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Política

Filósofo de Bolsonaro esculhamba comissão de MS que foi à China

De semianalfabeto a idiota, Olavo de Carvalho disse que os parlamentares que viajaram não têm conhecimento do que foram fazer no país

Mayara Bueno | 17/01/2019 10:55
O filósofo Olavo de Carvalho. (Foto: Reprodução/Arquivo).
O filósofo Olavo de Carvalho. (Foto: Reprodução/Arquivo).

Um dos defensores do governo de Jair Bolsonaro (PSL), o filósofo Olavo de Carvalho, esculhambou sem cerimônia deputados sul-mato-grossenses que integram comissão oficial enviada à China. Chamou os parlamentares de semianalfabetos e idiotas, dando nome e sobrenome a cada um deles.

“Vocês são idiotas meu Deus do céu, vocês têm ideia da extensão da tecnologia chinesa de controle comportamental? Vocês não estudaram nada disso e nem querem estudar. Então, estão achando lindo porque foram convidados para ir para China, bando de caipira”, atacou.

Em vídeo de quase 5 minutos, o filósofo não poupou adjetivos negativos a comitiva de deputados e senadores do PSL que, na quarta-feira (dia 16), embarcou para a China onde conhecem o sistema de reconhecimento facial em aeroportos. 

No grupo composto por 11 pessoas estão dois de Mato Grosso do Sul: a senadora eleita Soraya Tronicke e o deputado federal Loester Carlos Gomes de Sousa, conhecido como “Tio Trutis”.

“A partir do momento que esse sistema for instalado, estes refugiados podem se considerar mortos. Então, esses deputados, eu vou ler até o nome de alguns aqui. Esses camaradas não sabe absolutamente...eu digo, o problema do Brasil é a ignorância, é o analfabetismo funcional, é a presunção dos semianalfabetos e estão aqui os semianalfabeto: Soraya Tronicke (MS), Carla Zambeli (SP), Daniel Silveira (RJ), Tio Trutis (MS), Felício Laterça (RJ), Bibo Nunes (RJ), Charles Evangelista (MG), Marcelo Freitas (MG), Sarjento Gurgel (RJ) e Aline Sleutjes (PR) e tem a delegada Sheila”.

Olavo começa o vídeo dizendo que “tem uma turma” que fala que ele é o guru do governo Bolsonaro. “Se eu fosse, certas coisas não estariam acontecendo, a primeira coisa que não estaria acontecendo seria essa viagem”, reclama.

Para ele, o grupo “não estudou nada e nem quer estudar”. A revolta ocorre porque, segundo ele, o dono da firma executora do sistema de reconhecimento facial na China já foi, inclusive, preso na Polônia, Canadá e Estados Unidos, por atividades de espionagem. Sem contar, acrescenta, que aderir a tal medida significa entregar o Brasil ao poder chinês, que terá, segundo o filósofo, informações de todo mundo que mora no País.

Olavo de Carvalho se tornou popular entre os eleitores de direita, que forma essencialmente a base de Jair Bolsonaro. Ele é frequentemente citado pelos filhos do presidente em suas redes sociais.

Já no fim do vídeo, o filósofo volta a comentar sobre a fama de mentor do atual governo. “E eu sou guru desta porcaria? Eu não sou guru de m*** nenhuma. Se eu fosse, as pessoas não teriam sequer coragem de apresentar essa ideia”, disse.

Outro lado - Indagada sobre o vídeo e a citação de seu nome, a senadora Soraya Tronicke afirmou que o Brasil e a China “são parceiros de negócios há mais de 40 anos”. Em 2018, citou, o País ultrapassou mais de U$ 100 bilhões em negócios com a China. “O principal parceiro econômico da China é os Estados Unidos, mas o nosso é a China. Se alguém consegue trazer hoje para o nosso País um parceiro melhor, por favor, nos apresente. Quem é que banca uma retirada da China no nosso mercado? Os 'caipiras' aqui têm muito o que aprender com eles”.

Loester Carlos disse que não liga para a opinião de Olavo de Carvalho e, sim, “para opinião do povo sul-mato-grossense”. Segundo ele, é “fake news” a história de que os parlamentares foram à China para avaliar o sistema de reconhecimento facial. Na verdade, afirma, a ida ao país foi para estreitar as relações comerciais, além de conhecer a experiência dos chineses.

“A bancada veio para um intercâmbio, para conhecer, saber o que podemos destravar quando for um parlamentar empossado. Tem muita burocracia que impede o Brasil de vender não só para China, como outros países. Quanto às ofensas dele, não ligo não, não dou a mínima. Só acho que ele como pensador deveria verificar os fatos antes de argumentar nos vídeos”.

Confira, abaixo, a fala do filósofo sobre a visita dos parlamentares.

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