Amorim e João Baird; o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto Borges (PSB); vereadores e ex-parlamentares.

André Puccinelli foi mantido como réu em processo de improbidade. (Foto: Arquivo) 
André Puccinelli foi mantido como réu em processo de improbidade. (Foto: Arquivo)

A operação Coffee Break foi realizada em 25 de agosto de 2015 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), subsidiada por áudios da operação Lama Asfáltica, da Policia Federal.  A ação também pede indenização de R$ 25 milhões por danos morais coletivos.

Apontado como um dos articuladores da cassação de Bernal, o vice Gilmar Olarte negou, terminantemente,   ser o “Goiano” citado nas conversas com João Amorim.

Admitindo ter se preparado para assumir o cargo quando “burburinhos” de impeachment começaram a acontecer, ele negou ter feito acertos políticos em troca de votos contra Bernal. Mas assumiu que houve conversas.

"Acerto político, não. Conversas sempre há. Isso aconteceu com Temer, Itamar. Vice tem obrigação de se preparar", disse Olarte, que está preso.

Alcides Bernal afirmou que cassação serviu para abrir os olhos da população e tirar do poder quem faz a má política. “Desses que participaram dessa cassação criminosa, dois ou três ainda estão no poder, dois já morreram e o Gilmar Olarte está na cadeia. A Justiça é só uma questão de tempo”. O ex-prefeito segue inelegível.

Alcides Bernal foi ao Fórum de Campo Grande para prestar depoimento. (Foto: Henrique Kawaminami)
Alcides Bernal foi ao Fórum de Campo Grande para prestar depoimento. (Foto: Henrique Kawaminami)

No interrogatório do empresário João Amorim, o magistrado quis saber dos áudios de telefonemas coma expressão “tomar um cafezinho”, apontada na acusação como disfarce para combinar o pagamento de propinas.

Amorim negou e disse que chamar as pessoas para tomar um café, um tereré, é rotina na vida das pessoas.

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