Geraldo processa Passaia após livro que cita deputados
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) protocolou ontem dois processos contra o jornalista Eleandro Passaia, que denunciou todo o esquema de pagamento de propina e fraudes em licitações em Dourados.
Passaia citou Geraldo Resende em seu livro "A Máfia do Paletó", o qual classificou como "o maior ator entre os deputados".
Segundo Passaia, o peemedebista cobra em praça pública a agilização das licitações, de olho na comissão que pode levar. Ou seja, exigia o "retorno" das verbas que agilizava em Brasília.
Questionando tais acusações, Geraldo protocolou uma ação de reparação de danos morais, na Justiça local, e uma representação criminal no Ministério Público Estadual.
Na ação, protocolada sob o número 002.10.202987-5, Geraldo pede indenização afirmando que Passaia lhe caluniou e difamou lançando suposições que, sem afirmar diretamente, procuram lhe atingir a honra.
Na representação, protocolada com o número MPE 1715/10, o deputado afirma que o objetivo de Passaia foi denegrir sua imagem junto à opinião pública sul-mato-grossense. Por isso, pede a condenação do ex-secretário com base nos artigos 138 e 139 do Código Penal, que prevêem penas de um mês a dois anos de prisão e multa.
Hoje, em entrevista na Assembleia, o parlamentar comentou o assunto e disparou sua metralhadora giratória contra o jornalista.
"Passaia é bandido, talvez um bandido arrependido, mas bandido", declarou. Na avaliação do deputado, Passaia só fez a denúncia e as gravações por pressão da Polícia Federal.
"Vou até as últimas consequências para que ele pague pelos seus atos", disse o congressista.
O deputado chegou a dizer que Passaia também tem culpa da precariedade na Saúde em Dourados e até responsabilidade por mortes ocorridas por falta de atendimento.
Disse que o jornalista sempre foi o "distribuidor da propina", inclusive dando "cala boca" para a imprensa.
"Desde a época da campanha eleitoral ele fazia isso", disparou.
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